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SETOR FORTE

Agro é pop? Saiba por que as TVs investem em conteúdos rurais

REPRODUÇÃO/TV GLOBO/AGROMAIS

Montagem de fotos com Nélson Araújo no Globo Rural e Juliana Amaral no programa Aquicultura, do canal AgroMais

Nélson Araújo no comando do Globo Rural e Juliana Amaral no programa Aquicultura, do canal AgroMais

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 6/9/2020 - 7h10

Em algum momento nos últimos cinco anos, você já deve ter ouvido o seguinte slogan: "Agro é tech, agro é pop, agro é tudo". A frase faz parte do projeto Agro: A Indústria-Riqueza do Brasil, da Globo, e é apenas um dos conteúdos mantidos pela líder de audiência de olho no setor do agronegócio. A Band, quarta maior emissora do país, também enxerga esse ramo da indústria brasileira como um mercado estratégico. Mas por quê?

Um dos motivos é que se trata de um setor economicamente forte. Enquanto indústria (queda de 12,3%) e serviços (-9,7%) perderam força no segundo trimestre de 2020, com a pandemia e a quarentena causada pelo coronavírus, o agronegócio cresceu 0,4% e passou imune ao tombo de 9,7% do PIB (Produto Interno Bruto).

Quando se soma com as agroindústrias (como frigoríficos) e o setor de serviços da atividade (como transporte de cargas), o agronegócio responde por, pelo menos, 20% da economia brasileira.

Um setor com um mercado abrangente conta com pessoas interessadas em consumirem produtos e conteúdo. E é aí que entram as redes de televisão. O Notícias da TV conversou com Globo e Band para entender a relevância desse consumo para ambas as empresas.

Globo Rural e conteúdos do agro

A Globo cita como exemplo de sucesso o Globo Rural, que está na grade há 40 anos, se mantém como líder de audiência em todo o Brasil e é um dos programas com maior share (porcentagem de televisores ligados) da TV aos domingos.

Segundo a emissora, no acumulado de 2020, o telejornal alcançou mais de 93 milhões de pessoas, com média de participação de 41%. "É um programa que tem o campo como cenário, e os protagonistas são as famílias de agricultores, técnicos, cientistas, gente que trabalha e vive do campo. Mas o programa fala com todo mundo, com todos os brasileiros, do campo e das cidades", diz a Globo, em nota.

"Esse entendimento também nos levou a desenvolver o projeto Agro: A Indústria-Riqueza do Brasil, um formato que leva informações e estende o assunto para diferentes espaços da programação da TV Globo, da GloboNews e, automaticamente, para novos espaços do cotidiano do público", explica a emissora, citando como exemplo a presença em plataformas digitais.

Veja abaixo um dos vídeos da campanha:

Mas se engana quem pensa que o "agro é pop" é apenas uma campanha. É também um projeto de conteúdo. E isso atrai a presença de anunciantes interessados em veicularem sua marca nos comerciais da TV aberta, inclusive naqueles mais caros, como Jornal Nacional e novela das nove, assim como nos informativos que são transmitidos no rádio, na televisão aberta e fechada, além da internet.

Assim como tem os pacotes de anunciantes do futebol, da Fórmula 1, do BBB20 e do Carnaval, a Globo tem um plano comercial apenas para o agronegócio. A terceira temporada da campanha, como a empresa classifica, acontece deste ano até 2022 e atualmente tem como patrocinador o banco Bradesco e a montadora Ford.

"Os objetivos do projeto têm sido alcançados com sucesso e podem ser observados no engajamento, que transbordam plataformas, além do reconhecimento de sua relevância pelo mercado e entidades representativas da sociedade e do setor, como a ABMRA (Associação Brasileira Marketing Rural e Agronegócio)", informa a Globo.

"É um trabalho já consolidado e que reforça a capacidade da Globo em utilizar sua maior vocação, como contadora de histórias, para integrar o trabalho no campo com o dia a dia das grandes cidades e conectar as marcas ao público."

Canais da Band

O Grupo Bandeirantes entende o agronegócio como um setor estratégico e mantém dois canais na TV paga: o Terraviva, que completou 15 anos, e o AgroMais, lançado em junho. Segundo Monica Monteiro, diretora-executiva de Pay TV do Grupo Bandeirantes, o interesse não nasceu porque o segmento está aquecido e sob os holofotes, mas sim pelo olhar da empresa ao produtor rural.

"No Terraviva, o público-alvo é o produtor rural brasileiro, mas o canal agora também está indo ao encontro do público urbano para mostrar que o Brasil produz os melhores produtos, com altíssima qualidade e segurança alimentar, que chegam a mais de 160 países e que temos que ter orgulho dos nossos produtos e da vocação que o nosso país na produção de alimentos. Temos uma parceria com o Cowboy Channel e RFD TV, canais americanos", ressalta a executiva.

"Já no AgroMais, o principal objetivo é se dedicar 100% para a agroinformação. Setor por setor, a missão do AgroMais é acompanhar tudo o que importa para um dos segmentos da economia que cresce de forma sustentada ano após ano. O AgroMais se posiciona como referência em jornalismo agro", explica Monica Monteiro.

Assista um vídeo do Grupo Band sobre a "agroinformação":

Além de produzir para o Brasil na TV paga, os canais rurais da Band têm acordos com agências de notícias em 75 países, com envio de conteúdos do agronegócio em inglês e outras idiomas para todo o mundo. "Esse é um grande diferencial que oferecemos a nossos clientes", exalta a diretora.

"Nossa estratégia vai além de anúncios tradicionais, nós pensamos o produto juntamente com o cliente. Cada cliente tem uma necessidade diferente, e faz parte da estratégia ter agroinformação. Todas as grandes empresas do agro estão conosco. Santander, CNA, Banco do Brasil, seguradoras, máquinas agrícolas e produtos agrícolas são exemplos das nossas parcerias comerciais, pois o campo do agro é muito vasto", afirma Monica.

Além dos maiores grupos de comunicação do país, outras empresas investem na produção de conteúdo para essa indústria. Alguns exemplos são o Canal Rural, Canal do Criador, AgroCanal, Canal do Boi e AgroBrasil TV.


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