EM CARTAZ
Divulgação/Buena Vista Brasil
Pedro Ottoni (à esq), Yuri Marçal e Linn da Quebrada são os protagonistas de Vale Night
Destaque na TV como participante do BBB 22, Linn da Quebrada se divide entre a televisão e o cinema com a estreia de Vale Night, filme que entrou em cartaz na quinta-feira (17). Estrelado por Pedro Ottoni (Pai em Dorbro) e Yuri Marçal (Homens?), o novo longa usa humor para fazer uma crítica social sobre maternidade entre jovens da periferia no país.
Na trama, Ottoni vive Vini, jovem de uma comunidade periférica de São Paulo que vira pai aos 18 anos após engravidar a namorada, Daiana (Gabriela Dias). Ainda estudante, a moça abandona a escola para cuidar do bebê com a ajuda do namorado e da mãe, Regina (Tia Má).
O problema é que Vini é um malandro nato e que pouco ajuda na criação do filho. Apesar de carismático e com bom coração, o rapaz prioriza a vida social e acaba deixando Daiana sobrecarregada com as funções de mãe e pai ao mesmo tempo --para o terror de Regina.
Exausta de encarar a maternidade sozinha, Daiana aceita o conselho da mãe de tirar um "vale night" para um dia de folga. Enquanto as duas vão visitar a avó da moça, Vini fica encarregado de cuidar do bebê sozinho. O que deveria ser missão simples, no entanto, acaba se tornando uma noite de caos.
Com a namorada de vale night, o personagem de Ottoni decide ir aproveitar o dia com o filho em um pequeno baile funk local da comunidade. Confiante de que a situação está sob controle --mesmo com o cunhado Randerson (Jonathan Haagensen) de olho em suas malandragens--, ele deixa o filho dormindo dentro da bolsa da amiga Pulga (Linn da Quebrada), que acaba levando por engano o bebê para uma festa.
DIVULGAÇÃO/BUENA VISTA BRASIL
O trio Vini, Daiana e Linguinha
Mesmo que a situação de perder um filho no meio da comunidade soe assustadora, o longa mantém uma atmosfera leve com o humor bem construído do seu elenco.
Além do talento de Ottoni, a presença do comediante Yuri Marçal como o melhor amigo Linguinha, que se junta ao protagonista e Pulga na caçada pelo bebê, deixa essa química ainda mais afiada.
Dirigido por Luis Pinheiro, Vale Night usa o humor com os absurdos de Vini para tocar em uma ferida aberta do Brasil: a maternidade na adolescência e o abandono de crianças por parte do pai. Daiana, assim como milhões de jovens espalhadas pelo país, abdicou dos estudos e de seus sonhos para de dedicar à criação do filho.
A trajetória de Vini também é simbólica. Apesar do bom caráter, ele não abriu mão da vida social e a curtição com os amigos para ajudar mais a namorada. Se Vale Night lida com leveza a história da perda do bebê com situações engraçadas envolvendo o seu desaparecimento, o descuido do rapaz representa algo muito mais grave.
Situado em uma comunidade periférica de São Paulo, o filme também explora a vida na favela muito além da violência. Linguinha acabou de sair da prisão por vender drogas e busca reconstruir sua vida, enquanto Pulga tenta emplacar com sua carreira de DJ. Já Daiana e suas amigas querem apenas curtir a jovialidade que ainda têm.
Vale Night traz uma mensagem sólida sobre problemas sociais do Brasil longe de serem resolvidos, mas o humor bem construído fazem a trama descer pela goela do espectador com refresco. Após boas risadas, uma reflexão sobre a difícil realidade de muitas jovens brasileiras é praticamente inevitável.
Assista ao trailer oficial de Vale Night:
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