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ACORDO QUEBRADO

Scarlett Johansson processa Disney por prejuízo com Viúva Negra; entenda

Divulgação/Marvel Studios

Scarlett Johansson olha para o horizonte em cena de Viúva Negra

Scarlett Johansson em cena de Viúva Negra; atriz abriu processo contra a Disney

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 29/7/2021 - 16h32
Atualizado em 29/7/2021 - 18h40

Uma das estrelas do Universo Marvel no cinema, Scarlett Johansson abriu nesta quinta-feira (29) um processo contra o Walt Disney Studios por quebra de contrato por conta do lançamento simultâneo de Viúva Negra (2021) nos cinemas e no streaming. A atriz alega que o estúdio do Mickey assegurou a estreia do longa exclusivamente nas salas, o que não ocorreu.

De acordo com a atriz, grande parte de seu salário pelo filme viria do resultado final das bilheterias, algo comum em acordos entre a Marvel e seus astros. Com a estreia simultânea no Disney+, Scarlett teria tomado prejuízo no valor final.

"Por que a Disney renunciaria a centenas de milhões de dólares em receitas de bilheteria ao lançar o filme nos cinemas em um momento em que sabia que o mercado de cinema estava fraco, em vez de esperar alguns meses para que o mercado se recuperasse?", diz um trecho do processo.

Na ação, os advogados da intérprete de Natasha Romanoff afirmam que alguns alguns executivos que orquestraram a estratégia do lançamento híbrido se beneficiaram com a decisão. Bob Chapek, atual CEO da Disney, teria recebido 3,8 vezes o seu salário base de US$ 2,5 milhões (R$ 12,6 milhões), com a justificativa de um bônus com as estreias de produtos "diretos para os consumidores".

Antecessor de Chapek, Bob Iger também teria se beneficiado. Segundo o texto do processo, o agora ex-CEO teria recebido US$ 16,5 milhões na forma de concessões de ações, com o relatório anual da empresa citando o crescimento do Disney+.

"Em suma, a mensagem para --e da alta administração da Disney-- foi clara: aumente o número de assinantes Disney+, não importam suas promessas contratuais, e você será recompensado", segue o texto do processo, divulgado inicialmente pelo The Wall Street Journal.

John Berlinski, advogado de Scarlett Johansson, afirmou em comunicado enviado à imprensa que irá provar nos tribunais a quebra de contrato da Disney e realçou que esta não será a última vez que um astro de Hollywood vai à Justiça provar ao estúdio que não se pode abusar dessas estratégias sem levar em conta acordos previamente estabelecidos.

Não é nenhum segredo que a Disney está lançando filmes como Viúva Negra diretamente no Disney+ para aumentar os assinantes e, assim, impulsionar o preço das ações da empresa --e que está se escondendo atrás da crise de Covid-19 como um pretexto para fazê-lo. Mas ignorar os contratos dos artistas responsáveis ​​pelo sucesso de seus filmes em prol dessa estratégia míope viola seus direitos e esperamos provar isso no tribunal. Certamente, este não será o último caso em que um talento de Hollywood enfrentará a Disney e deixará claro que, independentemente do que a empresa possa fingir, tem a obrigação legal de honrar seus contratos.

Viúva Negra foi lançado simultaneamente nos cinemas e no Premier Access do Disney+, no qual é cobrado um adicional de R$ 69,60 dos assinantes que quisessem assistir ao filme antes de entrar oficialmente no catálogo. Com a estratégia, o estúdio do Mickey abocanhou nada menos do que US$ 60 milhões (R$ 304 milhões) somente com o streaming em seu primeiro fim de semana em cartaz.

Após o processo de Scarlett Johansson vir à público, a Disney se manifestou sobre o conflito em comunicado enviado ao jornal The New York Times. O estúdio afirmou que não houve quebra de contrato e lamenta a atitude da atriz, que teria recebido US$ 20 milhões (R$ 101,6 milhões) de salário para atuar em Viúva Negra.

"Não há nenhum mérito no processo de [Scarlett] Johansson. É triste e angustiante o seu desrespeito implacável pelos horríveis e prolongados efeitos globais da pandemia de Covid-19. A Disney cumpriu totalmente o contrato da Sra. Johansson e, além disso, a liberação de Viúva Negra no Disney+ com o Premier Access melhorou significativamente a sua capacidade de ganhar uma compensação adicional além dos US$ 20 milhões que ela recebeu até o momento", diz o comunicado dos representantes da Disney.


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