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BRIGA JUDICIAL

Presidente de sindicato acusa Disney de bullying contra Scarlett Johansson

Divulgação/Marvel Studios

Scarlett Johansson em cena de Viúva Negra

Scarlett Johansson em cena de Viúva Negra; briga judicial entre atriz e Disney continua

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 7/8/2021 - 10h51

Gabrielle Carteris, presidente do SAG, o sindicato dos atores de Hollywood, se manifestou sobre a briga judicial entre Scarlett Johansson e Disney por conta do lançamento híbrido de Viúva Negra (2021). Ela acusou o estúdio de praticar bullying contra a atriz. Para a executiva, a estrela do longa é a vítima da situação.

"A Disney deveria ter vergonha de recorrer a táticas cansativas de intimidação. Os atores devem ser remunerados por seus trabalhos de acordo com seus contratos. Scarlett Johansson está dando destaque às mudanças impróprias na remuneração que as empresas estão tentando ignorar devido às alterações nos modelos de distribuição por conta da pandemia", disse Gabrielle em um comunicado oficial.

Para a estrela de Barrados no Baile (1990-2000), as ações do estúdio do Mickey são irracionais e injustas, principalmente por se tratar de uma artista que ajudou a Disney a arrecadar milhões de dinheiro nos últimos anos.

"Ninguém, em qualquer área de trabalho, deve ser vítima de reduções surpreendentes na compensação esperada. A Disney e outras empresas de conteúdo estão indo muito bem e certamente podem cumprir suas obrigações de compensar os artistas cuja arte e talento são responsáveis ​​pelos lucros da corporação", adicionou.

A presidente finalizou o comunicado demonstrando preocupação com as citações da Disney com relação ao gênero de Scarlett. Na visão de Gabrielle, o estúdio está se aproveitando do fato de a intérprete da Viúva Negra ser mulher para atacá-la publicamente.

As mulheres não são 'insensíveis' quando se levantam e lutam por um pagamento justo --elas são líderes e defensoras da justiça econômica. As mulheres foram vitimadas pela desigualdade salarial e bullying durante décadas e foram ainda mais vitimadas por comentários como os dos comunicados da Disney à imprensa. Esse tipo de ataque não tem lugar em nossa sociedade e o SAG continuará a defender nossos membros de todas as formas de preconceito.

Em entrevista à revista Variety, Daniel Petrocelli, advogado da Disney, afirmou que a decisão de Scarlett de processar um estúdio é uma campanha de marketing orquestrada e que o contrato afirmado não dá espaço para releituras e outras interpretações.

Segundo Petrocelli, o contrato exige que as partes recorram à arbitragem para disputas, em vez de ir ao tribunal aberto. Mas mesmo esse ponto pode estar em disputa porque o contrato de Johansson é com o Marvel Studios, mas o processo foi movido contra a Disney (dona do estúdio) sob a tese legal de que as prioridades corporativas da empresa de apoiar suas novas plataformas de streaming foram impostas à Marvel.

O advogado aponta que, em contrato, Scarlett exigiu que Viúva Negra fosse lançado em pelo menos 1.500 salas de cinema, enquanto a Disney cumpriu com o acordo ao distribuir o filme em 9.000 só nos Estados Unidos e outras 30.000 em outros países. Todas as decisões de mercado são de responsabilidade do estúdio e uma estratégia precisou ser pensada por conta da pandemia de Covid-19.

"É óbvio que esta é uma campanha de marketing altamente orquestrada para alcançar um resultado que não pode ser obtido no processo. Nenhuma pressão pública pode mudar ou omitir os compromissos contratuais explícitos. O contrato escrito é claro como um sino", conclui Petrocelli.

O contrato da atriz com a Disney previa um amplo lançamento nos cinemas, assim como outros filmes do Universo Marvel. Relatórios feitos por especialistas do mercado afirmam que Scarlett perdeu mais de US$ 50 milhões (R$ 259 milhões) no experimento feito pelo estúdio.

Viúva Negra foi lançado simultaneamente nos cinemas e no Premier Access do Disney+, no qual é cobrado um adicional de R$ 69,60 dos assinantes que quiserem assistir ao filme antes de ele entrar oficialmente no catálogo. Com a estratégia, o estúdio do Mickey abocanhou US$ 60 milhões (R$ 310 milhões) somente com o streaming em seu primeiro fim de semana em cartaz.


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