FUGA DE PRETÓRIA
Divulgação/TNT
Eternizado como Harry Potter, Daniel Radcliffe vive ativista contra o racismo em Fuga de Pretória (2020)
Quase uma década depois de atuar pela última vez como Harry Potter, Daniel Radcliffe voltou a se reunir com um companheiro de cena. No caso, um colega com quem o astro não dividia a tela há quase 20 anos. Em Fuga de Pretória (2020), o intérprete do bruxinho se junta a Ian Hart, o professor Quirrell de Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001), em um longa baseado na história real de ativistas que lutaram pelo fim do racismo na África do Sul dos anos 1970.
Com o novo longa, o astro continua a sua saga para se desvencilhar da imagem do bruxo nos cinemas. Nos últimos anos, Radcliffe tem se destacado por escolher filmes indepedentes e de baixo orçamento, muito diferentes da franquia blockbuster na qual cresceu e se formou como ator.
Fuga de Pretória é mais um desta lista que o tem ajudado não só a modificar sua imagem de "ator de uma franquia só", como desenvolver suas habilidades dentro da sétima arte. Baseado na autobiografia de Tim Jenkin, personagem de Radcliffe na trama, o longa prova em seus pouco mais de 106 minutos que foi mais uma boa escolha para o currículo do astro.
A história começa em 1978, quando Jenkin e o amigo Daniel Webber (Stephen Lee), ainda jovens, faziam parte do Congresso Nacional Africano, histórico partido que tinha em Nelson Mandela (1918-2013) a sua maior figura política. Os dois, ambos brancos, apoiavam a militância que lutava para derrubar o apartheid, regime de segregação racial que dominou a África do Sul de 1948 a 1994.
Depois de um movimento para divulgar as ideias do partido, os dois são capturados pela polícia e levados a julgamento. No tribunal, também dominado pelas ideias fascistas do regime autoritário no país, o juiz condena Jenkin e Webber a 12 e oito anos de prisão, respectivamente.
A dupla, então, é enviada à famosa prisão local de Pretória, uma das capitais do país, e marca o pontapé do principal arco narrativo do longa. Cercado de policiais racistas, Jenkin e Webber precisam criar um plano de fuga o mais rápido possível para voltar a lutar por seus ideiais.
Hart interpreta Denis Goldberg (1933-2020), considerado um dos presos políticos mais importantes da época e ativista dos direitos humanos, parceiro de Mandela na luta pelo fim da segregação. Visto como "parte da realeza" por seus companheiros, o filme o coloca como a consciência moral de Jenkin durante o seu confinamento.
Mesmo que situado quase que inteiramente dentro da prisão, o longa retrata bem o racismo através da força policial que toma conta do local. Apesar de brancos, Jenkin e seus companheiros são vistos como traidores de sua raça pelos oficiais, e recebem tratamento hostil a todo momento. Nunca pior, claro, do que recebiam os negros.
É difícil não torcer pelo sucesso de Jenkin e Webber. Não apenas pela notoriedade de seu ativismo por um mundo melhor, mas pelo sucesso do longa ao transparecer a tensão dos momentos que antecedem a tentativa de fuga. O personagem de Radcliffe se tornou conhecido pelo sucesso ao recriar fielmente as chaves da prisão, utilizando apenas madeira da sala de marcenaria do local.
Mais do que um bom suspense, Fuga de Pretória mostra a importância da força destes indivíduos que lutaram --e seguiram lutando-- pelo fim da segregação e pelo futuro que tornou Mandela uma das personalidade mais importantes e influentes da história recente da humanidade.
A TNT exibe Fuga de Pretória nesta sexta-feira (23), às 22h30. O suspense marca o retorno do bloco de filmes originais da TNT. Assista ao trailer:
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