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CRÍTICA

Filme da Netflix: Astro de Cobra Kai é 'patinho feio' em remake de Ela É Demais

Divulgação/Netflix

Tanner Buchanan e Addison Rae em cena de Ele É Demais

Tanner Buchanan e Addison Rae em cena de Ele É Demais; filme estreia nesta sexta (27) na Netflix

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 27/8/2021 - 6h20

Uma das principais estreias de agosto da Netflix, Ele É Demais estreia na plataforma nesta sexta-feira (27) como uma versão atualizada do clássico Ela É Demais (1999), comédia romântica que fez enorme sucesso no final dos anos 1990. Desta vez, o papel de "patinho feio" do colégio é de Tanner Buchanan, o Robby de Cobra Kai.

A premissa é basicamente a mesma do longa original. Na primeira versão, Freddie Prinze Jr. vivia o bonitão mais popular do colégio que aceitava uma aposta: transformar uma garota considerada fora dos padrões de beleza em rainha do baile. Como sua vítima, ele escolhia a protagonista interpretada por Rachael Leigh Cook.

No remake, a estrela do TikTok Addison Rae é Padgett Sawyer, blogueira profissional e uma das garotas mais populares do colégio. Quando um surto pela traição de seu namorado viraliza nas redes sociais, ela aceita uma aposta para tentar recuperar o seu prestígio. A missão? Transformar o patinho feio do colégio Cameron Kwellet (Buchanan) em rei do baile.

A responsabilidade de atualizar a trama ficou com R. Lee Fleming Jr., ninguém menos do que o roteirista do filme original. Mas a missão era complicada. Ela É Demais se tornou um clássico na época, mas envelheceu repleto de problemas por conta do machismo envolvido na narrativa.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

De patinho feio a príncipe encantado

O remake é feliz em corrigir certos erros. Se antes o elenco era quase predominantemente branco, Ele É Demais ganha em diversidade. Há atores de diversas etnias e personagens homossexuais que correspondem à sociedade como ela é. No entanto, o grande problema do filme original estava na base de sua história.

A aposta feita em ambos os filmes é problemática. Na visão dos protagonistas imposta pelo roteiro, é impossível se sentir atraído por pessoas fora do padrão. No original, Rachael Leigh Cook representava uma nerd de óculos e cabelos mal cuidados, enquanto Tanner Buchanan vive um garoto alternativo, com fios igualmente oleosos.

Se a própria base de sua trama já é cheia de falhas, o remake também não consegue convencer no que deveria ser o principal foco: o romance entre Padgett e Cameron. No original, a aproximação de Prinze Jr. e Rachael é construída de forma natural e sem abusar da inteligência do público. Os dois são de "mundos" diferentes, e a falta de atração é potencializada pela "ignorância" de um pelo outro.

Em Ele É Demais, Cameron não chega a ser um garoto "fora do padrão". Bastam apenas duas interações sociais com Padgett para que ele comece a olhar a patricinha com outros olhos --coincidência ou não, quando ela está de biquíni em uma festa. No caso da protagonista, essa aproximação acontece de forma menos forçada, mas a falta de experiência de Addison Rae em atuar torna o processo de assistir ao filme um pouco mais sofrível.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Rachael Leigh Cook retorna no remake

Para os fãs do longa original, Rachael Leigh Cook e Matthew Lillard retornam em papéis diferentes de Ela É Demais, mas sem deixar de homenagear detalhes que se tornaram clássicos junto com o filme. No caso da atriz, a repaginada música Kiss Me retorna em um momento decisivo, enquanto o ator reinterpreta a sua dança que virou meme nas redes sociais.

No final, Ele É Demais é uma tentativa justa de reimaginar um filme clássico nos moldes atuais e sem as amarras da indústria de outrora. No entanto, ao apenas reciclar o que já foi feito no original, o remake chega para o público com a impressão de já estar atrasado para os tempos atuais.

Assista ao trailer de Ele É Demais:


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