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COMÉDIA DRAMÁTICA

Em novo filme, Débora Falabella usa bom humor para refletir sobre ansiedade

FOTOS: REPRODUÇÃO/Morena Filmes

Débora Falabella com expressão séria em cena do filme nacional Depois a Louca Sou Eu

Débora Falabella em cena de Depois a Louca Sou Eu; filme estreia nos cinemas nesta quinta (25)

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 25/2/2021 - 6h55

No ar atualmente na TV como a vilã Irene na reprise de A Força do Querer (2017), Débora Falabella entra em cartaz nos cinemas nesta quinta-feira (25) com a comédia dramática Depois a Louca Sou Eu (2019). Dirigido por Julia Rezende (Coisa Mais Linda), o longa adapta o livro homônimo de Tati Bernardi e usa muito bom humor para falar (e refletir) sobre ansiedade.

Na trama, Débora vive Dani Teixeira, personagem inspirada na vida da escritora e que sempre conviveu com crises de ansiedade. Desde pequena, a protagonista teve problemas para lidar com certas situações, que muitas vezes eram agravadas pela falta de tato de sua mãe, Silvia (Yara de Novaes).

Da infância à vida adulta, Dani narra os diversos momentos em que a ansiedade atrapalhou suas relações --das festinhas de aniversários dos amigos às primeiras relações sexuais. Uma viagem normal com o namorado e os amigos tornava-se um problema pela incômoda ideia de que, um dia, sua mãe e seu pai iriam morrer.

Determinada a ter qualidade de vida, a protagonista tenta de todas as formas encontrar uma "cura" para suas questões. Com a leveza na narração de Débora, o filme relata com bom humor a jornada de Dani pelos mais diferentes psicólogos, psiquiatras e até profissionais "místicos".

A principal virturde de Depois a Louca Sou Eu, contudo, é manter a personagem dentro da realidade, sem usar artifícios que poderiam colocá-la como uma mocinha de comédia romântica. Dani é uma mulher forte, emponderada e que se posiciona mesmo em seus momentos de mais fragilidade.

Tudo isso é mérito da direção delicada de Julia e do roteiro fiel à obra original escrito por Gustavo Lipsztein. É notável a tranquilidade de Débora, que abraça a personagem para dar uma incrível realidade às suas crises no banheiro.

Apesar da produção ter sido finalizada em 2019, o longa teve sua estreia adiada por conta da pandemia da Covid-19. Essa janela permite que Depois a Louca Sou Eu chegue ao público em uma época em que discussões sobre ansiedade estão na boca do público por conta da quarentena, o isolamento social e diversos outros motivos.

Com sensibilidade, o trabalho da atriz e diretora provoca uma ótima reflexão e permitem a criação de identificação com os problemas de Dani para quem também sofre do mesmo "mal".

Por mais que remédios ajudem, a melhora ainda está dentro de cada indivíduo e em como as pessoas aprendem a lidar com seus traumas e receios.

Dani em uma de suas crises de ansiedade

A história de uma geração

Segundo Julia, a ideia de fazer um filme sobre Depois a Louca Sou Eu veio antes mesmo da publicação do livro de Tati Bernardi. Segundo a diretora, a trama de Dani é a representação da história de uma geração toda. Ou, nas palavras dela, a "geração Rivotril".

"Ela estava escrevendo o livro e me mandou antes do lançamento. Virei a madrugada lendo. Liguei para ela e disse que a gente precisava fazer um filme. É a historia da nossa geração, a geração do Rivotril, todo mundo lidando com ansiedade", explicou a cineasta em coletiva para a divulgação do longa.

Na opinião de Julia, a força do filme está em Dani, que no fundo é a representação da autora, e no trabalho de Gustavo Lipsztein na hora de adaptar um livro que não tem uma narrativa linear.

"Ela [Dani] é uma personagem muito forte e que precisa lidar com suas angústias, dificuldades e está sempre indo em frente. Ela sempre busca compreender tudo. A adaptação foi muito difícil, não era uma narrativa linear, não tinha começo, meio e fim. Nosso roteirista fez um ótimo trabalho, com um roteiro imagético, desafiador e muitas vezes frenético", continuou.

Apesar de muitas cenas cômicas, Depois a Louca Sou Eu não foi desenvolvido para ser uma comédia. Na opinião de Débora Falabella, algumas situações acabam se tornando engraçadas por alguns absurdos pelos quais a protagonista passa.

"Não fiz um filme para ser engraçado, são as situações que acabam sendo engraçadas. Depois que elas passam, que nós vemos com outros olhos é que nós conseguimos dar risada. Claro que haviam cenas que iam para um lado do absurdo, mas nem todas eram com o intuito de ser engraçada", explicou.

A intérprete enfoca que o filme tem cenas muito dramáticas e difíceis de acompanhar, como as crises da protagonista e as brigas com a mãe.

"Fui tentando conduzir a personagem com essa verdade, mas indo também pra esses lados do absurdo. É ela quem conta a historia, é a visão dela, então muitas coisas são levadas por ela de uma maneira absurda. É como ela se enxerga e como ela conta essa história. Eu não pensei no filme pensando na comédia, mas sim na situação que acaba parecendo absurda", adicionou.

Assim como Tati enquanto escrevia o livro, Débora disse que suas experiências pessoas ajudaram a construir a personagem e a desenvolver melhor as experiências de Dani.

"Eu sofro de ansiedade, já passei por alguns episódios. Isso foi mais importante. Acho que todos nós, quem não está ansioso? Quem não está, é alienado. Acho que precisamos nos acolher mesmo. Me inspirei em mim e nas pessoas ao meu redor. Acho que todos estamos sofrendo com isso. O Brasil é um dos países que mais sofre com isso", concluiu.

Confira abaixo o trailer de Depois a Louca Sou Eu:


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