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KLAUS

Disney, Japão e flop são pedras no sapato da Netflix no Oscar de animação

Divulgação/Netflix

Os personagens Margu, Klaus, Alva e Jesper posam em um trenó natalino em imagem promocional do filme Klaus

Margu, Klaus, Alva e Jesper, os protagonistas da animação natalina Klaus, da Netflix

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 3/12/2019 - 5h28

Depois de conquistar três Oscars neste ano com o filme Roma, a Netflix está investindo pesado para fazer bonito na premiação de 2020 e cravar seu nome como a "nova casa do cinema". Mas pelo menos em uma categoria ela terá concorrência pesada: na disputa por melhor animação, a Disney, um estúdio japonês e até um longa que fracassou nas bilheterias podem tirar a plataforma de streaming do páreo.

Ao todo, 32 animações estão na luta por uma vaga no grande prêmio do cinema. A Netflix inscreveu Klaus, seu primeiro longa animado, para tentar uma vaga. Mas terá de gastar um bom dinheiro em marketing para conseguir seu objetivo.

É que a categoria conta com pesos-pesados como Toy Story 4 e Frozen 2, do estúdio do Mickey Mouse, além de Como Treinar o Seu Dragão 3: O Mundo Escondido e Abominável, ambos da Dreamworks. Segundo o site Gold Derby, que analisa a probabilidade de cada longa no Oscar, os quatro já estão praticamente confirmados no prêmio, com o quarto capítulo da saga de Woody e Buzz como franco favorito.

Para a Netflix emplacar Klaus na quinta vaga, vai ter de bater de frente com Link Perdido, um stop motion do renomado estúdio Laika --já indicado cinco vezes à categoria, a mais recente em 2016.

Apesar de elogiada pela crítica, a produção foi um fracasso de público, com a pior bilheteria de uma animação americana na história do cinema --arrecadou US$ 26,2 milhões (R$ 110 milhões) no mundo todo, muito abaixo do seu orçamento estimado em US$ 100 milhões (R$ 420 milhões).

Já o japonês Weathering With You, um desenho tradicional, pode seguir os passos de outros representantes da terra do sol nascente no Oscar, como A Viagem de Chihiro (premiado em 2002) e os nomeados O Castelo Animado (2004), O Conto da Princesa Kaguya (2013), As Memórias de Marnie (2014) e Mirai (2018).

E como a categoria de melhor animação vez ou outra tem alguma surpresa --que o diga o brasileiro O Menino e o Mundo, dirigido por Alê Abreu e que concorreu à estatueta em 2015--, produções menores correm por fora e podem se tornar zebras. É o caso do francês Perdi Meu Corpo e do espanhol Buñuel no Labirinto das Tartarugas, respectivamente na sétima e na nona posição dos favoritos no Gold Derby --Klaus atualmente ocupa a oitava posição entre os favoritos ao prêmio.

Para Rodrigo Santoro, que dubla o protagonista Jesper, Klaus tem chances de concorrer ao Oscar, mas isso não é o que importa.

"Acho que, independentemente de prêmios, gosto das perguntas que o filme levanta. É um projeto que tem muitas qualidades, o visual, a narrativa... O criador [Sergio Pablos] é um artista talentoso, e o processo artesanal é muito bonito, emocionante, poético, diferenciado. Em algum sentido, o longa tem uma originalidade, quase uma nostalgia", filosofa.

De qualquer forma, a Netflix pode se vangloriar de, em sua primeira empreitada com uma animação, já estar entre os cotados para a disputa. De acordo com os experts na premiação, Klaus tem mais chances do que A Família Addams e A Vida Secreta dos Pets 2 (ambos da Universal), Uma Aventura Lego 2 (da Warner) e The Angry Birds Movie 2 (da Sony), todos com mais "pedigree" do que a trama natalina.

Confira os dez filmes com mais chance de concorrer ao Oscar de animação, segundo os experts do site Gold Derby:

1) Toy Story 4
2) Frozen 2 - O Reino de Gelo
3) Como Treinar o Seu Dragão 3: O Mundo Escondido
4) Abominável
5) Link Perdido
6) Weathering With You
7) Perdi Meu Corpo
8) Klaus
9) Buñuel no Labirinto das Tartarugas
10) A Família Addams

Um Papai Noel diferente

Klaus conta a história de Jesper, um riquinho mimado que nunca quis fazer nada da vida. Sem saber como ensinar responsabilidades para o filho, seu pai o despacha para ser carteiro na pequena cidade de Smeerensburg, uma ilha no Ártico que serve de moradia para duas famílias que vivem em guerra.

A missão de Jesper é convencer os moradores a enviarem 6 mil cartas em um intervalo de ano --uma tarefa difícil, já que as pessoas da cidade sequer trocam palavras, que dirá mensagens escritas. Tudo muda quando ele conhece Klaus (Daniel Boaventura), um velho antissocial que fabrica brinquedos de madeira em sua oficina.

A dupla começa a distribuir presentes para as crianças de Smeerensburg. Aos poucos, todas as lendas envolvendo Papai Noel vão sendo justificadas: o trenó com renas voadoras, a entrada pela chaminé, o apreço por um prato de biscoitos e um copo de leite... Até o pedaço de carvão dado para crianças que não se comportam durante o ano ganha uma explicação lógica, bem-humorada e muito humana.

Confira o trailer de Klaus, animação natalina da Netflix:

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