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VIAGENS PROIBIDAS

Coronavírus: Globo tira Maju e Bocardi do JN e chama Chico Pinheiro de volta

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Os jornalistas Rodrigo Bocardi, Maju Coutinho e Chico Pinheiro em montagem fotográfica

Rodrigo Bocardi, Maju Coutinho e Chico Pinheiro: coronavírus tira paulistas e traz de volta veterano ao JN

DANIEL CASTRO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 19/3/2020 - 10h08
Atualizado em 19/3/2020 - 17h11

Além de suspender o rodízio de apresentadores de afiliadas de todo o Brasil, a Globo decidiu tirar os jornalistas de São Paulo e Brasília do Jornal Nacional. Assim, Maria Júlia Coutinho, Rodrigo Bocardi, César Tralli e Giuliana Morrone estão temporariamente afastados da bancada do telejornal aos sábados ou nas licenças de William Bonner, de quem o titular do Bom Dia São Paulo é substituto imediato.

Para reduzir ao máximo as viagens aéreas e evitar eventual contato de seus profissionais com portadores do novo coronavírus, a Globo determinou que somente apresentadores do Rio de Janeiro irão compor a escala do Jornal Nacional. A surpresa é a volta de Chico Pinheiro. Além de ter 66 anos e fazer parte do chamado grupo de risco da pandemia, o âncora está afastado do JN desde o início do ano passado por causa de suas manifestações políticas.

A decisão foi comunicada ontem (18) à noite por Ali Kamel, diretor-geral de Jornalismo. "Por precaução, decidimos que viagens com objetivos jornalísticos serão reduzidas ao máximo e mantidas apenas com autorização da direção. Tudo para evitar mobilidade e a disseminação do vírus", justificou (leia nota no final deste texto).

Até que a pandemia arrefeça, farão o rodízio do Jornal Nacional os jornalistas Flávio Fachel, Mariana Gross, Ana Luiza Guimarães, Ana Paula Araújo, Chico Pinheiro e Hélter Duarte, estreante na bancada. Sandra Annenberg, que mora em São Paulo, passará a apresentar o Globo Repórter da capital paulista.

Chico Pinheiro deixou de fazer parte dos plantões do JN na virada de 2018 para 2019, após sofrer uma série de reprimendas. Em abril de 2018, ele apresentou o Jornal Nacional visivelmente triste com a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No dia seguinte, começou a circular pelo WhatsApp um áudio em que Chico Pinheiro criticava a prisão de Lula. O vazamento dos desabafos gerou um e-mail interno em que Ali Kamel decretava que "não se pode expressar essas preferências [políticas e partidárias] publicamente nas redes sociais, mesmo aquelas voltadas para grupos de supostos amigos", porque "contamina" o trabalho do profissional e compromete a isenção jornalística.

Nesta semana, Kamel deu outras orientações de comportamento para enfrentar o coronavírus. Cinegrafistas deverão observar certa distância dos demais colegas e os repórteres deverão usar dois microfones, um para ele e outro para o entrevistado.

Confira a íntegra do comunicado: 

"Antes de mais nada, parabéns a todos (rede, locais, News e G1) pela cobertura magnífica. Nosso novo programa vem prestando serviço inestimável (Márcio [Gomes], vc é craque).

Quero dividir com todos algumas decisões que foram tomadas, algumas desde o início da semana, outras até antes.

O Rio de Janeiro e São Paulo são cidades com transmissão comunitária, ou seja, onde já não é mais possível estabelecer a origem do contágio (há transmissão local). Por precaução, decidimos que viagens com objetivos jornalísticos serão reduzidas ao máximo e mantidas apenas com autorização da direção. Tudo para evitar mobilidade e a disseminação do vírus. Também, nesse momento, não vale a pena ficarmos muito tempo em aeroportos. Por essa razão, apenas apresentadores do Rio de Janeiro farão os JNs de sábado. São eles: Fachel, Mariana Gross, Ana Luiza Guimarães, Ana Paula Araújo, Chico Pinheiro e Hélter Duarte. Agradeço a eles o esforço. Sandra Annenberg passará a gravar o Globo Repórter de São Paulo.

Reforço o meu pedido de ontem para que repórteres e cinegrafistas, em coletivas, liderem um movimento para que elas respeitem as normas de contato físico que diminuem o risco de contágio. Afastamento do entrevistado. Espaçamento entre os repórteres. Tentem criar pools: uma emissora filma e divide com as demais as imagens. Se o acordo não for possível, nossas equipes devem tomar elas os cuidados recomendados. Mas acredito que será do interesse de todos seguir as normas.

Povo fala: reduzir o número de entrevistas com populares ao máximo e, quando for necessário, usaremos dois microfones, um para o repórter, outro para o entrevistado. O repórter deve higienizar o microfone dos entrevistados a cada uso. E usar álcool gel após a entrevista. Em vivos, o mesmo procedimento quando houver entrevistado: distância mínima e um microfone para cada um. O repórter terá dificuldades para cortar a fala, haverá no fim falas justapostas, mas não há outro jeito. Em ambos os casos, os cinegrafistas vão enquadrar de modo a amenizar a coisa (especialmente no povo fala. Primeiramente, faremos isso em Rio e SP, onde há transmissão local. Mas logo nas regionais. Entrevista com fonte: se for em uma mesa, estabelecer a distância necessária. Nos estúdios, essa distância terá de ser observada também. Em todas as entrevistas.

Chefias tirarão as dúvidas. Essas medidas dos microfones serão postas em prática assim que viabilizarmos a logística, entre hoje e amanhã.

Não se descuidem da higienização dos microfones e das mãos após cada entrevista.

SEM BEIJO, SEM ABRAÇO E SEM APERTO DE MÃO
Se estiver com qualquer sintoma de resfriado comum ou gripe não venha trabalhar. Avise a chefia e trabalhe de casa.

Ali"


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