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BALANÇO 2023

Após prejuízo de meio bilhão e demissões, Record tem lucro histórico em 2023

Reprodução/Record

Edir Macedo sorri discretamente em entrevista ao Domingo Espetacular

O bispo Edir Macedo em entrevista ao Domingo Espetacular em julho de 2022; bom momento financeiro

DANIEL CASTRO e LUCIANO GUARALDO

dcastro@noticiasdatv.com

Publicado em 26/4/2024 - 15h04

Depois de amargar um prejuízo histórico de R$ 533 milhões em 2022, a Record deu a volta por cima no ano passado graças ao aporte financeiro da Igreja Universal e a uma rígida política de redução de custos. Balanço contábil publicado na quinta-feira (25) revela que a emissora lucrou R$ 466,5 milhões em 2023, superando o recorde positivo anterior, de R$ 130,5 milhões em 2021.

As receitas da Record com publicidade, na verdade, caíram no ano passado. Foram de R$ 2,014 bilhões em 2022 para R$ 1,925 bilhão, uma redução de 4,4%. Mas os gastos retraíram muito mais, na ordem de R$ 24,3%, de R$ 1,506 bilhão para R$ 1,140 bilhão.

Para chegar a esse resultado, a Record demitiu pelo menos duas centenas de profissionais do Jornalismo e deixou de produzir novelas e séries bíblicas, passando a ser apenas exibidora das realizações da Igreja Universal. Assim, transferiu custos importantes para sua maior financiadora.

A igreja liderada por Edir Macedo, dono da Record, é a maior cliente da emissora. Injeta mais de R$ 900 milhões por ano, comprando horários na programação, que ocupa com produções como Reis e com telecultos.

A Record também foi beneficiada pela melhora nos resultados do banco Digimais, que Edir Macedo comprou em 2020 e passou a ser controlado pela emissora. Em 2022, o balanço da Record foi impactado negativamente pelo prejuízo de R$ 323 milhões do banco. Em 2023, as controladas geraram uma receita de R$ 103,6 milhões à Record, e boa parte desse dinheiro veio do Digimais, cujo balanço ainda não foi divulgado.

A Record fechou 2023 com uma reserva de lucros de R$ 267,4 milhões. Ainda de acordo com o balanço contábil, a emissora tinha em 31 de dezembro do ano passado R$ 211,9 milhões em caixa ou investimentos resgatáveis a curto prazo. Quando somados com os de suas controladas (leia-se: Digimais), esses recursos saltam para R$ 2,7 bilhões.

O balanço também aponta que a Record encerrou 2023 com R$ 233 milhões de antecipações de clientes, ou seja, de vendas que foram pagas adiantadas por anúncios que serão exibidos em 2024.

A tendência é de que este ano seja ainda melhor para os cofres da emissora. As metas da equipe comercial para o primeiro trimestre foram batidas com folga. E o Paulistão foi o grande responsável por isso. No acumulado de janeiro a abril, os resultados estão 31% acima aos do mesmo período do ano passado, informa a própria Record ao Notícias da TV.

Demissões em todos os setores

Para cortar custos, a Record enxugou seus quadros com um facão afiado. Em julho do ano passado, promoveu um "passaralho" --termo utilizado quando há demissão em massa-- que cortou nomes como as apresentadoras Janine Borba, Patrícia Costa e Thalita Oliveira, além dos repórteres Roberto Thomé e Sylvestre Serrano. Todos estavam na emissora havia mais de uma década.

Em dezembro, foram demitidos a apresentadora esportiva Mylena Ciribelli, que trabalhava na Record desde 2009 e o repórter especial Arnaldo Duran, que fazia matérias de destaque no Domingo Espetacular.

A foice não parou com o fim do ano --em janeiro, o apresentador Wagner Montes Filho, que comandava o RJ no Ar, também deixou a Record por corte de gastos. Até o vice-presidente da emissora no Rio de Janeiro, Paulo Luzio, foi demitido na reestruturação.


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