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BATE-BOCA

Xingado de esclerosado, Carlos Vereza pede R$ 80 mil a José de Abreu na Justiça

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Montagem com as imagens de Carlos Vereza e José de Abreu

Carlos Vereza processou José de Abreu na esfera cível e pede indenização após ser xingado nas redes sociais

GABRIEL PERLINE e LI LACERDA

gabriel.perline@noticiasdatv.com

Publicado em 22/4/2021 - 7h20

Após ser derrotado na Justiça criminal, Carlos Vereza decidiu processar José de Abreu na esfera cível e pede uma indenização por danos morais de R$ 80 mil por ter sido xingado pelo ex-colega de "esclerosado", "hipócrita", "sem caráter" e fascista, além de ser acusado de agredir uma atriz da novela Corpo Dourado (1998) com uma bengala.

O Notícias da TV teve acesso à ação, protocolada em 10 de fevereiro na 6ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, exatos 11 dias após Vereza ter sua queixa-crime rejeitada na esfera criminal. Agora, na cível, o caso foi acatado, e a juíza titular Flavia de Almeida Viveiros de Castro pediu que os dois atores se manifestem sobre a intenção de realizar uma audiência de conciliação.

O veterano, de 82 anos, já havia deixado claro em sua petição inicial que dispensava o encontro com o ex-colega da Globo. Ele pede na Justiça a condenação de José de Abreu por danos morais, com uma indenização de R$ 80 mil e uma retratação pública, proporcional à quantidade de publicações no Twitter do réu endereçadas ao autor da ação.

O início da confusão

O imbróglio começou em 27 de janeiro de 2020. Em suas redes sociais, Abreu fez duras críticas a Regina Duarte, que naquela época havia acabado de aceitar o convite do presidente Jair Bolsonaro para assumir a Secretaria Especial da Cultura.

Vereza foi às redes sociais pedir que o ator de 74 anos tivesse respeito pelas escolhas da colega de profissão. "Alô, José de Abreu! Respeite a Regina Duarte! Respeite as escolhas diferentes das suas! Sempre te tratei com afabilidade, aceitando seu ponto de vista em questões ideológicas. Por que vibrar sempre no ódio, nas baixas energias? Procure em você o lado mais generoso, que, com certeza, possui", iniciou.

"Embora não acredite, estamos numa democracia, 57 milhões de eleitores fizeram uma escolha, assim como você. Esqueça os tristes adjetivos, o país carece de amabilidade. Espere, calmamente, até 2022 e vote nos seus candidatos", escreveu em seu Facebook, citando um verso de Arthur Rimbaud (1854-1891) para o colega.

Abreu, então, foi ao Twitter para responder e comentar o texto do artista de 82 anos. "Meu caro colega, Carlos Vereza. Achei muito bonito seu apelo para que eu respeite Regina Duarte. Mas, infelizmente, eu não respeito nem fascistas nem quem os apoia, como você e ela", publicou.

"Achei bonita sua hipocrisia, sua falta de caráter e memória, digna de um esclerosado que costuma falar com supostos aliens, considerados 'espíritos superiores' que vieram visitá-lo em discos voadores, como se pode ver em um vídeo postado na rede", continuou.

Em sua resposta, Abreu relembrou um episódio que teria acontecido nos bastidores de Corpo Dourado (1998), da Globo, em que Vereza teria agredido uma colega de profissão à base de bengalada.

"Achei também muito bonita sua citação de Rimbaud, um artista louco como eu, não como você, doente, que vê discos voadores. Uma loucura sadia, produtiva, como deve ter todo artista. Como a minha, que ataca fascistas e apoiadores de fascista, como você e Regina Duarte, mas que jamais atira uma bengala numa colega em início de carreira, em cena, como você fez na novela Corpo Dourado. Eu estava lá e vi", declarou.

Danos morais

Na ação, Carlos Vereza diz que as publicações de Abreu ultrapassaram o limite da liberdade de expressão e foram feitas com o único intuito de ferir sua honra e moral. "Tratam-se de insultos e ofensas gratuitas e desnecessárias", frisou a defesa do ator.

"O autor tem um nome a zelar, pessoa idônea, ator e diretor consagrado no meio artístico com mais de 60 anos de profissão, não merecia passar por isso. E pior, a repercussão do fato foi imensurável, quando praticado pela rede mundial de computadores com visualização de milhares de pessoas e divulgação por diversos meios de comunicação", escreveu o advogado de Vereza no processo.

Em 16 de abril, a juíza responsável pela ação cível pediu que os atores manifestassem seus interesses em uma audiência de conciliação, mas até o momento nenhuma das partes se posicionou.


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