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QUER RETRATAÇÃO

Carlos Vereza exige R$ 40 mil de Mário Gomes em processo por 'execração pública'

FOTOS: AGNEWS

Montagem de fotos de Carlos Vereza e Mário Gomes

Carlos Vereza e Mário Gomes; veterano entrou com dois processos contra o colega por áudio vazado

ELBA KRISS e LI LACERDA

elba@noticiasdatv.com

Publicado em 27/1/2021 - 7h10
Atualizado em 27/1/2021 - 15h52

Carlos Vereza, 81 anos, não gostou de ser citado em um áudio em que Mário Gomes, 68 anos, faz críticas sobre seu suposto posicionamento político. A gravação viralizou há uma semana e levou o veterano à "execração pública". Ele anunciou que tomaria medidas na esfera judicial e o fez: entrou com dois processos contra o ator. Na ação cível, pede R$ 40 mil de indenização. Na criminal, ele quer a condenação do colega por calúnia, injúria e difamação.

O imbróglio começou na quarta-feira passada (20), quando um áudio de mais de quatro minutos com a voz de Gomes viralizou nas redes sociais. Na gravação, ele cita o veterano em um discurso contra Luciano Huck e sua possível candidatura à presidência apoiada pelo colega.

"Porra, meu amigo, pelo amor de Deus. O Luciano Huck acabou com a carreira dele, pô. Ele é aliado com os assassinos, rapaz. O [Jair] Bolsonaro tá tonto com tanta sacanagem, rapaz. Que é isso? Que gente covarde, rapaz. O STF [Supremo Tribunal Federal], todo mundo querendo tirar o cara só porque o cara é honesto, porque o cara não rouba", diz ele na gravação.

"Porque não dá continuidade a esses bandidos aí. Esses tarados por dinheiro. Porra, o que é que há, Vereza? Eu sei que tu tá na Globo, que quer defender o teu aí, mas pô, vamos colocar a mão na consciência, né, meu irmão?", continua.

No restante da gravação, Gomes brada contra o veterano, a quem chama de "amigo" e "irmão". "Uns filhos da puta. Ora, você está apoiando isso, cara! Me admira você, meu irmão. Pô, me admira você! O que é isso? E não é questão de esquerda, direita, porra nenhuma, não", reclama.

Mário Gomes assume autoria do áudio para Carlos Vereza; conversa de WhatsApp consta no processo

"Porra, meu irmão, pelo amor de Deus, vamos acordar. Não é nem acordar, isso é leviandade, porra. Tá sendo, no mínimo, injusto. Não tá vendo as coisas, cara! (...) Porra, cara vamos cair na real. O que você quer? Comunismo? Então, manda brasa, meu irmão, manda brasa, se junta lá. O Bolsonaro não te deu nada. (...) Esse Luciano Huck aí entregou vocês, já que você está nessa turma aí, né?", exclama Gomes em outros momentos da gravação.

O experiente intérprete se sentiu lesado pelo conteúdo que se disseminou nas redes sociais. Em seu Facebook, o ator anunciou que havia decidido levar o caso à Justiça. Segundo ele, a conversa é falsa, pois não existiu tal diálogo entre eles.

"Acabo nesse instante de entrar com um processo contra o ator Mário Gomes, por danos morais e materiais. Espero que aprenda a não gravar um áudio, onde somente ele fala, dando a impressão que estava conversando comigo. E, depois, covardemente, jogar nas redes sociais, sem que eu soubesse do que se tratava. Pena. Aprendeu rápido com o gabinete do ódio a fabricar notícias falsas", escreveu em publicação na segunda-feira (25). "

Dois processos de uma vez

Indignado, o veterano protocolou uma ação de danos morais contra Gomes no 1º Juizado Especial Cível, na Barra da Tijuca. Ele pede R$ 40 mil de indenização. Na ocasião, ele solicitou também tutela antecipada exigindo uma retratação. No mesmo dia, o juiz Marcelo Almeida de Moraes Marinho indeferiu o pedido, mas deu dez dias para o acusado apresentar defesa.

Ao Notícias da TV, o representante legal de Vereza explica que o indeferimento "não altera em nada" o caso, pois o "importante é o julgamento do mérito e pedido principal (danos morais)".

A segunda ação movida pelo veterano contra Gomes é na esfera criminal e corre no 9º Juizado Especial Criminal, na Barra da Tijuca. O veterano se queixa dos crimes de calúnia, injúria e difamação.

A reportagem teve acesso à inicial da ação, que inclui uma conversa de WhatsApp entre Vereza e Gomes, que admite a autoria da gravação e explica como o conteúdo teria viralizado.

"Vereza, mandei para cinco pessoas próximas, que sempre mando, para saber o que achavam. O quanto me indignava tudo que está acontecendo. Levei um susto. Minha mulher ficou apavorada, mandaram para mais gente. Não era a intenção. Posso ser processado. De qualquer forma, me desculpa. Abração", diz Gomes.

Carlos Vereza pede retratação para Carlos Gomes; conversa de WhatsApp consta na ação

"Você não tem o direito de esculhambar com a honra alheia! Você não pode jogar um áudio nas redes sociais onde só você fala, me colocando como um puxa-saco da Globo! Você tem que fazer uma comunicação pública com a mesma divulgação", replica o queixoso.

"Vereza, vou me retratar. Vou dar um jeito. Sei que você é querido. Jamais me utilizaria desse tipo de coisa. Vou ver como fazer. Abraço", finaliza o ator.

A defesa do reclamante aponta que o "querelado [Gomes] faz citações ofensivas, inverídicas e maledicentes em desfavor do querelante [Vereza]". Por causa do teor do discurso, o defensor do ator cita que "tal atitude, além de ter sido completamente desarrazoada, ultrajante e constrangedora, é falsa e pior, deixou o querelante exposto à execração pública".

Nos autos, os representantes legais de Vereza reclamam que Gomes relacionou seu cliente a uma turma de "bandidos e assassinos", o que ofende sua reputação, dignidade e decoro.

"O querelado com intuito de denegrir a imagem do querelado também faz menção expressa que o autor estaria contra o atual governo e, nas palavras do querelado, 'mancomunado' com essa 'turma' para satisfazer a Rede Globo de Televisão, emissora na qual faz parte apenas para defender seu emprego, ou seja, descreve fato ofensivo à reputação, ofende desnecessariamente a honra do autor", diz o documento.

Vereza também não aceitou ser relacionado ao presidente como se eles tivessem algum acordo. "O querelado também de forma leviana ataca o autor, levando-se a crer que pelo fato de que o presidente Bolsonaro não teria lhe dado nenhum cargo no governo, estaria o querelante agora contra o atual governo numa atitude de retaliação, o que ainda mais insuflar as ofensas de terceiros contra o querelante", aponta a defesa.

À reportagem, Vereza optou por não comentar a disputa judicial. "Melhor quando tiver uma decisão sobre o processo", resumiu. Procurado, Gomes não se manifestou sobre o caso até a conclusão deste texto. 

Veja publicação de Carlos Vereza sobre Mário Gomes:

Confira o áudio de Mário Gomes que virou motivo de dois processos:


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