Entrevista
Fotos: Reprodução/TV Globo
O ator Carlos Vereza fala sobre discos voadores no programa Encontro com Fátima Bernardes
PAULO PACHECO
Publicado em 9/4/2015 - 6h23
Sucesso em O Rei do Gado (1996) como um senador honesto, Carlos Vereza não atua em uma novela inédita desde 2012, embora continue contratado pela Globo. Ele comemora a reprise de Vale a Pena Ver de Novo, mas revela não assistir a Babilônia e considera as tramas antigas "mais corajosas”. Vereza também lamenta o "sumiço" dos discos voadores dos céus do Rio de Janeiro. Há quatro anos, o ator virou notícia ao gravar o que, segundo ele, seriam extraterrestres sobrevoando a Barra da Tijuca. (veja vídeo abaixo).
Em um final de tarde de 2011, Vereza viu objetos voadores da janela de seu apartamento e gravou com a ajuda de seu secretário. O vídeo surpreendeu o público e o ator foi alvo de piadas na internet, mas ele diz ter certeza de que eram seres de outro planeta.
"Desde essa época nunca mais vi, não. Eu lamento, né? Porque acredito piamente neles, como acredito piamente que exista vida em outros planetas. Não foi só dessa vez. Em 1997, vi mais de 20 durante a noite. Muita gente acredita. [O vídeo] Passou de 100 mil acessos. Agora tem aqueles caras que acham que a Terra é o único planeta habitável, o que posso fazer? Nada. A Terra na escala planetária é um grão de areia, muito pequenininha", afirma em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.
Fora da TV, sucesso com reprise
Veterano da TV e com 56 anos de carreira, Carlos Vereza começou como figurante na extinta Tupi, aos 19 anos. “Fiz até índio (risos), bandido, amigo do bandido”, relembra. Na Globo, estreou em A Ponte dos Suspiros (1969), novela ambientada no século 16 que teve troca de autor e mudanças na trama.
“Dias Gomes (1922-1999) entrou no lugar de Glória Magadan (1920-2001), deu uma virada na novela e me chamou. Fiz um frade franciscano que é queimado pela Inquisição”, recorda. Após atuar em Verão Vermelho (1969), também a convite de Dias Gomes, foi contratado pela Globo, onde trabalhou em mais de 30 novelas, como Selva de Pedra (1972), O Rebu (1974) e Guerra dos Sexos (1983).
A última novela foi Amor Eterno Amor, em 2012. Depois da trama das seis, não recebeu mais nenhum convite. “Não tem coincidido. Tenho filmado. Se me convidarem, faço com o maior prazer”, diz o ator.
Mesmo sem trabalhos inéditos na TV, Vereza é parado nas ruas por causa da reprise de O Rei do Gado, que bate recordes de audiência à tarde (média de 17 pontos na Grande São Paulo) e chegou a se aproximar de Babilônia, a novela das nove no Ibope.
"Eu às vezes assisto, porque é uma novela que tem todas as características de um folhetim e aborda temas que são infelizmente atuais, como MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], invasão de terra, corrupção política. Isso tudo com as histórias de amor. E eu faço um personagem que ficou lendário na televisão, o Senador Caxias, um senador honesto. Que raro (risos)", ironiza.
Carlos Vereza interpreta o senador Roberto Caxias em O Rei do Gado
'Novelas antigas eram mais corajosas'
Vereza admite quase não ver televisão. Enquanto a Globo exibe Babilônia, o ator prefere escrever roteiros, ir ao cinema, atualizar seu blog ou ver séries (é fã de House of Cards e Breaking Bad). Ele não acompanhou a revolta de evangélicos contra a novela, mas ficou assustado quando soube que a trama chegou a 25 pontos de média.
"Caramba... o que posso dizer é que a sociedade brasileira é extremamente conservadora. Há setores no país que são resistentes à mudança", argumenta.
Para o ator, as tramas do passado eram mais corajosas do que as atuais. "As novelas antigas talvez tinham a coragem do folhetim. Não é vergonha. [Honoré de] Balzac [1799-1850] escrevia folhetim. Existia um certo despudor de assumir. Quando Selva de Pedra deu 100 pontos, eu perseguia o carro da Regina Duarte e ela capotava no morro. A personagem dela voltava com uma peruca loira, mas todos acreditavam que era outra pessoa", lembra.
Carlos Vereza está prestes a retornar ao cinema. O ator, que também é flautista, interpretará um professor de música em Diminuta, produção ítalo-brasileira. No filme, ele convencerá o personagem de Reynaldo Gianecchini, que abandonou a música para vender planos de saúde, a retomar a carreira artística. Será exibido pela primeira vez em setembro, no Festival de Veneza.
Carlos Vereza (à esq.) em A Ponte dos Suspiros, sua primeira novela na Globo
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