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DJ CLARA MAYA

Sobrinha de Wolf Maya acusa filho de Djalminha de agressão: 'Pessoa do mal'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Clara Maya em publicidade para seu Instagram janeiro de 2021

Clara Maya em publicidade para seu Instagram; sobrinha de Wolf Maya acusa filho de Djalminha de agressão

ELBA KRISS

elba@noticiasdatv.com

Publicado em 18/2/2021 - 19h12

Dois meses após registar um boletim de ocorrência, Clara Maya, 23 anos, foi à 43ª Delegacia de Polícia, em Guaratiba, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (18) para prestar novo depoimento contra Djalma Junior, filho de Djalma Feitosa Dias, o Djalminha. A sobrinha de Wolf Maya acusa o herdeiro do ex-jogador de futebol de agressão e assédio. "É uma pessoa que não tem caráter, é do mal e que poderia até ter me matado", desabafa.

Clara relata ter sofrido a violência durante uma festa familiar do ex-jogador da Seleção Brasileira. Ela, que é DJ, foi chamada para tocar no evento por ser amiga da família. A celebração aconteceu em 13 de dezembro em um sítio em Ilha de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio.

Em seu depoimento, ela declarou que foi assediada por Junior durante toda a noite. O rapaz teria, inclusive, passado as mãos em suas nádegas. Constrangida, a também atriz finalizou seu trabalho e estava se retirando do evento --ela chamou um carro por um aplicativo de corrida. O filho do comentarista da ESPN teria pedido uma carona. Diante de uma negativa, ele jogou uma bebida no rosto da jovem.

Clara diz ter pedido socorro ao próprio Djalminha, que a levou até o carro. No entanto, Junior seguiu os dois desferindo dois socos no rosto da jovem e entrando em luta corporal com o próprio pai. Ela registrou o boletim de ocorrência no dia seguinte, em 14 de dezembro.

Com as investigações adiantadas, a sobrinha de Wolf Maya foi chamada novamente para depor. Segundo ela, Junior não prestou depoimento. Djalminha, por sua vez, deu uma declaração para a polícia com informações contrárias ao que ela relatou.

Djalminha e Djalma Junior em fevereiro de 2019: herdeiro acusado de agressão (Foto: Reprodução/Instagram)

"O delegado juntou várias provas do crime. Ele quis que eu fizesse um novo depoimento mais detalhado para tirar dúvidas da investigação já que Djalma, o pai, veio prestar um depoimento diferente falando que não viu ele [o filho] me agredindo, que não ficou sabendo de nada e que o filho dele não falou nada", conta ao Notícias da TV.

"Nós temos provas, vídeos e, inclusive, conversas deles vindo me acolher. Até a própria mulher [Gabi Knop] do Djalma vindo me oferecer ajuda e pedindo desculpa pela agressão que sofri. Tenho um vídeo do próprio Djalma logo depois do momento da agressão me pedindo desculpas. E ele veio aqui depor falando que não aconteceu nada? Ou seja, um total descaso", lamenta.

Clara registrou como pode toda a situação. Em vídeo publicado em seu Instagram, ela compartilhou um vídeo do momento em que entra no carro de aplicativo para ir embora do sítio. Aos prantos, ela não consegue abrir os olhos por causa do inchaço causado pelos dois socos que levou.

"Foi uma agressão muito séria. Fiquei com o olho [esquerdo] lesionado por mais de vinte dias. Fiquei mais de um mês com meu rosto completamente machucado", relembra.

A atriz conhece Junior desde a infância por ser amiga da família de Djalminha. "Tínhamos uma amizade forte. A família sempre me tratou muito bem. Eu participava dos eventos e até de viagens. Além de tudo, é uma grande decepção. São pessoas que eu tinha muito carinho, que eu acreditava e confiava, ou seja, o mal está perto e a gente não vê. Quando a gente mais precisa, as pessoas declinam ajuda", lamenta.

"Essa foi a primeira vez que ele [Junior] me assediou e que fez qualquer tentativa. Nunca tive interesse algum ou dei qualquer abertura. Era uma pessoa que eu tinha carinho. Era como se fosse um primo mais novo", observa.

Agora, diante do novo depoimento de Clara, pai e filho serão intimados para depor. Ela quer justiça. "Até quando ele vai continuar deixando vítimas? Até ele matar alguém?", analisa.

Clara Maya e Sylvio Guerra na 43ª Delegacia de Polícia, no Rio de Janeiro (Foto: AgNews)

Dois meses após a agressão relatada, a DJ está em tratamento psiquiátrico por estar em forte abalo psicológico. "Faço acompanhamento com remédios, pois estou em depressão profunda. Tenho crises de ansiedade absurdas e estou tomando remédios fortíssimos. Não estou conseguindo me alimentar direito e estou tendo problemas de insônia. Está realmente muito difícil", desabafa.

Dos familiares --parte deles moram nos Estados Unidos-- ela tem recebido força para enfrentar a batalha na Justiça. Do tio famoso, Clara recebeu total suporte e amparo. "Foi ele quem correu atrás de assistência médica", relembra. Foi o ex-diretor da Globo quem a colocou em contato com Sylvio Guerra, advogado da família Maya. "Estarei buscando justiça e rigor das autoridades", afirma o defensor da artista.

O Notícias da TV entrou em contato com Djalminha e Djalma Junior, mas não teve retorno até o fechamento deste texto.

Desabafo com vídeo e fotos chocantes

Em 21 de janeiro, Clara Maya foi às redes sociais desabafar sobre a agressão sofrida. Com fotos e vídeos chocantes, ela deixou sua denúncia registrada no Instagram e lamentou pelas vítimas de violência contra a mulher.

Clara Maya mostra olho lesionado: um mês com o rosto machucado (Foto: Reprodução/Instagram)

Em seu texto, ela revelou que cogitou não denunciar o agressor por ser amiga da família. Para ela, a chegada do motorista de aplicativo no exato momento em que estava sendo espancada a salvou de algo pior. Leia a íntegra:

"Alerta gatilho violência contra a mulher. Diferente de tudo que tenho postado aqui, hoje tomei forças para, realmente, falar sobre esse assunto. No dia 13 de dezembro eu fui mais uma vítima de agressão de um homem contra uma mulher.

No meu ambiente de trabalho, mas com pessoas que eu achava que estava segura por conhecer há muitos anos e ser um âmbito familiar. Era uma festa de aniversário e fui contratada para prestar meus serviços como DJ, assim como já fiz em outro evento da família. Mal sabia que esse seria um dos piores dias da minha vida.

Depois de passar a noite me assediando, o irmão mais novo da minha amiga de infância ficou revoltado com o meu 'não'. 'Não' esse que fez com que ele jogasse um copo de bebida em mim, com a intenção de me humilhar.

Não sendo suficiente, ele me agrediu com dois socos no olho e me golpeou outras várias vezes enquanto eu estava caída no chão. Essa pessoa está impune. Essa pessoa tem histórico de violência contra a mulher, o que eu não sabia até acontecer comigo. Essa pessoa não foi prestar depoimento. Essa pessoa não me procurou para prestar assistência. Assim como sua família, que eu tinha tanto carinho.

A amiga de infância nas redes sociais é a boas vibrações e a feminista. Comigo, que fui agredida por seu irmão, nem um 'a'. Mesmo com eu --trouxa -- indo atrás. Tentando entender o porquê de tanto descaso. Nada. Ignorada.

O que eu sinto disso tudo? Nojo. Raiva. Que o meu meio é difícil eu sei e quem está nele também. Além de ser difícil, ser mulher é mais desafiador ainda. Amigas DJs e amigas que trabalham com entretenimento sabem como é: assédio, desmoralização, chantagens e golpes.

Mas não esperava que isso pudesse acontecer comigo. Nesse mês [janeiro] que passou, fiquei cercada de pessoas incríveis, que fizeram com que eu me sentisse melhor em meio a tudo isso. Mas hoje me sinto indignada de ter passado por isso, de estar sofrendo e muito por isso, de ter cogitado em não denunciar por pena. Porque 'eles estavam do meu lado', como o motorista diz no último vídeo, que foi o momento que consegui fugir do meu agressor e vi como estava meu rosto depois de ter sido espancado.

E assim foi todas as outras vezes que me olhei no espelho, até a lesão sumir. A lesão sumiu, mas os traumas ficaram, as dores ficaram, as crises de ansiedade ficaram. E, às vezes, minha única vontade é sumir. Quem sabe assim tudo isso passa?

Eu tive um Uber para conseguir fugir do meu agressor. Mas e as inúmeras mulheres que não conseguiram ter a mesma oportunidade que eu? A maioria nem está mais aqui. Eu fiquei meio fora daqui [do Instagram] porque além de sofrer por mim, sofro por todas as mulheres que passaram por qualquer tipo de violência verbal, moral e física.

E a única coisa que eu quero é que isso pare de acontecer e que os culpados não fiquem impunes. Mas eu tenho muita fé em Deus e no meu advogado de que a justiça será feita. Enquanto isso, sigo pedindo a Deus para me dar muita força para superar isso. E poder conquistar todos os meus sonhos, que não são poucos. Porque não tenho mais tempo a perder. Eu nasci de novo."

Veja publicação de Clara Maya:


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