MEMÓRIA
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Silvio Santos e Patricia Abravanel na sacada da antiga mansão em que viviam quando houve o sequestro
Neste sábado (21), completam-se 20 anos do sequestro de Patricia Abravanel na antiga residência da família de Silvio Santos. O episódio paralisou o país e fez todas as emissoras, inclusive a Globo, se dedicarem à cobertura do caso, que despertou uma série de debates após sua conclusão.
Na época, a apresentadora do Vem Pra Cá tinha apenas 23 anos e estava se preparando para ir à faculdade em que estudava, quando foi abordada dentro de sua casa pelos irmãos Esdras e Fernando Dutra Pinto, que a retiraram da mansão e a mantiveram em um cativeiro durante sete dias.
Eles chegaram a pedir uma indenização de R$ 500 mil para libertarem a filha de Silvio Santos. Segundo a família do dono do SBT, esse valor nunca foi pago, e os criminosos teriam liberado Patricia após terem recebido um "sinal divino".
Partes nessa história nunca foram muito bem esclarecidas, como a própria questão do pagamento da fiança. Na época, alguns veículos de imprensa apuraram que Silvio Santos deu a quantia exigida pelos criminosos, fato que a família Abravanel sempre negou.
A tranquilidade e alegria de Patricia ao lembrar os dias em que passou no cativeiro também deram margem para a especulação de que ela sofresse da síndrome de Estocolmo, um transtorno mental que faz vítimas de sequestros se afeiçoarem pelos criminosos. Mas ela usou a religiosidade para justificar seu comportamento no dia em que foi libertada.
O Notícias da TV reuniu cinco curiosidades em torno do sequestro de Patricia Abravanel. Confira:
Patricia mudou parte de seu relato sobre o momento em que havia sido sequestrada. Na icônica entrevista coletiva que concedeu na sacada da antiga residência da família Abravanel (vídeo abaixo), ela relatou que havia sido abordada pelos criminosos na garagem de sua casa, quando estava a caminho da faculdade.
Mais de uma década depois, em entrevista a Marília Gabriela, a apresentadora do Vem Pra Cá falou que estava dentro da mansão, indo ao quarto de uma de suas irmãs para pegar uma roupa emprestada. Neste momento ela teria sido abordada por um dos sequestradores, que a conduziu à garagem e a colocou no carro utilizado no crime.
Meses antes de ser sequestrada, Patricia teve um sonho em que entrava tranquilamente em um tanque de tubarões, sem medo dos riscos que poderia correr. Em seu relato, ela lembra que estava acompanhada de uma ex-funcionária de sua casa, que se desesperou ao vê-la mergulhar sem proteção em meio aos predadores.
No dia em que foi levada para o cativeiro, os dois criminosos se identificaram como Tubarão 1 e Tubarão 2. Na mesma hora ela se lembrou do sonho e o entendeu como um sinal divino. Por conta dessa passagem, a filha de Silvio Santos disse ter permanecido em paz ao lado de seus malfeitores ao longo dos sete dias em que ficou desaparecida.
A imprensa especulou sobre a possibilidade de Patricia sofrer da síndrome de Estocolmo, uma doença psicológica que afeta a vítima e a faz ter simpatia por seu sequestrador.
No dia em que concedeu a entrevista na sacada da mansão, ela surgiu animada, com um sorriso no rosto e falou com alegria sobre os dias de terror que tinha vivido ao lado dos sequestradores. Além disso, tentou humanizá-los para a imprensa e disse que eles eram vítimas de um sistema corrupto, e que só estavam no mundo da criminalidade por falta de oportunidades.
Naquela época, a Globo seguia uma cartilha rígida de não citar nomes de magnatas da televisão concorrentes, como Silvio Santos e Edir Macedo. Mas em 2001, o dono do SBT virou notícia diariamente e durante mais de uma semana nos telejornais da líder de audiência, inclusive no Jornal Nacional.
Meses antes, a emissora já havia sido obrigada a quebrar o protocolo por conta dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Naquele ano, a agremiação Tradição havia homenageado o homem do Baú com um desfile repleto de contratados do SBT. A Globo, detentora exclusiva dos direitos de transmissão do evento, não teve como mudar o foco.
Em agosto, o sequestro de Patricia foi manchete do Jornal Nacional pela voz de William Bonner durante noites consecutivas. Quando a saga envolvendo a família Abravanel parecia próxima do fim, uma infeliz coincidência manteve Silvio Santos na pauta da Globo.
Dois dias depois de Patricia ser liberada do cativeiro, os mesmos criminosos que a sequestraram voltaram a invadir a mansão do dono do SBT. Desta vez, ele foi eleito como refém. Todas as mulheres foram liberadas da mansão, e somente Silvio foi mantido sob a mira dos revólveres.
Mais de cem viaturas da polícia cercaram o bairro do Morumbi para evitar a fuga dos sequestradores. Até mesmo o então governador Geraldo Alckmin precisou entrar em cena para negociar a libertação do empresário. Após horas de negociações, com a Globo fazendo uma intensa cobertura ao vivo em seus telejornais, Silvio foi liberado, e os criminosos acabaram presos.
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