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Malga di Paula

Seis anos após morte de Chico Anysio, viúva escreve livro sobre últimos dias

Reprodução/Facebook

Malga di Paula, que foi casada com Chico Anysio, escreverá livro de memórias sobre o humorista - Reprodução/Facebook

Malga di Paula, que foi casada com Chico Anysio, escreverá livro de memórias sobre o humorista

FERNANDA LOPES

Publicado em 1/10/2018 - 6h08

Malga di Paula ficou ao lado de Chico Anysio (1931-2012) durante 14 anos de casamento. Seis anos após a morte do humorista, ela criou coragem para escrever um livro sobre os últimos momentos de sua vida. Diz que a obra mostrará ao público quem Chico Anysio era na intimidade e na maturidade, facetas que até amigos desconheciam.

"Posso falar [dos fatos] desde que nos conhecemos. Tudo o que ele passou no período pós-afastamento [da Globo, por estar mal de saúde] praticamente só eu sei. Mas o livro é mais sobre memórias da gente e sobre ele, o fim da vida dele, a maturidade, quem era o Chico nos últimos anos", revela a escritora de 47 anos.

"As pessoas que eu conheço, que conviveram com o Chico antigamente, me falam que ele era mal-humorado, mas eu não o conheci assim, conheci outra pessoa. Quando ele estava mais velho, estava diferente. Quero escrever sobre esse Chico Anysio", explica.

No entanto, o livro de memórias ainda deve demorar alguns anos para sair. A ideia de Malga é lançá-lo só em 2022, quando a morte de Chico Anysio completará dez anos. Ele sofreu de infecção pulmonar em seus últimos meses e morreu de falência múltipla dos órgãos em 23 de março de 2012.

Por enquanto, Malga continua cuidando do Instituto Chico Anysio, que foi criado por um desejo do humorista de incentivar pesquisas médicas para problemas respiratórios. Ela diz que um projeto já foi concluído e beneficiou outros pacientes.

"Abri o instituto pra ajudar a fazer uma pesquisa com células-tronco. A pesquisa já aconteceu, graças a Deus tivemos resultados muito bons, efetivos. Várias pessoas que receberam as células se sentiram melhor. Pra mim é a realização do sonho do Chico", conta.

No entanto, a viúva do humorista se sente mal ao se envolver muito no projeto, por se lembrar de momentos difíceis que passou com ele no hospital. Ela acredita que sua missão no instituto está cumprida e já tem outra causa social para se dedicar.

"[Lidar com demandas do instituto] Me lembra muito a tristeza, o sofrimento que tive com o Chico. Hoje mesmo me ligou uma pessoa desesperada porque o pai dela está muito mal. Isso me faz reviver coisas que são muito ruins. É bom poder ajudar as pessoas, mas fiz minha parte. Agora talvez tenha uma segunda etapa na pesquisa, estou esperando pra ver se vou ser útil. Mas hoje sinto que minha missão está muito mais ligada à causa animal, desde que me interessei pelo veganismo", comenta.

divulgação

A escritora Malga di Paula ao lado de Chico Anysio, com quem foi casada durante 14 anos

Desde 2016, Malga di Paula é vegana, ou seja: não come nem consome nenhum produto de origem animal (não só carnes como também itens que contenham leite e ovos, ou peças de couro, por exemplo).

Com dificuldades de encontrar produtos veganos bem recomendados ou divulgados, ela enxergou um filão: criou uma agência de influenciadores digitais veganos.

"Pensei bem e não existia um canal profissional pra divulgar marcas veganas nem para levar ao consumidor final informações boas, produtos bons, interessantes. Vi que era uma oportunidade de fazer esse canal entre marcas e público. Comecei a procurar na internet as pessoas que poderiam ser influenciadoras, daí encontrei uma turminha legal. A Veganistas [nome da agência] vai fazer um ano em outubro", conta.

Malga diz que não tem intenção de fazer nada na TV no momento, a não ser que seja convidada para falar sobre veganismo. Sobre esse assunto, ela tem três projetos: um programa de rádio em São Paulo, que deve estrear ainda neste ano, um curso para influenciadores e um livro sobre ser vegana, que deve sair antes do sobre Anysio.

"Esse livro eu tenho mais urgência de fazer. Gostaria muito de poder levar essa mensagem pra mais pessoas", justifica a escritora.

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