SAÚDE PREVENTIVA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Rafael Cardoso precisou passar por cirurgia cardíaca e implantar um desfibrilador para não morrer
Os últimos meses foram de susto para o ator Rafael Cardoso. Após descobrir uma fibrose no músculo do coração que o colocava no grupo de risco de morte súbita, o artista precisou realizar uma cirurgia cardíaca delicada para colocar um desfibrilador no órgão vital. "Com o meu histórico familiar, eu era uma bomba-relógio", afirmou Rafael ao comentar a doença pela primeira vez.
O artista de 35 anos, atualmente no ar na novela inédita das sete Salve-se quem Puder (e nas reprises de Ti Ti Ti, A Vida da Gente e Império), revelou que outros cinco familiares haviam morrido de morte súbita. Entre eles, um primo de cinco anos, diabético, e uma tia de 19. "Minha tia Janete correu para pegar um ônibus e, assim que sentou no banco, morreu", disse o ator em uma live no seu Instagram.
Rafael afirmou que, quando era adolescente e jogava futebol profissional, havia sido diagnosticado com um sopro no coração. Os anos se passaram e, como o rapaz sempre apresentou uma ótima disposição física e porte atlético, parou de fazer exames e de controlar a doença.
O aviso de que algo não estava certo partiu da sogra do ator, a jornalista Sônia Bridi. Após o rapaz testar positivo para o coronavírus, ela e a filha, Mariana Bridi (mulher de Rafael), levaram-no para fazer exames de rotina.
O susto veio quando os exames apontaram uma hipertrofia de 20 milímetros no musculo do coração e cerca de 14% de fibrose no órgão vital --até 10% é um índice considerado normal, e acima de 20% é gravíssimo-- o que o colocava no grupo de risco de morte súbita.
Cardiologista do ator e especialista em arritmia cardíaca, Dr. Eduardo Saad explicou ao Notícias da TV o que a doença de Rafael significa:
O Rafa tem uma miocardiopatia hipertrófica. Uma doença genética e hereditária que faz com que os músculos do coração fiquem hipertrofiados. A doença é progressiva e pode piorar com o passar dos anos. Ele [Rafael] já tinha uma fibrose de 14%, e um histórico familiar preocupante. O que já foi suficiente para prepará-lo para a cirurgia.
Rafael afirmou que demorou quatro meses para buscar o resultado dos exames e marcar a cirurgia, mas que quando soube da possibilidade de morte a qualquer momento, pensou em seus filhos. "Fui prepotente e ignorante. Meus filhos podiam crescer sem a presença do pai. Eu não consigo ficar confortável e não fazer nada."
A cirurgia foi tranquila. Segundo Saad, durou cerca de uma hora e meia. Diferentemente de outros desfibriladores que podem ter até três fios elétricos conectados no coração, apenas um fio condutor foi ligado a Rafael, passando por baixo dos músculos do peito, no lado esquerdo.
Segundo o Notícias da TV apurou, apesar de ter apenas uma única fibra, este condutor recebe informações da parte superior e inferior do coração, bem como de seus átrios e ventrículos --que é onde as arritmias de morte súbita acontecem.
Caso o objeto detecte alguma anomalia nos batimentos cardíacos, como um princípio de infarto, o desfibrilador, em segundos, gera um choque que reverte a ação fulminante. "O tempo é a chave para uma vítima de infarto. O atendimento precisa ser feito em segundos. Esse aparelho acoplado no corpo do Rafa gera uma resposta em até 15 segundos", explica Saad à reportagem.
Além disso, o desfibrilador de Cardoso, com duração média de uma década, tem a possibilidade de receber dados de seu coração remotamente.
O ator, a partir de agora, terá de dormir ao lado de um aparelho --parecido com um celular, ou um controle de ar-condicionado-- que mede, às 2h da madrugada, os batimentos cardíacos do artista e manda todas as informações referentes ao dia do ator para uma central. Caso aconteça alguma alteração nos dados, o chamado "código amarelo", Saad será acionado e Cardoso precisará realizar uma nova bateria de exames.
O galã, entretanto, não vê a hora de realizar exercícios físicos como crossfit, retomar os planos de abrir uma academia e correr na praia antes do amanhecer, para logo em seguida dar um mergulho no mar.
"É possível ter uma vida normal com esse aparelho, é só não ter que passar em detectores de metais em aeroportos e bancos", brincou o artista.
O artista, porém, vai precisar mudar mais uma coisa em sua vida: o aparelho de seu celular. Segundo Saad, existe um ímã na parte de trás do iPhone que não é recomendado para quem usa o tipo de desfibrilador que o artista tem acoplado em seu corpo. "É melhor trocar de aparelho", revelou o ator.
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