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EMPRESÁRIO

Quanto Felipe Neto ganha no YouTube? Biografia revela império do influenciador

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Felipe Neto posa sorridente em foto publicada no Instagram; ele está com uma camiseta cinza e preta

Com mais de 42 milhões de inscritos no YouTube, Felipe Neto é tema de uma biografia não autorizada

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 2/7/2021 - 6h40

Uma das vozes contra o governo Jair Bolsonaro, Felipe Neto passou a ser associado ao debate político no Brasil, mas sem deixar de produzir vídeos para o YouTube, rede que o transformou em um dos influenciadores digitais mais importantes do mundo. Os ganhos do criador de conteúdo e empresário na plataforma permitiram que ele construísse um império. O crescimento financeiro do carioca de 33 anos é um dos temas de uma biografia não autorizada lançada no último mês.

Em Felipe Neto - O Influenciador, o jornalista Nelson Lima Neto mostra uma estimativa sobre o faturamento do canal de Felipe Neto. Com 42,4 milhões de inscritos e vídeos diários, a receita é de aproximadamente US$ 13 milhões (R$ 65,6 milhões) por ano.

Pela primeira vez, uma publicação apresenta a história do youtuber em detalhes, da infância no subúrbio do Rio de Janeiro, em Engenho Novo, ao reconhecimento como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo, no ranking elaborado pela revista norte-americana Time.

O influenciador digital não participou do processo de produção do livro, que foi feito após o autor realizar pesquisas em vídeos, dados, entrevistar amigos de infância e ex-parceiros de trabalho do biografado. O levantamento foi tão preciso que o próprio Felipe Neto, depois de ler a obra, admitiu que "quase tudo dentro dele está correto, inclusive a exposição dos defeitos".

Em relação aos números expostos, o único "senão" do youtuber foi o de que ele teria 200 mil membros assinantes em seu canal, o que lhe daria um faturamento mensal de R$ 1,6 milhão apenas com isso --o preço para se tornar um parceiro do "NetoLab" é de R$ 7,99 por mês.

"Só tem uma informação numérica errada: o livro diz que eu faço lives privadas para membros com 200 mil pessoas simultâneas. As lives são abertas. Se eu tivesse 200 mil membros, já teria uns 50 institutos criados. Foi o único número equivocado", explicou o influenciador, que confirmou os outros dados.

As lives feitas por Felipe Neto no YouTube, apesar de não serem pagas como o livro diz, aceitam valores via "super chats", uma maneira de os espectadores colocarem seus comentários em destaque.

"As doações em tempo real variam de R$ 1 a R$ 300 na maioria das vezes, mas há quem ofereça mais. Sempre que caem na conta, são motivo de comentário e agradecimento do apresentador. Felipe explica que o dinheiro repassado nos super chats é destinado atualmente à caridade. É comum vê-lo divulgar em seu canal o nome de instituições sociais para quem diz repassar os valores recebidos", explica um trecho da biografia.

Quanto ganha Felipe Neto?

O título do capítulo 13 da biografia é Entre Tapas e Beijos. Nele, o autor destrincha a relação de Felipe Neto com o YouTube e mostra que a parceria entre o criador de conteúdo e a rede social nem sempre foi "um mar de rosas", mas que ainda assim permaneceu firme. O produtor de conteúdo colaborou para moldar o atual modelo da plataforma.

Também é nesse capítulo que o jornalista Nelson Lima Neto expõe quanto ganha o influenciador com o YouTube, com bases em dados do site Social Blade --em 2018, Felipe Neto citou em um vídeo que acompanha números e estatísticas de sua audiência nesse site.

Veja um trecho sobre o faturamento do youtuber abaixo:

Em 2020, o Social Blade estimava uma receita anual de até US$ 13 milhões para o canal Felipe Neto, algo em torno de R$ 72 milhões [na cotação da ocasião]. Em julho de 2018, o próprio Felipe já havia calculado, numa postagem em seu canal, quanto recebera no mês anterior com os 212 milhões de plays em seus vídeos e concluiu que, por cada milhão de visualizações, ganhou US$ 687. Ao usar o câmbio da época de R$ 3,87 para cada dólar recebido, disse ter embolsado R$ 2.658,69. Portanto, multiplicando por 212, faturou um total de R$ 563 mil no mês (isso em 2018), só em propaganda automática associada aos vídeos.

O número de visualizações de vídeos não é o único indicador ao calcular o faturamento de um canal, pois a monetização também é influenciada por cliques e tempo de exibição de anúncios. Além disso, Felipe Neto tem os membros que pagam R$ 7,99 por mês para terem conteúdos exclusivos e possibilidades de interação com o influenciador --e são menos de 200 mil clientes, segundo o que o próprio youtuber disse.

Todas essas receitas estão relacionadas a ferramentas oferecidas pelo Google/YouTube e não incluem as ações publicitárias acertadas diretamente com os criadores de conteúdo. "Quem busca o influenciador como garoto-propaganda de algum produto ou iniciativa terá de desembolsar algo em torno de R$ 140 mil por um minuto de anúncio (ou R$ 2.333 por segundo)", informa a biografia.

"Numa projeção a partir dos dados do Social Blade, caso Felipe mantenha o ritmo de crescimento apresentado no primeiro trimestre de 2021, iniciará 2022 com mais de 44 milhões de inscritos, contabilizando quase 15 bilhões de visualizações de seu conteúdo --ele fechou abril de 2021 com 12,7 bilhões. E atingirá 60 milhões [de assinantes] entre março e abril de 2026. Até lá, seus vídeos terão sido vistos 50 bilhões de vezes", diz outro trecho do livro.

Felipe Neto se tornou uma máquina não só de fazer, mas também de gastar dinheiro. Ele pagou R$ 5,5 milhões pela mansão onde mora na Barra da Tijuca desde 2017, apelidada de NetoLand, além de adquirir em 2018 uma BMW X6, cuja versão mais simples custava R$ 310 mil na ocasião.

O império do youtuber também inclui empresas, administração de carreiras e trabalhos sociais. Em 2019, ele desembolsou R$ 300 mil para comprar e distribuir 14 mil livros de temática LGBTQ+ na Bienal, numa ação organizada em 24 horas em repúdio à censura do então prefeito Marcelo Crivella a uma história em quadrinhos que mostrava um beijo gay.

Durante a pandemia, ele começou duas outras iniciativas: é idealizador e cofundador do Vero, um instituto voltado para iniciativas e estudos de educação digital, e o Cala Boca Já Morreu, desenvolvido para oferecer defesa judicial de graça por advogados renomados a quem se sentir coagido ao fazer críticas a governos e políticos, algo que aconteceu com Neto recentemente.

Felipe Neto - O Influenciador foi publicado pela editora Máquina de Livros e tem o preço sugerido de R$ 49 na versão impressa e R$ 32,90 em e-book. Veja abaixo a publicação do youtuber sobre a biografia não autorizada.


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