SOFREU CALADA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Dani Calabresa em foto no Instagram; atriz denunciou assédio sexual e recebeu apoio do Me Too Brasil
O Me Too Brasil, versão brasileira do movimento norte-americano que deu visibilidade a denúncias de assédio sexual envolvendo figurões da indústria cinematográfica, como o produtor Harvey Weinstein, destacou a força de Dani Calabresa ao expor a sua situação. "Você não está sozinha", disse o grupo.
Dani Calabresa denunciou internamente, na Globo, ter sido vítima de abuso sexual do seu ex-chefe, Marcius Melhem, durante anos. Ela teria sido uma das seis atrizes que sofreram com o corportamento do ex-diretor do núcleo de humor, que deixou a emissora em agosto deste ano. Ele estava afastado desde o mês de março, quando alegou motivos pessoais.
"A atriz Dani Calabresa sofreu calada durante anos. Foi assediada diversas vezes, viu seus sonhos serem despedaçados e ainda enfrentou desconfiança e inúmeras dificuldades para denunciar a série de abusos que sofreu de seu ex-chefe, Marcius Melhem. O Me Too Brasil apoia sua atitude de denunciar, sua força é o exemplo que precisamos para ajudar a diminuir os casos de assédio no Brasil e no mundo", escreveu o Me Too Brasil, em comunicado divulgado nesta sexta-feira (4).
O caso ganhou ainda mais repercussão nesta sexta com a publicação de uma reportagem da revista Piauí que traz à tona relatos detalhados do comportamento agressivo de Melhem diante de mulheres e de como a Globo teria abafado o episódio internamente.
O ex-diretor de humor teria esfregado seu pênis em Dani Calabresa e a jogado contra a parede durante uma comemoração em um bar no Rio de Janeiro, em 2017. Ele também teria constrangido outras mulheres. Segundo as denúncias, eram comuns as tentativas de agarrar atrizes à força e de intimidá-las.
"As relações de poder envolvidas em certos ambientes de trabalho, como na produção audiovisual, incentivam ainda mais uma cultura machista e de frequentes abusos sexuais e morais já arraigada na nossa sociedade", observou o movimento que dá voz a denunciantes de violência contra a mulher.
"A falta de uma estrutura institucional dentro das empresas que garanta escuta qualificada dos relatos e seu respectivo tratamento de acordo com as melhores práticas internacionais, cria o cenário ideal para que abusadores se tornem predadores, ou seja, não fazem apenas uma vítima, e sim várias", completou.
Inspirado pelo movimento fundado por Tarana J. Burke nos Estados Unidos e idealizado no Brasil pela advogada Marina Ganzarolli, o Me Too considerou que a força e a coragem de Dani Calabresa em expor sua situação são fundamentais para encorajar outras mulheres que passaram por episódios semelhantes.
"Além de fomentar a discussão e impulsionar outras mulheres a procurarem acolhimento e justiça. Dani Calabresa, você não está sozinha! E obrigada por sua coragem. Estamos aqui para te dar todo o apoio que você precisar", encerrou o grupo, que tem o apoio do projeto Justiceiras e proporciona apoio e orientação a vítimas de abusos sexuais.
Hoje (4), após a repercussão nas redes sociais, Dani Calabresa quebrou o silêncio e fez um desabafo publicamente. "Nunca quis ser vista como uma mulher assediada, mas para recuperar minha saúde, precisei me defender", explicou.
"Tomei as medidas cabíveis para conseguir ajuda. Tudo é muito difícil, dá medo, vergonha, mas temos que lutar por respeito e justiça. Não passarão. Assédio é crime!", acrescentou a ex-mulher de Marcelo Adnet.
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