Marido de Paula Thomaz age para impedir pagamento de R$ 300 mil a Gloria Perez

O advogado Sérgio Rodrigues Peixoto, marido de Paula Thomaz, assassina condenada de Daniella Perez (1970-1992), decidiu entrar na Justiça para tentar impedir a penhora do apartamento onde vive com a mulher, no Rio de Janeiro. O pedido ocorreu por conta da condenação que determinou o pagamento de R$ 300 mil de indenização à autora Gloria Perez, determinada no início do ano. 

O Notícias da TV teve acesso aos autos, antes de o segredo de Justiça do caso ser determinado, em maio deste ano. Peixoto alegava que o apartamento era o único bem material que ele tinha, e que vive com a mulher no local. Se ele for vendido para o pagamento da multa, eles não terão onde morar, pois não possuiriam fundos para a compra de um novo apartamento.

Na petição, Peixoto também diz que a mulher já pagou pelos seus atos. Paula Thomaz foi condenada a 18 anos e meio de prisão e cumpriu um sexto da pena antes de sair por bom comportamento da penitenciária. Desde então, ela virou promotora de eventos no Rio de Janeiro. Desde 2001, ela é casada com Sérgio Rodrigues Peixoto.

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O caso corre na 1º Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A condenação é de 250 salários mínimos, algo na casa dos R$ 303 mil. Por estar casada há mais de dez anos, Paula Thomaz tem direito a 50% dos bens do marido. Isso inclui o apartamento onde vivem. Por isso, o Judiciário considerou que a casa onde os dois moram representa fundos suficientes para o pagamento da quantia.  

Na última movimentação do processo, ocorrida na semana passada, foi sorteado que o relator do caso seria o desembargador Afonso Henrique Ferreira, que tem tempo indeterminado para analisar a questão. Enquanto isso não acontecer, o apartamento não pode ser colocado à venda para o pagamento da sentença. 

O processo é longo. A ação foi protocolada por Gloria Perez em 2005 e decidida em 2017. Nela, a escritora de novelas da Globo pedia reparação por danos morais, além de reembolso dos custos de velório e enterro de Daniella. 

A morte de Daniella Perez

Daniella foi morta aos 22 anos com 18 golpes de punhal dados por Guilherme de Pádua e sua então mulher, Paula Nogueira Thomaz. Na época, Pádua não gostou de ter sua quantidade de cenas reduzida e passou a pressionar a colega para que Gloria Perez, mãe dela e autora da novela, desse mais importância a seu personagem. Alguns colegas de elenco começaram a perceber o assédio.

Na noite de 28 de dezembro de 1992, Daniella estava voltando para casa após as gravações da novela quando seu carro foi fechado pelo de Pádua. Minutos depois, moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, chamaram a polícia para verificar a presença de carros num matagal.

Pádua e Paula foram presos pelo crime, mas o julgamento só aconteceu em 1997. O ator e a mulher foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. Ambos saíram da cadeia por bom comportamento em 1999.

O caso voltou a ser assunto popular por causa da série documental Pacto Brutal, lançada pela HBO Max, que conta o crime do ponto de vista da família de Daniella Perez e de amigos próximos que conviveram com a perda da jovem atriz.