PACTO BRUTAL
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Daniella Perez: documentário Pacto Brutal sai da bolha e vira sucesso com ambulantes nas ruas
A série documental Pacto Brutal, que mostra detalhes do assassinato de Daniella Perez (1970-1992), furou a bolha elitista do streaming. A produção da HBO Max é o novo campeão de vendas nas barraquinhas de DVDs piratas de camelôs em todo o Brasil. Os ambulantes notaram o grande interesse do público por causa das redes sociais, apostaram no conteúdo se deram bem.
"Chego a vender 25 por dia, tem dado muita saída", diz o ambulante João Corrêa Silva Santos, que disponibiliza o conteúdo no centro de Aracaju. "O povo quer ver a história, xingar aquele assassino do Guilherme de Pádua", explica Santos.
O Notícias da TV teve acesso ao DVD que mostra todos os cinco episódios de uma vez, sem menu interativo, por exemplo. É como se o telespectador estivesse assistindo a um longa-metragem sem pausas. O conteúdo chega próximo das cinco horas de duração.
A coluna encontrou cópias vendidas em São Paulo e Aracaju (SE), mas também existem registros nas redes sociais nas cidades de Santos (SP), Rio de Janeiro e Salvador. O preço médio de venda é de R$ 10, mais barato que uma assinatura da HBO Max, que custa R$ 27,90 por mês.
E o @cirohamen que encontrou aqui em Santos o responsável pelo fim da #HBOMax 😂😂😂😂😂 #PactoBrutal já está em DVD! pic.twitter.com/0amuTeukVd
— Thiago Vinício (@thiagovinicio98) August 4, 2022
"Tem muita gente pobre, né? Ainda tiro meu sustento, estou desempregado e vim vender DVD aqui na rua, consigo levar comida para casa", diz o ambulante.
Um fenômeno parecido ocorreu com o filme Tropa de Elite, em 2007. Cópias piratas do filme viralizaram no Brasil por causa da venda direta feitas pelos ambulantes.
Mesmo que pirataria de conteúdo seja um crime, Pacto Brutal ir para as barraquinhas de camelôs é um bom termômetro do sucesso. Isso coloca o documentário no hall de filmes blockbuster que são vítimas de pirataria, como Harry Potter, que também é explorado à exaustão pela plataforma.
Daniella foi morta aos 22 anos com 18 golpes de punhal dados por Guilherme de Pádua e sua então mulher, Paula Nogueira Thomaz. Na época, Pádua não gostou de ter sua quantidade de cenas reduzida e passou a pressionar a colega para que Gloria Perez, mãe dela e autora da novela, desse mais importância a seu personagem. Alguns colegas de elenco começaram a perceber o assédio.
Na noite de 28 de dezembro de 1992, Daniella estava voltando para casa após as gravações da novela quando seu carro foi fechado pelo de Pádua. Minutos depois, moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, chamaram a polícia para verificar a presença de carros num matagal.
Pádua e Paula foram presos pelo crime, mas o julgamento só aconteceu em 1997. O ator e a mulher foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. A pena dele foi de 19 anos em regime fechado, e a dela, de 15 anos. Mas ambos cumpriram muito menos tempo. Saíram da cadeia por bom comportamento em 1999.
O caso voltou a ser assunto popular por causa da série documental Pacto Brutal, lançada pela HBO Max, que conta o crime do ponto de vista da família de Daniella Perez e de amigos próximos que conviveram com a perda da jovem atriz.
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