QUANTO MAIS VIDA, MELHOR
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Marcella Maia: atriz de Quanto Mais Vida, Melhor (2021) supera fase difícil e lança álbum
Marcella Maia viveu um período conturbado depois de denunciar o preconceito que sofreu nos bastidores da novela Quanto Mais Vida, Melhor (2021), em que interpretou a Morte. Ela acusou um ator de se recusar a beijá-la em cena por ela ser uma mulher transexual. A atriz, que tem carreira internacional e participou de Mulher-Maravilha (2017), precisou de tratamento psicológico quando deixou a emissora.
A artista alega ter sido hostilizada nas gravações do folhetim das sete por expor sua insatisfação com os personagens e os colegas de elenco. "Eu precisava recuperar o meu amor próprio, porque ele estava aos pedaços", conta ela em entrevista ao Notícias da TV.
"Rolaram muitos convites depois que saí da Globo, porém eu estava doente. Precisava ir para terapia e me recuperar. Tiveram momentos em que sofri por conta do preconceito social, mesmo tendo uma carreira. Hoje me sinto forte para voltar. Nunca parei, mas precisei de um tempo para recuperar a minha saúde", desabafa.
"Eu já sabia que o cancelamento existia desde o princípio e não tenho medo. Ninguém tem o direito de cancelar alguém, as pessoas erram o tempo todo. Sempre passei por isso, principalmente quando me posicionei e discordei de algumas coisas da direção da novela e de outras que passei lá dentro e que eram agressivas", pontua.
Além de ter se queixado do preconceito que teria sofrido de um colega não mencionado, ela criticou nas redes sociais a atuação de Bárbara Colen, mas se desculpou. Marcella disse que a empresa não lhe deu espaço para participar de programas como Encontro, Mais Você, Domingão e Altas Horas, que convidam com frequência atores para promoverem suas novelas.
Eu fui cortada de todas as coletivas de imprensa e entrevistas da casa, mesmo tendo um papel fundamental para a trama. Mas o amor do público me deu forças para continuar. Entreguei um trabalho incrível e com muito amor.
"Eu já não era a queridinha e não era bem aceita. Isso me quebrou. O cancelamento veio a partir do momento em que aprendi a dizer 'não'. Hoje sou uma mulher que consigo dizer 'não', e acho isso maravilhoso", orgulha-se.
Marcella Maia reflete sobre sua vida e seu lugar no mundo em Contraditória, seu primeiro álbum musical, que já está disponível. A atriz e cantora escreveu e produziu canções que misturam funk, R&B e bossa nova. Ela acredita que sua "loucura" está bem representada no trabalho.
"Eu ultrapassei a estatística de pessoas trans por estar viva, podendo falar sobre o meu trabalho e expressar isso nas músicas com vivências e experiências para empoderar outras pessoas através da minha história e da arte. Isso me move", reflete.
O foco da artista está na divulgação de Contraditória, mas Marcella também se prepara para interpretar uma personagem complexa em Silent Drift, um filme norte-americano que vai abordar romance e mistério. "Tem quatro meses que estou estudando para o meu próximo papel", revela.
"Tentaram me tirar da atuação, que tanto amo. Porém, o mundo tem muitas possibilidades, e eu tenho muitas coisas para fazer e não vou parar por aqui. Acontecem coisas nos bastidores, mas nada me para. Sou forte. As pessoas tentam me machucar o tempo todo. Foco no meu trabalho e na minha arte sem deixar que as interferências e as maldades me afetem", dispara.
"A realidade é que temos que nos dedicar mais do que pensar no glamour. O meu trabalho fala por si só. As pessoas esquecem que, quando eu dei a minha primeira entrevista ao Brasil, logo depois da Harper's Bazaar na Espanha, eu já tinha feito Mulher-Maravilha e desfilado pelo mundo todo. Eu já era Marcella Maia e sempre que puder vou ajudar a minha comunidade", conclui.
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