TRATADA COMO PROSTITUTA
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E REPRODUÇÃO/REDETV!
Luisa Mell em foto em seu Instagram e Sikêra Jr. no Alerta Nacional de terça-feira (28), na RedeTV!
Com a alegação de que foi humilhada na televisão, Luisa Mell decidiu ir à Justiça contra Sikêra Jr., apresentador do Alerta Nacional, da RedeTV!. A ativista afirma que sentiu sua dignidade abalada por ter sido tratada "como se fosse prostituta" pelo comunicador e abriu um processo de danos morais em que pede R$ 1 milhão de indenização. A ação corre no Foro Central Cível, no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
O Notícias da TV teve acesso aos autos protocolados na quarta-feira (29), nos quais a empresária de 43 anos se queixa de ter sido atacada pelo apresentador publicamente em várias ocasiões. A rixa entre os dois começou em 23 de outubro de 2020. Naquele dia, o Alerta Nacional exibiu uma reportagem sobre zoofilia, e Sikêra teria feito graça da situação.
Por causa disso, a defensora dos animais foi às redes sociais repudiar o ato do comunicador. Após essa postagem, a militante alega que passou a ser ofendida publicamente pelo apresentador na RedeTV! e em outras situações. Em uma entrevista, por exemplo, ele declarou que a também atriz "só fica atrás de homem casado".
Uma outra fala de Sikêra que irritou a apresentadora ocorreu quando ele participou do Programa Raul Gil, no SBT, em agosto. O contratado da RedeTV! era o convidado do quadro Para Quem Você Tira o Chapéu, e o nome da artista apareceu. Sobre ela, ele disse que a ativista "gosta de dinheiro" e que sua ONG, o Instituto Luisa Mell, estava envolvida em uma grande "quantidade de denúncias", levantando suspeitas sobre a credibilidade da organização.
Tudo isso bastou para Luisa buscar a Justiça. Nos autos, sua defesa alega que o jornalista de 55 anos "vocifera ódio" e que, diante do que foi dito, sua cliente teve o "nome enlameado". "Ele demonstrou desrespeito a uma ativista que defende os animais, referindo-se a ela como se fosse uma prostituta. Mencionando que o negócio dela 'é ficar atrás de homem casado' e afirmando que seu passado a condena", diz a defesa na inicial.
"Se o réu chama uma senhora de puta, deve responder pelo que fez. Se o réu afirma que ela sai com homens casados, ele tem que responder. Se ele afirma que ela se apropria de valores de sua fundação, ele tem que responder diante disso", continua.
divulgação
Luisa, Agripino Magalhães e Angelo Carbone
Por ter sua "sua dignidade defenestrada e sua reputação achincalhada", Luisa pede R$ 1 milhão de indenização de danos morais. Ela também entrou com uma solicitação de tutela de urgência para que Sikêra não cite mais seu nome, sob pena de multa de R$ 20 mil.
Ao Notícias da TV, Angelo Carbone, advogado da empresária, explica que sua cliente se sentiu gravemente afetada pelas falas do apresentador. "Ele fala que ela só vai atrás de homem casado. O dano moral [R$ 1 milhão] é definido por desespero, desmoralização e ódio. O objetivo é punir para que o agressor não volte a agredir novamente. Não suportamos esse tipo de postura", declara.
A artista foi levada até Carbone por Agripino Magalhães, ativista LGBTQIA+, que recentemente denunciou o jornalista por homofobia após declarações preconceituosas no Alerta Nacional.
Em recuperação de uma recente cirurgia, Luisa não retornou os chamados da reportagem para comentar o caso. No entanto, sua assessoria de imprensa se manifestou a respeito das acusações contra o Instituto Luisa Mell.
"Não existe 1% de chance de ela perder a causa contra o Sikêra Jr. porque não é verdade. As contas dela são todas transparentes. Ela ganhou o prêmio de melhor ONG do Brasil --por um órgão muito importante-- porque eles foram fazer a auditoria. Então, é óbvio que ela entrou com a ação", informou a equipe. Em 2017, a instituição foi reconhecida no Prêmio Melhores ONGs, promovido pela revista Época e Instituto Doar.
Procurada, a defesa de Sikêra Jr. disse "desconhecer o processo".
Veja declaração de Luisa Mell sobre o caso:
Veja declarações de Sikêra Jr. que resultaram em processo:
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