CASO BORZOI
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM
Nome de Luisa Mell foi parar entre os mais comentados do Twitter após ela ser acusada de roubar cachorro
O nome de Luisa Mell voltou a ocupar os assuntos mais comentados do Twitter na tarde desta quarta-feira (16), após um usuário publicar uma série de tuítes falando que a ativista teria entrado em uma casa durante a madrugada para roubar um cachorro. Ela teve de se defender pelas redes sociais: disse que as "alegações são falsas" e que "nunca roubou um cachorro na vida".
A história começou após o perfil do usuário Pietra do Agreste publicar uma série de mensagens relatando que Luisa teria entrado com a ajuda de policiais na casa de uma família, às 4h da madrugada, com a intenção de roubar um cachorro da raça Borzoi, rara no país --estima-se que existam apenas 15 cães no Brasil.
Além dos donos da casa, haveria também uma criança que aparentava ser autista. Não demorou para o nome da ativista estar entre os assuntos mais comentados do dia. O perfil que postou inicialmente a história apagou as postagens em seguida.
Em um longo texto publicado em suas redes sociais Luisa diz que as acusações sobre o roubo do Borzoi é "falsa", mas que se trata de uma ação penal contra Gabriela Sertorio Bueno de Camargo.
A ação, movida desde dezembro de 2018, envolve uma ordem judicial de busca e apreensão em um canil clandestino no nome de Gabriela. Foram apreendidos nessa operação 143 cachorros de diferentes raças --entre eles um Borzoi.
"A apreensão ocorreu, depois de denúncias de criação irregular de cães e tráfico de drogas. A Borzoi estava há dias sozinha em um quarto escuro e sem janela quando a polícia chegou. Quem determinou quais cães seriam apreendidos foram as autoridades públicas", escreveu Luisa nas redes sociais.
Nos autos do processo, consta que no lugar da apreensão foi encontrado um "canil ilegal" e que todos os cães estavam em "condições insalubres". "Foram encontradas cadelas suturadas com linha de pesca, anestésicos e tesouras cirúrgicas, drogas, além de [uma] foto da Gabriela, que não é veterinária, em uma cesárea", afirmou Luisa.
O processo também explicita que todos os 143 cachorros foram levados ao Instituto Luisa Mell, "o qual possui toda a estrutura para o tratamento de referido animais".
A ativista, em seu texto, diz que a Justiça tentou durante mais de um ano encontrar Gabriela Bueno para que ela se defendesse nos autos da ação penal --ela responde por tráfico de drogas, maus-tratos de mais de 140 animais e exercício irregular da profissão de médico veterinário. Entretanto, a Justiça, desde 2019, não consegue contatá-la.
"Gabriela vem há meses perseguindo as autoridades policiais e as pessoas do Instituto Luisa Mell. Já foi condenada liminarmente a manter distância e, na semana passada, condenada a remover das redes sociais diversas acusações caluniosas, como a que uma Borzoi teria sido roubada", afirmou Luisa.
Em maio deste ano, Gabriela tentou um habeas corpus na Justiça, que foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Luisa Mell encerrou a carta dizendo que ela e seu instituto sempre estiveram à disposição das autoridades policiais. E afirmou que está "tomando todas as medidas judiciais contra as pessoas que vêm espalhando acusações mentirosas e criminosas" contra ela.
Segundo os laudos da perícia, dos 143 cachorros retirados do canil clandestino, 18 morreram. Entre eles, o Borzoi que teria sido roubado e sequestrado de uma casa de família. Segundo o laudo, o cachorro teria morrido devido a uma doença de carrapato.
O que levantou suspeitas nas redes sociais é que, dias mais tarde, um Borzoi saudável foi doado para a tradicional família Malzoni -- colaboradores pessoais do Instituto Luisa Mell, mas que segundo a ativista, não são amigos próximos.
No processo, não constam os atestados de óbitos nem os exames laboratoriais feito com os cadáveres dos caninos. Nas redes sociais, especulou-se que a cadela teria sido levada da casa de seus tutores, tida como morta e, dias depois, doada para os Malzoni. Luisa preferiu manter o silêncio sobre a suposta morte da Borzoi em sua defesa.
Confira a publicação de Luisa Mell:
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