DESABAFO
REPRODUÇÃO/SBT
Lobão e Roger no The Noite, do SBT; músicos romperam amizade de 40 anos por Bolsonaro
Apoiador ferrenho de Jair Bolsonaro na campanha de 2018, Lobão hoje pede o impeachment do presidente da República, a quem atribui a responsabilidade por uma "coleção de crimes". Além de mudar de opinião política, o músico rompeu com todos os amigos que ainda apoiam o mandatário, como Roger, do Ultraje a Rigor, com quem manteve um bom relacionamento por mais de 40 anos.
"Não falo mais com quem continua com Bolsonaro. Roger era um parceiro de 40 anos. Mas dei um block nele", disse o músico em entrevista à BBC News.
"Quem é Bolsonaro hoje em dia tem uma questão de higiene moral, não consigo nem falar. Não tenho o menor tipo de aproximação. Você não precisa ser um gênio para perceber o que está acontecendo no Brasil. É um acinte, um estupro, uma violência. Bolsonaro não fez nada de bom, tudo o que ele toca vira merda, é uma virtuose na merda", completou.
À reportagem, Lobão revelou que a pandemia o fez perder cerca de 90% de sua renda por conta da impossibilidade de fazer shows, seu principal meio para conseguir dinheiro.
"Fico mais preocupado com os músicos que trabalham comigo, que dependem muito dos shows. Sou um eremita, fico muito em casa, compondo e tocando", disse ele, que está prestes a lançar o disco Canções de Quarentena.
Essa é a terceira vez que Lobão se posiciona a favor do impeachment de um presidente da República. Em 1992, pediu publicamente a saída de Fernando Collor do cargo, e em 2016 fez coro à queda de Dilma Rousseff de seu segundo mandato no Poder Executivo.
"Para mim, o que Bolsonaro está fazendo supera em muito em gravidade o que os outros dois fizeram. Há uma coleção de crimes. O último é essa denúncia de superfaturamento de vacina", comentou o músico, referindo-se às denúncias de que o Ministério da Saúde havia cobrado propina para a compra de vacinas da Covaxin.
"O simples fato de esse cara andar na rua sem máscara, tirando máscara de criança, já é motivo (para impeachment). Ele é o presidente da República de um país com 500 mil mortos na pandemia, e ele dá esse exemplo todos os dias na televisão. Isso já é criminoso por si só, é genocida por si só", comentou.
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