Klara Castanho cobra R$ 100 mil de Antonia Fontenelle em ação por danos morais

Klara Castanho entrou com um processo de danos morais contra Antonia Fontenelle e cobra R$ 100 mil de indenização da youtuber. A guerra judicial teve uma primeira batalha nesta semana, quando a Justiça do Rio de Janeiro negou um pedido de liminar para que a influenciadora digital fosse obrigada a retirar as falas a respeito do crime cometido contra Klara do YouTube.

"Diante das gravíssimas ofensas comprovadas contra a autora [Klara Castanho], não restam dúvidas de que, no presente caso, estão preenchidos todos os pressupostos para condenar a ré [Antonia] ao pagamento de danos morais no valor R$ 100.000,00", informam os advogados de Klara na petição, antecipada pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, nesta terça (19).

JUSTIÇA

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No YouTube, Antonia mencionou a gravidez indesejada de Klara, que ainda não havia sido exposta na mídia. Na ocasião em que fez o comentário, a apresentadora não soltou o nome da jovem, mas afirmou que se tratava de uma atriz da Globo, de 21 anos, que tinha parido um filho e pedido para que o hospital doasse a criança.

Antonia Fontenelle não sabia que a atriz tinha sido vítima de um estupro, o que só foi revelado dias depois pela própria Klara, que se viu obrigada a explicar o que tinha acontecido depois de ser vítima de uma exposição indevida. Em um vídeo publicado após a repercussão do caso, a apresentadora do Na Lata falou que apenas reproduziu uma história que outros já estavam comentando.

"Não fui eu a precursora dessa notícia, já sabia há um tempo, mas quando todo mundo começou a falar, eu também falei. O vilão dessa história é o estuprador. Que tal a gente ir para o cerne da questão? A moça relatou que foi estuprada, mas acho que vocês não estão preocupados com isso, não... Covardia", disse.

O caso da indenização de danos morais ainda será analisado pela 2ª Vara Cível da Barra, no Rio de Janeiro. Na decisão em que vetou a liminar para que Antonia fosse obrigada a retirar o conteúdo sobre Klara do YouTube, a juíza Flávia Viveiro de Castro entendeu que "não se pode censurar".

"Os comentários sobre os fatos, as postagens estão todas na rede social. Não se pode censurar um discurso, por mais que com ele não concordemos. Isso, entretanto, não livra aquele que publica e emite opinião ofensiva, ou que espalha um discurso de ódio, produzida a prova e provados os fatos, de ser responsabilizado pelo que divulgou", entendeu a magistrada.

Caso Klara Castanho

Klara Castanho foi coagida a contar que sofreu um estupro, engravidou e deu o bebê para a adoção. A atriz de 21 anos teve o nome associado à gravidez após os jornalistas Matheus Baldi, Leo Dias e a youtuber Antonia Fontenelle revelarem informações dispersas sobre o caso. Ela escreveu uma carta aberta no último em 25 de junho e recebeu apoio de diversos famosos.

Baldi foi demitido do SBT no último dia 15. Sobre o vazamento da informação, o jornalista revelou que uma fonte muito confiável havia falado sobre a gravidez de Klara por telefone. Ele explicou que mandou uma mensagem por e-mail para a assessoria para formalizar a informação. Com a falta de retorno, ele decidiu postar a notícia, mas não cravou a gravidez. 

Minutos depois, Baldi recebeu uma ligação da assessoria. "'Matheus, eu preciso te falar, isso não se trata de uma gravidez comum, a Klara foi vítima de uma violência, a Klara foi vítima de um abuso, de um estupro. E preciso que você apague isso'. Naquele momento, ela colocou a Klara na ligação. E a Klara entrou me pedindo 'Pelo amor de Deus, pela minha vida, apague esse post, porque eu não quero falar sobre gravidez'. E eu disse 'claro', e apaguei". 

Baldi explicou que a distância entre a postagem e o apagamento foi de poucos minutos, mas que foi o bastante para atormentá-lo. Ele explicou que a própria atriz chegou a agradecê-lo por mensagem, assim como a assessora, que o elogiou pelo trabalho e pela compreensão.