Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

Novo restaurante

Erick Jacquin revela maior erro na carreira e oferece emprego a anão e drag queen

Carlos Reinis/Band

Erick Jacquin na cozinha de seu restaurante Le Bife; ele abrirá outro em breve e está aceitando currículos - Carlos Reinis/Band

Erick Jacquin na cozinha de seu restaurante Le Bife; ele abrirá outro em breve e está aceitando currículos

FERNANDA LOPES

Publicado em 23/8/2019 - 5h14

O chef Erick Jacquin teve que fechar seu restaurante em 2014 devido a problemas financeiros. Cinco anos depois, ele fala abertamente sobre os erros e não só vai abrir um novo estabelecimento como também ajudará outros cozinheiros a saírem do buraco. Jacquin estreia na próxima terça (27) a segunda temporada do Pesadelo na Cozinha, na Band, e ao mesmo tempo seleciona funcionários para o novo restaurante. Ele quer diversidade na equipe.

"Estou aberto. Não montei a equipe ainda, vou começar. Hoje imprimi 400 e-mails [com currículos]. Quero fazer um restaurante que é o espelho do Brasil. Quero todos os tipos de pessoa, mulher, japonês, negro, gay. Quero um anão, estou procurando. E quero drag queen. O Brasil é isso", afirma.

O novo restaurante está em fase de acabamento e deverá ser inaugurado em breve, numa área nobre de São Paulo. De 2006 a 2014, Jacquin foi dono de um restaurante que foi à falência por problemas de gestão financeira --por exemplo, os vinhos eram comprados no cartão de crédito do sommelier porque Jacquin não tinha dinheiro para nada, segundo ele mesmo relata.

O chef diz que faria tudo de novo em sua vida, mas confessa que um grande "defeito" seu colaborou bastante para a falência do restaurante.

"Sou muito generoso. [Quando soube que queria abrir outro restaurante] Minha mulher me olhou e falou: 'Você vai me jurar que todo mundo vai pagar no restaurante. Vai parar esse negócio de champanhe no bar com caviar para os amigos, isso dá muito prejuízo'. Eu prometi que todo mundo vai pagar. A gente não pode oferecer [de graça] a única coisa que sabe fazer, essa é a verdade", admite.

Outro problema que Jacquin enfrentou foram os vários processos trabalhistas. Ele também não nega que foi duro demais com seus funcionários e passou dos limites, mas ressalta que pagou tudo o que devia e que hoje apoia a Reforma Trabalhista.

"Eu jurei nunca mais assinar uma carteira de trabalho, mas voltei atrás. Quando falei que ia abrir um restaurante, é porque a lei trabalhista mudou. É uma evolução do país, precisa disso", afirma o francês.

"Muita gente fala: Jacquin, você quebrou e vai ajudar os outros? Mas é por isso que eu posso ajudar os outros. Tudo que eu passei foi aprendizado, eu paguei. Poderia fugir, ir embora, mas eu paguei. Não vou falar quanto, nem sei, não quero nem saber. Mas não desisti. Por isso eu vou em frente com as pessoas no Pesadelo na Cozinha, falo para serem corajosos", explica.

carlos reinis/band

No Pesadelo na Cozinha, Jacquin ajuda cozinheiros a tirarem seus restaurantes da crise


Pesadelo de Jacquin

Na nova temporada do reality, Jacquin se propõe a ajudar sete restaurantes que estão à beira da ruína. Ele encontra cozinheiros com dificuldades de fechar as contas, de manter a equipe unida e de ter uma cozinha limpa e mercadorias em bom estado. Em uma semana de gravação, Jacquin dá bronca nos participantes, ensina técnicas de cozinha e de trato com clientes, e sua equipe reforma o restaurante todo.

O chef ficou chocado ao encontrar pessoas trabalhando em condições totalmente condenáveis para uma cozinha, mas diz que o que mais lhe marcou foi ver as dificuldades emocionais e cotidianas das pessoas. Ele mesmo ganhou uma nova perspectiva sobre a gastronomia.

"A gente pensa que restaurante é isso, os chefs de cozinha que são conhecidos, aparecem nas revistas, que você conhece. Mas tem um mundo da gastronomia completamente diferente, que às vezes a gente se esquece de falar. Tem muita gente na luta todo dia para abrir e conseguir não fechar. Nosso trabalho [no programa] é dar a oportunidade de a pessoa não desistir", declara.

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.