DEFESA ÀS VÍTIMAS
Reprodução/TV Globo
Claudio Manoel, ex-integrante do Casseta e Planeta (1978-2016), repudiou a postura da Globo sobre denúncias de assédio
Claudio Manoel, ex-integrante do Casseta e Planeta (1978-2016), criticou a postura da Globo com relação ao caso Marcius Melhem. O humorista afirmou que a emissora está protegendo o ex-diretor ao assumir uma postura isenta sobre as acusações de assédio sexual e moral. "Tudo fica mais difícil quando o acusado possui tamanha proteção e tem cara de fofo, né?", disparou.
O comediante ainda ressaltou a importância de sempre estar do lado da vítima, neste caso, Dani Calabresa e mais 11 funcionários. Segundo ele, ficar a favor do acusado só aumenta as desconfianças.
"A quantidade de relatos é muito grande. Então, fica muito difícil de você não crer que tudo isso é verdade. Apesar de não estar presente no local, é sempre preciso se colocar no papel da vítima. Muita gente pode não acreditar. Mas ninguém tem escrito na testa: 'sou abusador'", completou, em entrevista ao programa Rock a 3, da Kiss FM, na última quarta-feira (9).
Manoel também repudiou a criação de um abaixo-assinado de apoio a Melhem logo após a divulgação dos assédios, no início de 2020, quando ele ainda era contratado da Globo.
"E aquela história do abaixo-assinado de solidariedade com o número da sua matrícula? O chefe pede para você assinar um papel com o seu número de matrícula e você faz o quê?", questionou referindo-se ao episódio divulgado pela revista Piauí.
Claudio Manoel ainda refletiu sobre o sofrimento que uma vítima pode passar quando não é ouvida ou tem a sua palavra desacreditada.
"Você vê muitos casos lá fora, vê muitos seriados falando sobre o assédio. E aí você fica pensando naquilo, o que aquela pessoa passou de constrangimento, de amargura nos dias posteriores, e perguntando o que fazer ou o que vão pensar dela. Tomar coragem para falar e não acontecer nada! É complicado."
Ele ainda se incluiu como alvo de Marcius Melhem: "Eu me senti muitas vezes atingido, inclusive com falas do Melhem 'acusando' a geração anterior de humoristas com frases do tipo 'não haverá mais piadas machistas, piadas sexistas'. Parecia que nós acordávamos todos os dias para fazer isso! Ser profeta do passado é mamão, eu quero ver adivinhar o futuro".
Assista à entrevista completa abaixo:
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