Bombeiro que ajudou no resgate de Marília Mendonça iria ao show dela em Caratinga

Um dos bombeiros que ajudou na operação de resgate do avião que transportava Marília Mendonça (1995-2021) e equipe, Johnn Leno era fã da cantora sertaneja e iria ao show dela em Caratinga (MG). "Passamos da espera pelo fim do expediente para ir curtir o show da Marília Mendonça para o resgate da mesma e os demais que com ela estavam", relatou o agente nas redes sociais.

"A princípio, estava deslocando para a ocorrência sem saber que se tratava do avião da mesma [Marília]. Ao tomar ciência da informação, veio aquele choque. Ocorrência que traz um grande trauma, visto que se trata de uma pessoa que faz parte da vida de milhões de pessoas, inclusive a minha", escreveu o bombeiro em seu perfil no Instagram. 

Leno compartilhou uma foto com os colegas de farda para homenagear a rainha da sofrência: "Teve uma passagem rápida, porém meteórica. Vai com Deus, Marília, que Deus a tenha junto dele. Você fez história! [Na foto está] Parte da equipe que realizou o resgate".

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Além de Marília, estavam presentes na aeronave o produtor Henrique Ribeiro, o assessor e tio da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Jr. e o copiloto Tarciso Pessoa Viana. Todos morreram na queda do avião.

Em entrevista ao G1, o funcionário público contou que estava ansioso para ver pela segunda vez uma apresentação de Marília Mendonça junto com sua mulher, Michelly Dias. A primeira havia sido em 2016, também em Caratinga. 

"Quando a gente ficou sabendo que viria outro [show] aqui [em Caratinga], minha esposa ficou louca. Eu até chamei um [policial] militar, que inclusive foi o primeiro a entrar na aeronave, para ele e a esposa dele irem com a gente", relatou o fã. 

Johnn Leno atendeu a uma das muitas ligações recebidas no quartel que informavam o acidente. Segundo ele, uma mulher falou que havia caído um avião e que, aparentemente, as vítimas estavam bem.

Eu trabalho no setor administrativo. Como muita gente deve ter ligado, o 193 estava ocupado e caiu no setor em que eu trabalho. Quando atendi, uma mulher disse que o avião tinha caído naquela hora. Perguntei se tinha fumaça, fogo, se tinha alguém vivo. Ela respondeu que não tinha fogo e nem fumaça, mas que tinha um cheiro muito forte de combustível. Disse ainda que, pelo que ela tinha ouvido falar, o pessoal estava bem.

Em seguida, Johnn Leno também contou que, ao chegar no local do acidente, ele tinha imaginado que as vítimas da queda estavam vivas, já que a aeronave não parecia muito danificada. "Ele [o militar] adentrou lá, já começou a verbalizar, perguntando se tinha alguém vivo, foi aferir pulsação, ver se alguém estava respirando e ninguém respondeu. Como não podemos constatar o óbito, esperamos a chegada do médico do Samu", contou.

Durante os trabalhos de resgate, o primeiro policial que entrou no avião disse ter visto um corpo feminino e que poderia ser o de Marília Mendonça. "Eu queria acreditar que não era ela, que deveria ser alguém parecido. Eu estava no meio da cachoeira para poder receber os corpos e levar para a parte mais seca. Quando olhei e vi que era o rosto dela, pensei: 'Agora não tem como falar que não é ela'". 

Fã de Marília, o bombeiro ainda ressaltou que a ouvia quase todos os dias pela manhã e que sentiu o perfume da sertaneja ao pegar o corpo dela no colo, o que o marcou. 

"Eu até comentei com minha esposa que na hora que eu peguei ela [Marília Mendonça], eu senti um perfume bom que não vai sair da minha cabeça. Eu poderia ir no show, tirar uma foto com ela e sentir o mesmo perfume, mas sentir ali, daquela forma, é uma situação que provavelmente não vai sair da cabeça", finalizou Leno. 

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