SEGUNDO TESTEMUNHAS
FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Marília Mendonça em uma imagem publicada no avião que caiu na última sexta-feira (5) em MG
O avião que levava Marília Mendonça (1995-2021) e outras quatro pessoas até o aeroporto de Caratinga, no interior de Minas Gerais, perdeu os dois motores enquanto caía na sexta-feira (5). De acordo com testemunhas que viram a queda da aeronave, o bimotor girou antes de colidir com as pedras da cachoeira.
Próximo ao local onde o avião caiu, há uma casa. Os funcionários que trabalham na propriedade relataram o que viram e ouviram. "Foi um barulho muito forte", disse a empregada Dila Santos ao Fantástico neste domingo (7).
"Eu sabia que tinha um avião passando, mas nós estamos acostumados com os aviões passando aqui. Só que eu pensei: 'Nossa, tá muito baixo. Esse avião tá voando muito baixo'", observou ela, que confirmou ter visto a aeronave girando no ar.
"Ele já veio girando, rodando e já caiu", comentou Dila. Outro morador reforçou o relato da vizinha. "Eu estava no terreno da minha casa, quando eu ouvi um barulho. Aí eu olhei para cima e vi o avião vindo daquela torre [de energia] lá. Ele veio girando, depois 'embicou' para baixo e foi girando tipo um jacaré quando pega uma presa", comparou o caseiro José Antônio da Silva.
O Fantástico também conversou com o soldado Rafael Libardi, que foi o primeiro socorrista a entrar no avião para fazer o resgate. "Quando eu me aproximei do avião, a porta já estava aberta. Eu chamei e tentava buscar uma resposta de alguém, aí que eu fui me dar conta que era a Marília Mendonça", explicou o bombeiro.
Internamente, o bimotor estava bastante quebrado, com as bagagens reviradas e repleto de destroços. Ao entrarem, os profissionais de saúde verificaram os sinais vitais e constataram que todos os cinco ocupantes tinham morrido durante a queda.
Destroços de avião que caiu em cachoeira
Além de Marília, o piloto Geraldo Medeiros Junior, o copiloto Tarciso Pessoa Viana, o produtor Henrique Ribeiro e o assessor e tio da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, estavam a bordo.
A altitude do avião ao se aproximar do aeroporto é um dos pontos a serem investigados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão vinculado à Aeronáutica responsável por apurar o que pode ter acontecido com o bimotor King Air da Beech Aircraft.
O que foi confirmado ainda no dia da queda foi a colisão da aeronave com uma torre de energia que fica próxima ao aeroporto de Caratinga. Faltava pouco mais de cinco quilômetros para o pouso quando a batida aconteceu nos cabos de energia elétrica.
"É uma pista de 1080 metros asfaltada, com serra dos dois lados. É um aeroporto que, por ter esses obstáculos e ficar dentro de um vale, para quem não conhece essa região, é um aeroporto com dificuldade para operar", explicou à Globo Gabriel Freitas de Faria --piloto que já pousou mais de 100 vezes na pista onde o avião deveria ter pousado.
A fuselagem do avião estava relativamente preservada, mas os dois motores caíram durante a queda. "Essa aeronave não requer caixa-preta, já foi confirmado que ela não tem esse equipamento. Os dois motores se desprenderam da aeronave, um está logo à frente dela, e o outro está um pouco mais à frente", falou Oziel Silveira, investigador do Cenipa, em coletiva.
As investigações podem durar mais de um ano. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) indicou que a PEC, dona do avião, tem autorização para realizar táxi aéreo e que o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade do avião, documento que atesta as condições deste tipo de veículo, é válido até julho de 2022.
Confira homenagens a Marília Mendonça:
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