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PASTOR CONFIRMOU

Assassino de Daniella Perez, Guilherme de Pádua morre aos 53 anos

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

Guilherme de Pádua infartou e morreu neste domingo

Guilherme de Pádua morreu de infarto na noite deste domingo (6); ele foi condenado por crime

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 6/11/2022 - 23h14
Atualizado em 7/11/2022 - 9h17

Condenado pelo assassinato de Daniella Perez (1970-1992), Guilherme de Pádua morreu na noite deste domingo (6), aos 53 anos. Ele sofreu um infarto. A informação foi confirmada pelo pastor Márcio Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, congregação na qual o ex-ator atuava como pastor.

"É um moço que a sociedade não compreende, porque ele praticou aquele crime tão terrível da Daniella Perez, foi preso, cumpriu a pena, mas se converteu. Era uma lagarta e virou borboleta. Chegou a notícia que, dentro de casa, agora caiu e morreu. Morreu agorinha. Acabou de morrer", anunciou Valadão, em uma live feita pouco depois das 22h no Instagram --após a repercussão, o vídeo foi apagado.

"Aquilo [a notícia da morte de Guilherme] para mim foi um impacto muito grande, pois hoje, às 10h, eu estava dirigindo o culto, e ele estava no primeiro banco com a esposa, servindo ao Senhor, cantando, orando e louvando", disse o religioso, que deu a notícia com tranquilidade e em alguns momentos com sorriso no rosto.

Poucas horas depois, a Igreja Batista da Lagoinha divulgou uma nota confirmando a morte e lamentando o ocorrido. No texto, a instituição afirmou que o ex-presidiário estava empenhado em viver de acordo com os princípios que adotou depois da conversão.

"Guilherme pagou à Justiça o que ela lhe impôs, como cremos que deve acontecer, e nós, como corpo de Cristo, nos posicionamentos para sermos para ele e tantos outros já condenados por crime diversos, aquilo que a Bíblia nos instrui: o lugar da nova chance que apenas Jesus pode dar ao que se arrepende", escreveram no comunicado.

O ex-ator será velado nesta segunda-feira (7), às 10h30, na igreja que ministrava, em Belo Horizonte, Minas Gerais. De lá, o corpo deve seguir para o sepultamento, marcado para o início da tarde, no cemitério Parque da Colina, zona oeste da cidade.

Pádua nasceu em 2 de novembro de 1969, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Se mudou para o Rio de Janeiro na década de 1980 para tentar a carreira de ator. Fez teatro e conseguiu ser escalado para trabalhar na Globo. Em 1992, ele assassinou sua colega de novela, Daniella Perez, filha de Gloria Perez. Após ser condenado, preso e libertado, virou pastor.

Paula Thomaz

O nome dele e o de Paula Thomaz, com quem o ator era casado na época do crime, voltaram a aparecer na mídia neste ano, com a estreia da série Pacto Brutal na HBO Max. Paula também foi condenada pelo assassinato de Daniella.

Guilherme se casou outras duas vezes: com Paula Maia, com quem ficou entre 2006 e 2014, e com sua atual mulher, a maquiadora Juliana Lacerda --eles estavam juntos desde 2017.

Morte de Daniella Perez

O ex-ator e Daniella faziam parte do elenco da novela das oito De Corpo e Alma (1992), a primeira que Gloria Perez assinou como autora. Na trama, a atriz de 22 anos vivia a bailarina Yasmin, apaixonada por Caio (Fabio Assunção).

No entanto, como as famílias dos dois eram inimigas, a jovem se envolveu com o motorista de ônibus Bira (Guilherme de Pádua), um rapaz bruto e machista, mas que ajudava a família dela.

Ao longo dos capítulos, o namoro de Yasmin e Bira terminou, para que a personagem voltasse a ficar com seu par romântico inicial, Caio. Pádua não gostou de ter sua quantidade de cenas reduzida e passou a pressionar Daniella para que Gloria desse mais importância a seu personagem. Alguns colegas de elenco começaram a perceber o assédio.

"Dez dias antes do trágico ocorrido, vi Daniella entrar no carro da atriz Juliana Teixeira pedindo para irem logo embora. E que não desse carona para Guilherme, porque ela não aguentava mais ele ficar alugando o ouvido dela o tempo todo", disse a atriz Carla Daniel, em depoimento resgatado por Gloria em um site que reúne todos os desdobramentos do crime. Carla vivia a ex-namorada de Bira, Sheila.

A pressão de Pádua sobre Daniella aumentou em 28 de dezembro, dia em que um novo bloco de capítulos chegou para o elenco. O ator só aparecia em dois de seis episódios e intimidou a moça na frente de todo o elenco.

"Você já contou para sua mãe que esse sujeito está lhe perseguindo?", questionou o ator Sandro Solviatti. Daniella negou, dizendo que não queria prejudicar ninguém. "Se você não contar hoje, amanhã eu ligo para sua mãe e conto!", disse ele. Mas não houve tempo para isso.

O crime

Na noite de 28 de dezembro de 1992, Daniela estava voltando para casa após as gravações da novela quando seu carro foi fechado pelo veículo do então colega de cena. "Ela sai do carro cobrando explicações, ele a desacorda com um soco e a atira no interior do Santana, que sai dirigido por Paula Thomaz", escreveu Gloria Perez no site.

Minutos depois, moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, chamaram a polícia para verificar a presença de carros num matagal. Um policial encontrou apenas o carro usado por Daniella, que pertencia ao marido dela, o ator Raul Gazolla. Mesmo armado, o agente decidiu se esconder atrás de uma árvore. E tropeçou no corpo de Daniella.

"Foram 18 estocadas no coração e no pescoço. Um violento soco na face direita, de acordo com os laudos periciais, aplicado minutos antes da morte. Nenhuma lesão de defesa", contou Gloria no site. "Naquela mesma noite, [Guilherme de Pádua e Paula Thomaz] foram à delegacia, no carro onde cometeram o crime, para abraçar nossa família e prestar condolências."

O julgamento

O ator chegou a ir ao velório de Daniella também, para não deixar suspeitas. Mas uma pessoa que morava próxima ao local do crime havia anotado as características e as placas de ambos os carros. Com os dados, investigadores foram até os estúdios onde a novela era gravada e encontraram o veículo de Pádua.

Ele já havia alterado a placa, mas acabou confessando o crime após ser pressionado. Pádua e Paula foram presos imediatamente, mas o julgamento só aconteceu de fato em 1997. O ator e sua mulher foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. A pena dele foi de 19 anos em regime fechado. Mas só cumpriu um terço desse período. Saiu da cadeia por bom comportamento em outubro de 1999.

Pádua, então, começou a trabalhar numa igreja evangélica em Belo Horizonte, Minas Gerais. A união com Paula Thomaz chegou ao fim, e ele se casou mais duas vezes; estava com a estilista Juliana Lacerda. Em 2017, ele se tornou pastor da mesma igreja. Desde 2018, Pádua demonstrou apoio a Jair Bolsonaro.


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