SAUDADES, BIAL!
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Tiago Leifert no estúdio do BBB20; apresentador se excedeu e virou jogador do reality show
REDAÇÃO
Publicado em 28/4/2020 - 0h30
Após três anos apanhando do público, esperava-se que Tiago Leifert pudesse se reinventar no comando do BBB20, tido como a edição histórica do reality show. Ele mudou, mas não muito. Em vez de apimentar o jogo com discursos inteligentes, optou por interferir no desfecho, colocando dentro da casa informações externas. Não à toa, uma intensa campanha dos fãs se repetiu, pedindo à Globo a saída do apresentador.
As lágrimas que deixou escorrer por duas vezes na final desta temporada, que consagrou Thelma Assis como campeã, o colocaram em um lugar mais humano e o aproximaram da audiência, mas não apagaram as falhas cometidas ao longo dos quase 100 dias de programa.
Em 2019, o pior ano de Leifert no comando do Big Brother Brasil, ele foi intensamente cobrado por uma participação menos apática e maior envolvimento com o jogo. O máximo que conseguiu fazer foi gerar uma indisposição com o público com suas opiniões controversas sobre a dinâmica do reality.
Disposto a provar-se um apresentador à altura do maior programa do gênero no país, voltou a cair em desgraça justamente por mudar a maneira de se posicionar. Se antes era distante, desta vez ele ultrapassou o bom senso que o posto pede. Em seus discursos de eliminação, colocou dentro da casa uma série de informações externas que impactaram no curso da história do BBB20.
Em 11 de fevereiro, quando anunciou a saída de Hadson Nery, ele apresentou um texto que mais parecia um desabafo pessoal. O ex-jogador de futebol, terceiro a deixar o BBB20, foi condenado pelo tribunal da internet por suas falas machistas e misóginas, mas Leifert saiu em defesa do paraense antes de tirá-lo da casa.
"Quem lincha é herói? Ou vilão? Não adianta nada ficar de biquinho quando te atacam na internet e depois atacar os outros com seus milhões de seguidores quando você discorda de alguma coisa. Não adianta salvar cachorros e gatos se para isso você destrói reputações e vidas humanas", disse ele.
As mulheres do confinamento ficaram confusas e interpretaram a fala dele como um alerta sobre suas condutas no jogo. Nas redes sociais, o público fez a hashtag #ForaTiago ficar por mais de 12 horas como o assunto mais comentado do Twitter.
Desde então, o apresentador foi além em suas tentativas de botar fogo no parquinho. Disse para os participantes que não adiantava eles brigarem por divisão de comida ou sobre quem ficaria na Xepa, porque o público não estava dando atenção para isso. Em seguida, nunca mais vimos discussões sobre biscoitos ou feijões no BBB20.
Babu Santana também se beneficiou das informações externas. Após bater na trave por algumas vezes nas provas que valiam a liderança ou prêmios substanciosos, como um carro zero-quilômetro, ele avisou o ator para não ficar preocupado, pois o público estava vendo seu esforço nas dinâmicas.
Leifert também foi controverso ao impedir que Guilherme Napolitano trouxesse à tona os excessos de Pyong Lee em uma festa. O hipnólogo tocou o corpo de Flayslane Raiane e de Gizelly Bicalho de maneiras impróprias e tentou beijar Bianca Andrade e Marcela Mc Gowan contra suas vontades. Em um jogo de afinidades, feito ao vivo, o apresentador interrompeu o modelo e o proibiu de ressuscitar o tema. Novamente a campanha #ForaTiago foi incendiada nas redes sociais.
O apresentador se excedeu ao falar para Mari Gonzalez, que ainda estava confinada, que a conexão com Ivy Moraes foi positiva para ela no jogo, falou para os participantes que o público rejeita quem se oferece para ir ao paredão, e foi acusado de ajudar Rafa Kalimann na prova do anjo de 21 de março, da qual ela saiu vencedora --e ainda faturou um carro zero-quilômetro.
Embora tenha se esforçado, não encontrou o tom certo para conduzir o Big Brother Brasil pelo quarto ano consecutivo ao se posicionar como um jogador externo. Não sentir saudades de Pedro Bial é uma tarefa difícil para quem acompanha o reality show desde a sua primeira temporada.
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