RETA FINAL
FOTOS: REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Pedro Scooby no BBB 22; participante representou a visão antijogo durante toda a temporada
O BBB 22 se aproxima do final com audiência satisfatória e boa receita comercial, mas sem chegar perto da mobilização e da comoção nacional que foram geradas pelas edições de 2020 e 2021. Parte disso se deve a erros da Globo na preparação para o reality, bem antes de o programa começar.
A seleção de elenco foi um fator que deixou a desejar. Se no ano passado o público conheceu participantes que entendiam muito bem o esquema do BBB e estavam comprometidos em proporcionar entretenimento ao público, como Gil do Vigor e Sarah Andrade, dessa vez houve quem debochasse das dinâmicas do programa e pregasse o "BBB do amor".
Também já passou da hora de a emissora reajustar o prêmio ao vencedor do Big Brother. O valor de R$ 1,5 milhão em dinheiro está desvalorizado, e um aumento financeiro certamente faria participantes se empenharem mais.
Confira exemplos de sete erros da Globo que contribuíram para um BBB 22 mais fraco do que os anteriores:
Tiago Abravanel só queria amor no BBB
Nos últimos dois anos, o público assistiu a um grande contraste entre os participantes do Camarote. Em 2021 eles surpreenderam por suas atitudes "malignas", com destaque para Karol Conká, Nego Di e Projota. Já no BBB 22, os famosos foram só paz e amor. Pedro Scooby se recusou a participar do jogo em vários momentos, e Douglas Silva também já quis boicotar dinâmicas como o Jogo da Discórdia.
Mas o campeão inverso foi Tiago Abravanel, que não só fez pregações por mais amor na casa como desistiu do programa ao perceber que poderia ser indicado ao paredão. Uma seleção melhor de elenco, com famosos que quisessem mesmo viver o programa e deixar suas marcas ali, teria evitado esses tipos de cenas.
Eliezer é o último lollipopper
Como se não bastasse o desinteresse dos Camarotes, os Pipocas não se ajudaram e não fizeram questão de crescer no jogo. Com exceção de algumas figuras que movimentaram a casa, como Gustavo Marsengo e Natália Deodato, de forma geral o elenco não criou histórias relevantes na casa e na história do BBB.
Jade fazendo estratégia no quarto do líder
A mudança do quarto do líder para a área superior da casa tirou boas possibilidades de interação e provocação para o elenco. Em edições anteriores, o quarto na área externa gerou muita fofoca (pois os participantes conseguiam observar as mesas táticas dos líderes e seus aliados) e até perturbação --como quando Felipe Prior fez barulho enquanto cumpria o castigo do anjo com intenção de atrapalhar o sono de Pyong Lee no BBB 20. Neste ano, com o cômodo totalmente fechado e inacessível para quem não está no Vip, muito do interesse se perdeu.
Arthur Aguiar na Sala de Comando BBB
Nem os próprios participantes acreditavam que um paredão falso poderia acontecer neste ponto do jogo, após o reality chegar no top 10. As principais intrigas já haviam sido desfeitas, tanto que Arthur Aguiar se voltou (com alta carga dramática) contra os próprios aliados. Se tivesse acontecido em momentos de tensão na casa, a dinâmica poderia ter rendido muito mais.
Eslovênia quebrou câmera caríssima
Com exceção de alguns castigos do monstro, a produção do BBB continua pegando leve com as punições. Não houve quarto branco nem nada remotamente parecido. Eslovênia Marques, por exemplo, quebrou uma câmera caríssima, e a produção descontou apenas poucas estalecas do elenco --o episódio não surtiu qualquer efeito na votação da semana.
Em A Fazenda, há muitas possibilidades de punição, o que consequentemente gera muito atrito entre o elenco. A Globo poderia se inspirar na concorrência e implementar uma rédea mais curta também.
Lucas ganhou prova por sorteio
O público reclamou nas redes sociais das provas do BBB, que estavam muito chatas, sem grandes competições ou reviravoltas. As provas Bate e Volta mantiveram o mesmo formato ao longo de vários domingos, e até a Prova do Líder se repetiu, com competições de memória em duas semanas seguidas. Houve também uma prova de resistência decidida na sorte, o que causou revolta nos telespectadores e nos próprios participantes.
Arthur é favorito ao prêmio do BBB 22
Desde 2010 o BBB paga R$ 1,5 milhão ao vencedor. Ou seja, o prêmio foi muito desvalorizado pela inflação ao longo de 12 anos. Apesar de ainda ser muito dinheiro, é um valor não tão distante para os integrantes do Camarote. Já para os Pipocas, pode haver a noção de que, com a visibilidade e os seguidores que conquistaram ao aparecerem no programa, é fácil ganhar essa quantia fazendo publicidade em redes sociais. O aumento do prêmio poderia mudar consideravelmente o jogo.
"Para a maior parte deles, R$ 1,5 milhão é grana ainda. Mas óbvio que se fossem R$ 10 milhões você ficava com mais adrenalina de ganhar. Quanto maior o prêmio, maior a adrenalina", explicou o psiquiatra Jairo Bouer, na live Consultório BBB, do Notícias da TV.
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