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CHEFE DO HUMOR NA GLOBO

Marcius Melhem detona Danilo Gentili: 'Comédia não anula o Código Penal'

Carol Caminha/TV Globo e Reprodução/SBT

Marcius Melhem, chefe de Humor da Globo, criticou postura do comediante Danilo Gentili, do SBT - Carol Caminha/TV Globo e Reprodução/SBT

Marcius Melhem, chefe de Humor da Globo, criticou postura do comediante Danilo Gentili, do SBT

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 23/4/2019 - 15h47

Chefe do Humor na Globo, o comediante Marcius Melhem detonou Danilo Gentili durante uma discussão sobre as responsabilidades que um comediante deve ter ao exercer seu ofício. Condenado à prisão no último dia 10, o apresentador do The Noite alegou censura e um atentado à liberdade de expressão. Melhem discordou: "A comédia não anula o Código Penal. A liberdade do comediante tem que ser uma via de mão dupla".

A lição do responsável pelos programas humorísticos da Globo ocorreu nesta terça (23), em uma rodada de discussões no Rio2C, sucessor do Rio Content Market, maior evento do mercado audiovisual do país.

Melhem não citou o nome de Gentili nenhuma vez, mas deixou claro que se referia ao caso do ex-CQC, condenado a seis meses e 28 dias de prisão em regime semiaberto pelo crime de injúria contra a deputada federal Maria do Rosário.

"A gente pode discutir se a pena é desproporcional ou não, mas é do jogo que a gente seja processado. A liberdade do humorista não anula todos os outros preceitos constitucionais. Não está acima de tudo e de todos, é uma coisa que soa mimada, não é? Achar que eu posso falar o que eu quiser e ninguém pode falar nada contra mim porque estou fazendo uma piada", alfinetou o ator.

Obviamente engajado na defesa de sua classe, Melhem continuou a atacar quem acha que humor precisa ser agressivo. "A desculpa de fazer uma piada não é salvaguarda constitucional, eu não sou um cidadão que não pode ser atingido, processado ou contrariado. A liberdade é pra todo mundo."

Melhem admitiu que também teve problemas com a Justiça por causa das piadas que fez em seus programas na Globo, como o Tá no Ar (2014-2019) ou o novo Zorra, que ele reformulou em 2015. "Não tem como ter um canhão do tamanho da Globo e não entrar em confusão. Eu geralmente não dou publicidade a elas, porque acho que é parte do jogo", disse ele, afirmando que religião é um dos temas mais espinhosos.

Agora, ele prefere fazer um humor que não apele para a baixaria ou para a agressão. "Cada comediante tem o seu modo de agir, a sua ética, o seu jeito de pensar o humor e de fazê-lo. Eu acredito que é possível fazer humor e falar sobre tudo sem partir pro ódio e pra agressão. Eu acho que uma das funções do humor é combater o ódio e a agressão, e você não combate isso com mais ódio e agressão", filosofou.

Melhem também foi enfático ao negar que Gentili tenha sofrido censura. "Uma vez que estou falando de uma consequência do que foi falado, não é censura. Seria censura se eu não pudesse falar. Se eu estou respondendo pelo que eu falei, isso gerou um processo, e eu posso me defender... Acho que a gente continua vivendo numa democracia", minimizou o chefe do Humor da Globo.

Sem falar especificamente do comediante do SBT, o ex-Caras de Pau ainda deixou uma lição de moral. "Eu procuro exercer o meu ofício com responsabilidade e consciência. Acho que a gente não precisa deixar a consciência em casa na hora de fazer humor. Essa desculpa de que é só uma piada é muito fácil, uma vez que a gente tem de se esforçar muito para ser um profissional do humor, né?"


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