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MARCIUS MELHEM

Zorra volta com mais crítica política e reclama de 'concorrência desleal'

Pedro Paulo Figueiredo/TV Globo

Marcius Melhem é o redator final dos textos do Zorra: políticos fazem piada de mau gosto - Pedro Paulo Figueiredo/TV Globo

Marcius Melhem é o redator final dos textos do Zorra: políticos fazem piada de mau gosto

MÁRCIA PEREIRA, enviada ao Rio de Janeiro

Publicado em 14/4/2017 - 5h48

Mancadas, discursos atrapalhados e escândalos políticos são tudo o que os roteiristas e atores do Zorra querem para satirizar a realidade na terceira temporada do humorístico. O programa volta ao ar neste sábado (15) na Globo prometendo um maior conteúdo crítico à política nacional, cada vez mais suja pelas denúncias de corrupção.

Criador e roteirista do Zorra, Marcius Melhem, no entanto, reclama da concorrência. "Tem coisas que parecem piada pronta. O discurso do presidente [Michel] Temer no Dia Internacional da Mulher foi uma piada de mau gosto. Lamentei não estar com o programa no ar naquela época", conta.

Em evento no dia 8 de março, Temer disse ter "convicção do quanto a mulher faz pela casa" e da importância da figura feminina para a formação dos filhos. Para Melhem, essa demonstração de machismo é uma competição desleal com o humor. "O humor é a quebra da realidade, a reversão de expectativa, e a política brasileira faz isso o tempo todo."

No Zorra, Melhem não atua como no Tá no Ar ou na Escolinha do Professor Raimundo. É responsável pelo time que escreve os esquetes. Ele conta que deixará três quadros de cada edição aguardando os últimos acontecimentos para serem executados. Serão gravados às vésperas da exibição.

A atualidade dos temas e a promoção de um diálogo com o espectador, diz Melhem, é a prioridade da sua equipe. "A pessoa liga a TV e vê que a vida dela está ali", explica.

O humorista se diz contrário a fazer um humor "mastigado". "Não nivelamos para atingir todo mundo. Não subestimamos a inteligência de ninguém. Falamos de tudo, falamos de crise, daquilo que impacta a vida das pessoas."

Raquel Cunha/tv globo

Sofrência: Maria Clara Gueiros, Flávia Reis, Dani Calabresa, Débora Lamm e Thalita Carauta 

No programa deste sábado, por exemplo, vai ter um clipe brincando com a "sofrência" do povo brasileiro. A música cantada por Maria Clara Gueiros, Flávia Reis, Dani Calabresa, Débora Lamm e Thalita Carauta mistura polêmicas da política e operações policiais.

Melhem afirma que a Globo não veta nenhuma ideia, por mais maluca que seja. Ele chama possíveis protestos contra a atração, como o de religiosos, de "minoria barulhenta". O roteirista afirma que não brinca com a fé das pessoas, mas que critica a exploração da fé.

Novela foi brincadeira
O humorista participou do último capítulo de A Lei do Amor, mas diz que foi só uma brincadeira a convite da diretora artística da trama, Denise Saraceni. Novelas não estão no seu "cardápio".

Em junho, ele gravará a próxima temporada da Escolinha do Professor Raimundo e já prepara mais edições do Tá no Ar. "Já estamos escrevendo a quinta temporada. Começaremos a gravar em outubro."

Sem dar o nome nem a linha condutora de seu novo projeto, Melhem conta que acabou de apresentar à direção da emissora 12 episódios de um seriado escrito por sua equipe. "Vamos ver se emplaca. É uma boa ideia", diz.

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