EU QUERO É SER FELIZ
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Arthur Aguiar e Rafael Vitti foram os protagonistas de Malhação Sonhos, reprisada em 2021
Fora da programação da Globo desde janeiro de 2022, quando a temporada Sonhos (2014-2015) foi reprisada na pandemia, Malhação pode voltar à emissora em novo formato. Uma sinopse inédita, intitulada Eu Quero É Ser Feliz, é cotada para virar série no Globoplay. De autoria dos irmãos Eduardo e Marcos de Carvalho, ela foi engavetada com o fim da Malhação depois de 26 anos no ar.
A Globo pediu à dupla de roteiristas --autores dos premiados curtas Chico (2016) e Eu, Minha Mãe e Wallace (2018)-- que atualizasse a trama para uma "nova" avaliação. Outra temporada de Malhação, Viva a Diferença (2017), rendeu o spin-off As Five, que alcança boa repercussão no streaming.
A encomenda aos Irmãos Carvalho aconteceu antes da saída de Erick Brêtas, que era responsável pelo Globoplay, mas a expectativa é de que o novo todo-poderoso, Manuel Belmar, mantenha alguns planos do antigo executivo.
A história de Eu Quero É Ser Feliz se passa em uma escola avaliada como uma das piores do Brasil, mas esse panorama começa a mudar quando os próprios alunos resolvem assumir o poder dentro da instituição.
Os protagonistas incluem personagens como Doralice, jovem preta, gorda e "BV" (boca virgem) de 17 anos, que cria um canal no YouTube no qual finge ser Juju Guru, uma conselheira sobre sexo --assunto que ela não entende.
Alisson, também preto, discrimina os colegas. Sem consciência social e racial, ele aceita que a sociedade o trate como marginal "apenas" por sua origem humilde e seu estilo, com um bigode fininho e cabelo black power.
Já Talita é uma novata que não consegue se encaixar em nenhuma das duas turmas --a de Doralice e a de Alisson. Ela só se une aos colegas quando os três descobrem a possibilidade de fechamento do colégio. Os alunos entram em acordo com um secretário corrupto do governo, que prometerá melhorias.
Originalmente, a novela contaria com 70% de atores pretos no elenco. Na época do cancelamento, os autores explicaram a escalação inclusiva com um texto-desabafo no Instagram.
"Há três anos, antes mesmo de definirmos sobre o que seria a história, traçamos uma premissa: precisamos nos ver nela. Queríamos olhar pelo portão, ver as pessoas subindo o morro e pensar: nossos personagens, com seus dramas, poderiam estar subindo essa ladeira. Apresentar isso para milhões virou nosso sonho", escreveram os irmãos.
"Mas a vida é desafio, e nosso sonho continua. Um sonho que não é só de nós dois, nem só da equipe, nem só do elenco. Sonho dos que vieram antes de nós e nos abriram caminho. Sonho de Ruthes e Otelos. Sonho de Zezés e Miltons. E de milhões de brasileiros", enumeraram.
"O sonho da tela da TV ser menos janela e mais espelho. Menos janela pra um Brasil de bairro nobre de Rio ou São Paulo e com cor de Suíça. E mais espelho de nós mesmos, do Brasil real. Um Brasilzão grande e complexo. Cheio de dor e alegria, miséria e irreverência. E cor. Muitas. Todas", continuaram.
Eles finalizaram: "Não temos a pretensão de herdar o anel de bamba dos gigantes que vieram antes de nós. Mas, assim como tantos outros, assumimos a responsabilidade de atender ao pedido final de muitas e muitas gerações: a de não deixar nosso samba morrer. Nem nossos sonhos".
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