DE CORPO E ALMA
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Fabio Assunção e Daniella Perez em De Corpo e Alma: emissora cogita disponibilizar a novela
Novela que ficou marcada pelo assassinato de Daniella Perez (1970-1992), De Corpo e Alma (1992) pode ser disponibilizada no Globoplay em breve. Uma reprise do folhetim nunca aconteceu por causa da tragédia nos bastidores, mas recentemente a emissora passou a cogitar que a trama assinada por Gloria Perez vá para o streaming. O motivo? A morte do ator Guilherme de Pádua (1969-2022), um dos responsáveis pelo crime.
A Globo nunca quis reprisar ou colocar a novela em sua plataforma on demand para não dar visibilidade ao criminoso --além de, é claro, para prestar sua solidariedade à autora. A opção pelo engavetamento, no entanto, perdeu um pouco de sentido com a morte de Pádua, já que ela acabou resolvendo o problema moral de colocá-lo no ar como um galã.
Não há nenhuma informação oficial de que Gloria Perez tenha pedido formalmente para que sua trama não fosse reprisada ou disponibilizada na Globoplay. Nos bastidores, a direção sempre entendeu que a participação de Guilherme de Pádua e Daniella Perez em De Corpo e Alma causaria desconforto no público --e na própria autora. As cenas dos personagens Bira e Yasmin eram cruciais para a narrativa da novela.
Certo mesmo é que a Globo não tomará nenhuma decisão antes de conversar com a novelista. Sem o sinal verde da autora, De Corpo e Alma continuará na gaveta. Mas, de acordo com fontes do Notícias da TV, Gloria está mais aberta ao assunto desde que o documentário Pacto Brutal foi lançado pela HBO Max (atual Max) em 2022. O projeto conta o crime do ponto de vista da família de Daniella e de amigos próximos que conviveram com a jovem atriz. Gloria Perez dá depoimentos emocionantes sobre a filha e sobre o crime.
Procurada, a Globo não negou que tem a intenção de exibir a novela em sua plataforma de streaming, mas também não cravou nenhuma data para disponibilizar o folhetim. "Não temos previsão de disponibilizar De Corpo e Alma no Globoplay", limitou-se a responder a emissora à reportagem.
De acordo com documentos obtidos pelo Notícias da TV, a emissora chegou a pedir a reclassificação da trama em maio de 2000, com a intenção de reprisá-la no Vale a Pena Ver de Novo. Até então, a história não era "recomendada para menores de 12 anos", o que impedia sua exibição antes das 20h.
O Ministério da Justiça concordou com o compromisso da emissora em adequar a história e concedeu classificação livre para a produção. A liberação saiu no Diário Oficial da União de 24 de maio de 2000, em despacho assinado pelo coordenador substituto Francisco Fernandes Quadra. A reprise do folhetim, no entanto, nunca aconteceu.
Daniella foi morta aos 22 anos com 18 golpes de punhal dados por Guilherme de Pádua e sua então mulher, Paula Nogueira Thomaz. Na época, Pádua não gostou de ter sua quantidade de cenas reduzida e passou a pressionar Daniella para que Gloria Perez desse mais importância a seu personagem. Alguns colegas de elenco começaram a perceber o assédio.
Na noite de 28 de dezembro de 1992, Daniella estava voltando para casa após as gravações da novela quando seu carro foi fechado pelo de Pádua. Minutos depois, moradores de um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, chamaram a polícia para verificar a presença de veículos num matagal.
Pádua e Paula foram presos pelo crime, mas o julgamento só aconteceu em 1997. O ator e a mulher foram condenados por homicídio qualificado, com motivo torpe. A pena dele foi de 19 anos em regime fechado; a dela, de 15 anos. Mas ambos cumpriram muito menos tempo. Saíram da cadeia por bom comportamento em 1999. Pádua morreu em novembro de 2022.
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