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ANÁLISE

Bom Dia, Verônica pesa a mão em final com beijo da morte de Santoro em Gianecchini

REPRODUÇÃO/NETFLIX

Rodrigo Santoro Reynaldo Gianecchini em cena em que se beijam na série Bom Dia, Verônica (Netflix)

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CARLA BITTENCOURT, colunista

carla@noticiasdatv.com

Publicado em 20/2/2024 - 10h00
Atualizado em 20/2/2024 - 10h51

[O texto a seguir pode conter informações sensíveis a vítimas de abuso sexual]

Depois de duas temporadas de sucesso, Bom Dia, Verônica chegou ao fim com três episódios feitos para chocar o telespectador. Com um roteiro fraco e sem história contundente como as primeiras levas de episódios, o desfecho se utiliza de um beijaço de língua entre Rodrigo Santoro e Reynaldo Gianecchini, que termina em morte, para chamar a atenção.

A trama recomeça com Verônica Torres (Tainá Müller) investigando a identidade de Doúm, o chefão da organização criminosa composta por Brandão (Eduardo Moscovis) e Matias (Gianecchini). O argumento já era fraco, uma vez que não precisava de outro vilão para ser descoberto. O desenrolar, então, ficou pior.

A história era tão frágil que a última temporada tem apenas três episódios, que parecem ter sido criados apenas para causar burburinho. Bem no começo, a ex-escrivã conhece Jerônimo (Santoro), sem saber que ele é Doúm, o chefe de uma rede de tráfico de mulheres e bebês e o grande vilão de toda série.

Logo de cara, a protagonista nem parece a mulher esperta que arriscou a vida para colocar bandidos poderosos atrás das grades ou promoveu o encontro deles com o diabo, pois se rende aos encantos do bonitão e transa com ele. A cena de sexo, claro, é daquelas que a Netflix sabe fazer como ninguém.

Aliás, cenas de sexo chamam a atenção na derradeira temporada. E há bastante incesto também. Ao longo dos três míseros episódios, Verônica descobre que é irmã de Jerônimo. Isso porque Diana (Maitê Proença) era uma espécie de reprodutora do nefasto Monsenhor Davila, dono do orfanato onde os três vilões cresceram.

A protagonista foi adotada por Júlio Torres (Cássio Pandolfi) quando ele investigava o caso do orfanato. Por isso, na nova leva de episódios, ela transa com o próprio irmão sem saber.

Além disso, para completar a bizarrice, Jerônimo usa seu próprio sêmen e os óvulos da mãe para gerar "bebês perfeitos" a partir de seu cruzamento genérico. A justificativa dos vilões é que, assim, eles conseguem vender crianças livres de doenças genéticas. Diana olha o filho com desejo e o acaricia bastante, causando desconforto em quem assiste.

Mas nada foi mais chocante de que a morte de Gianecchini na série. Ele foge da cadeia e vai atrás de Ângela (Klara Castanho), que foi sequestrada pelo irmão adotivo. Os dois têm uma discussão, e Matias revela ao público que Jerônimo e ele transavam na juventude.

O personagem de Rodrigo Santoro parte com tudo para cima do galã, e eles trocam um beijaço intenso e com bastante carga sexual. O beijo, no entanto, é apenas uma maneira de Jerônimo dominar o seu par. Com raiva das ameaças de Matias, o bonitão arranca a língua dele, que urra de dor. Não satisfeito, o filho de Diana dá chicotadas no pai de Ângela até ele morrer.

Não é à toa que essa sequência é a mais comentada da série, que estreou sua última temporada no último dia 14. Sequência bem-feita, mas com este objetivo: chocar.

Diferentemente das duas primeiras levas de episódio, a última parece que foi feita apenas pra aproveitar a onda de sucesso do projeto. Apesar da boa direção e da atuação do elenco, a temporada chamada de Caçada Final não lembra em nada a excelência dos primeiros episódios.

Há explicações sobre o orfanato de onde saíram todos os vilões da série, mas o imbróglio envolvendo as personagens de Rodrigo Santoro e Maitê Proença é de uma pobreza constrangedora. Não chega a ser uma perda de tempo assistir, mas a terceira temporada é completamente dispensável para quem  havia adorado o que veio antes. Verônica Torres já havia tido seu desfecho.

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