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DOR DE CABEÇA

SBT acende alerta e perde sintonia com diretor de A Caverna Encantada

Reprodução/SBT

Mel Summers é Anna, protagonista de A Caverna Encantada, nova novelinha do SBT

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LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 9/8/2024 - 6h10

A novela A Caverna Encantada completa sua segunda semana no ar nesta sexta-feira (9) já como uma dor de cabeça em potencial para o SBT. A nova trama ainda não emplacou na audiência, uma situação que a emissora deseja contornar o quanto antes. Mas o próprio diretor artístico do folhetim, Ricardo Mantoanelli, declarou que não se importa com os números --um descompasso com os seus superiores, que obviamente desejam ter um sucesso nas mãos.

Para o SBT, o fracasso de A Caverna Encantada tem tudo para virar um problema a longo prazo. É que, desde a sua concepção, a trama foi pensada para ter 220 capítulos --serão 55 para cada estação do ano, começando pelo outono, passando pelo inverno e pela primavera, até finalizar no verão.

Como a exibição da novelinha acontece de segunda a sexta-feira, serão 44 semanas no ar. Ou seja, a história de Anna (Mel Summers) só chegará ao fim em maio do ano que vem. Fica difícil justificar a exibição sem sucesso de uma produção durante dez meses --e no horário nobre, ainda por cima.

No evento de apresentação de A Caverna Encantada à imprensa, realizado no mês passado, Mantoanelli deixou bastante claro o que pensa sobre a pressão por audiência. Ele afirmou que não se deixa guiar pelos dados da Kantar Ibope.

"A gente faz o nosso melhor, a gente se entrega ao máximo aqui. Cada um com as suas forças. E a gente faz com muito amor mesmo. A gente vai continuar fazendo o show, [seja] para uma pessoa na plateia, [seja] para um milhão. Esse é o nosso ofício, essa é a nossa missão", resumiu.

A Caverna Encantada ainda não chegou a ter apenas uma pessoa na plateia, mas passa longe de repetir fenômenos como Carrossel (2012), Chiquititas (2013) ou As Aventuras de Poliana (2018), último sucesso absoluto do SBT com o público infantojuvenil.

Com seus oito primeiros capítulos --a audiência de quinta (8) ainda não foi consolidada--, a novela acumula média de 4,2 pontos na Grande São Paulo. Embora a emissora não trabalhe com metas (pelo menos publicamente), é fácil imaginar que as expectativas para o folhetim não foram atingidas.

Afinal, a média de A Caverna Encantada é a mesma do recorde negativo que Carinha de Anjo (2016) obteve em 2021, durante a reprise forçada pela pandemia de Covid --que paralisou as gravações de folhetins inéditos.

Se o discurso de Mantoanelli é de que os números não preocupam, a direção do SBT adotou uma postura contrária: preocupada com os índices da primeira semana da novelinha, inventou uma faixa de reprises duas horas antes da exibição dos capítulos inéditos. A ideia, claro, era buscar um novo público que ainda não tinha encontrado o folhetim às 20h30.

Só que a estratégia kamikaze não funcionou: além de não levantar os índices dos episódios novos, a reexibição derrubou a audiência do início da tarde e transformou o SBT Brasil em freguês do Jornal da Band. No melhor estilo "grade voadora" de quando Silvio Santos mandava e desmandava na sua emissora, Daniela Beyruti cancelou a faixa de reprises depois de três dias.

A Caverna Encantada tem salvação?

O grande problema de A Caverna Encantada é que o SBT está em busca de um público que não está mais na frente da televisão --ou, pelo menos, que não entende mais o conceito de programação linear, com horários fixos.

Crianças e adolescentes estão acostumados com o conteúdo sob demanda, seja em plataformas pagas de streaming ou no YouTube, onde podem assistir ao que quiserem, na hora que bem desejarem.

Não faz sentido esperar que esses espectadores parem tudo o que estão fazendo para ficar na frente de um televisor, todos os dias, durante uma hora. Especialmente porque os capítulos da novelinha são disponibilizados imediatamente após sua exibição linear no YouTube, no Disney+ e no +SBT --aí sim, para serem vistos a qualquer momento.

Está cada vez mais difícil buscar o público infantil. Como o Notícias da TV revelou na semana passada, a maior parcela dos espectadores das novelinhas infantis do SBT é composta por mulheres de 60 anos ou mais.

As crianças de 4 a 11 anos não representam nem 10% de quem acompanha novelas pelo SBT: apenas 8% do público de A Caverna Encantada pertencem a essa faixa, contra 7% de A Infância de Romeu e Julieta e 6% de Poliana --que é exibida até as 22h45, horário pouco apropriado para os pequenos.

A pegada juvenil dos folhetins, com namoricos e intrigas adolescentes, também não aumenta a participação do público teen, de 12 a 17 anos: são 4% para a produção mais recente e para a trama inspirada em Shakespeare (1564-1616), e apenas 3% para a novela estrelada por Sophia Valverde.

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