Remake de Renascer mexe em 'pequeno detalhe' para salvar José Inocêncio

Uma fala de José Inocêncio (Humberto Carrão) passou despercebida por boa parte do público, mas mudou completamente o rumo do remake de Renascer. Em conversa com Deocleciano (Adanilo) e Jupará (Evaldo Macarrão), ele recusou ser chamado de coronel ao se tornar o maior produtor de cacau do sul da Bahia.

Bruno Luperi já deu sinais de que vai mudar o perfil do protagonista, interpretado por Antonio Fagundes em 1993. O fazendeiro não tinha muitos dedos ao ser chamado de "coronel" na primeira versão --e, por vezes, até fazia questão do título.

Agora, José Inocêncio recusa a deferência logo após ter colocado as mãos nas fazendas de Belarmino (Antonio Calloni) e Firmino (Enrique Diaz). A novela das nove da Globo já havia acentuado o desconforto do produtor rural em ser chamado de "coronelzinho" durante toda a primeira fase.

A mudança é fundamental para atualizar o clássico de Benedito Ruy Barbosa, principalmente das críticas a Luperi pela abordagem sobre o meio ambiente em Pantanal (2022).

José Inocêncio foi construído no remake como uma alternativa --como introdutor de conceitos de agrofloresta para salvar as lavouras de cacau contra a vassoura-de-bruxa-- diante do agronegócio tradicional representado pelos coronéis.

O próprio Marcos Palmeira, que mantém uma fazenda sustentável na região serrana do Rio de Janeiro, se torna uma espécie de espelho para o personagem que vai interpretar na segunda fase.

"Está tudo certo por aqui, viu, coronel", disse Diocleciano no capítulo desta terça (3). "Eu não sou coronel coisa nenhuma", devolveu José Inocêncio. "Com aquele tanto de cacau que vamos vender, não vão lhe chamar de outra coisa", acrescentou Jupará.

"O cacau não é nosso. Faço questão que todo mundo saiba que essa é a última safra do coronel Belarmino. A próxima vai ser da fazenda Jequitibá-Rei, e a outra, e a outra", argumentou o protagonista.

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