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Remake de Renascer dá resposta a mistério que perdura há 31 anos na Globo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Coronel Firmino (Enrique Diaz) em Renascer; personagem era apenas citado na versão original

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DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 1/2/2024 - 10h00

Com o remake de Renascer, Bruno Luperi colocou um ponto-final em um mistério que se arrastava há mais de 30 anos. Ele mostrou com riqueza de detalhes uma passagem que até então era apenas citada na obra original do avô, Benedito Ruy Barbosa –a morte do coronel Firmino (Enrique Diaz). A dúvida sobre a identidade do assassino foi um dos alicerces da primeira versão em 1993.

A primeira fase foi revista e ampliada por Luperi, com o triplo de capítulos em relação à original. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, exigiu que o prólogo se resumisse a apenas quatro capítulos na década de 1990 --contra os 12 que serão exibidos na nova versão até este sábado (3).

Firmino deixou de ser apenas citado pelos demais personagens para ganhar importância na trama, em uma participação especial de Enrique Diaz. Ele não só foi o responsável por mandar esfolar José Inocêncio (Humberto Carrão) como ainda tramou a queda do rival com Belarmino (Antonio Calloni).

A guerra entre os coronéis não acabou bem, com Firmino morrendo soterrado dentro do próprio carro por sementes de cacau. A cena não existia originalmente. Egídio (Vladimir Brichta) vai passar boa parte da segunda fase disposto a cobrar o sangue do pai, acreditando que José Inocêncio foi o responsável pela armadilha.

Egídio, na versão de 1993, se chamava Teodoro e foi interpretado por Herson Capri. Apesar das diferenças, o personagem igualmente culpava o protagonista pela tragédia que levou sua família à falência. Ruy Barbosa, porém, não entrou em detalhes –deixando apenas implícito que o ruralista interpretado por Antonio Fagundes provavelmente não tinha sangue nas mãos.

A intervenção de Luperi não foi feita apenas para "encher linguiça", já que teria muito mais capítulos para reconstruir o prólogo de Renascer. Trata-se ainda de uma mudança de perfil do próprio José Inocêncio, que agora passou a recusar até mesmo o título de "coronelzinho".

Para atualizar a história, o autor criou uma oposição bastante clara entre o fazendeiro --responsável por salvar a lavoura de cacau de Cândida (Maria Fernanda Cândido) com princípios da agrofloresta-- contra o agronegócio tradicional representado pelos coronéis.

José Inocêncio ainda tem traços bastante fortes de um anti-herói, já que Luperi vai manter a rejeição do produtor rural ao filho João Pedro (Juan Paiva), a quem culpa pela morte de Maria Santa (Duda Santos).

Ele, porém, vai ter uma postura bem mais heroica em relação à questão ambiental, uma das pedras no sapato da adaptação de Pantanal (2022) feita por Luperi. Inocêncio vai ser menos parecido com o coronel de 1993 e mais próximo do próprio intérprete --já que Marcos Palmeira mantém uma fazenda com práticas sustentáveis na região serrana do Rio de Janeiro.


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