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DECISÃO JUDICIAL

Globo é obrigada a recontratar motorista demitido após acidente nos bastidores

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Encarregado de serviços automotivos se acidentou com caminhão da Globo e processou a emissora

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IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 11/8/2024 - 8h10

A Justiça de São Paulo determinou que a Globo recontrate um ex-motorista, demitido após sofrer um acidente enquanto trabalhava em um show da cantora Joelma a mando da empresa. Ele passou por duas cirurgias e recebeu atestado médico para ficar afastado de sua função, mas acabou dispensado antes do fim da licença. Para piorar, o ex-funcionário desenvolveu a síndrome do manguito rotador nos ombros por conta da rotina exaustiva.

O Notícias da TV teve acesso à decisão emitida no último dia 2 pelo juiz Vitor Pellegrini Vivan, da 80ª Vara do Tribunal de São Paulo. Foi decretado que a Globo realoque o funcionário demitido, já que não houve dispensa por justa causa. O juiz ainda ordenou que a emissora, além da recontratação, devolva o seu acesso e o de seus dependentes ao convênio médico.

"A reclamada, apesar de ciente da situação, dispensou o reclamante sem justa causa, dentro do período de estabilidade, privando o reclamante do convênio médico, causando fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação", pontuou Vivan. A empresa ainda pode apresentar recurso da decisão.

Segundo o juiz, a Globo violou o artigo 118 da Lei nº 8.213/91, que prevê os princípios básicos da previdência social. O tópico em questão diz que "o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa". O motorista foi demitido 45 dias após o acidente.

Procurada pela reportagem, a Comunicação da Globo informou que não comenta casos judiciais.

Entenda o caso

O Notícias da TV apurou que Henrique Barioni Boaretto de Camargo trabalhou na Globo durante cinco anos, de 2019 a 2024. Contratado inicialmente para o cargo de "motorista pool", ele foi efetivado em novembro de 2021 para ser encarregado de serviços do setor de transporte.

Camargo era responsável pela frota de veículos da empresa e de empresas terceirizadas, desde carros comuns de transporte da equipe de reportagem dos setores de Esporte, Jornalismo ou Entretenimento, até os demais veículos de transporte de passageiros (funcionários e plateia dos programas), assim como os caminhões de transmissão ao vivo.

Promovido para o cargo de encarregado de serviços automotivos da Globo, ele sofreu um acidente em março, quando exercia o papel de motorista em um evento que celebraria o Dia da Mulher. Ele caiu de dentro da cabine de um caminhão da empresa, de uma altura de 3 metros, e lesionou os ombros e os punhos. A própria Globo emitiu um documento e reconheceu o episódio como um acidente de trabalho.

Um médico da empresa o encaminhou para um ortopedista. Vinte e sete dias após o acidente, foi realizada a primeira cirurgia no ombro dele, que lhe concedeu 180 dias de afastamento do trabalho. Um segundo procedimento havia sido marcado para maio. Mesmo de licença, a Globo pediu que ele retornasse ao trabalho, porém com atividades mais leves.

No entanto, apenas 19 dias após a primeira cirurgia, Camargo foi demitido. Diante da reclamação do ex-funcionário, a Globo estendeu o vigor de seu convênio médico até junho, por conta do tratamento. Agora, ele está sem acesso aos especialistas e tem dificuldades para seguir com o tratamento.

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