DECISÃO JUDICIAL
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Encarregado de serviços automotivos se acidentou com caminhão da Globo e processou a emissora
A Justiça de São Paulo determinou que a Globo recontrate um ex-motorista, demitido após sofrer um acidente enquanto trabalhava em um show da cantora Joelma a mando da empresa. Ele passaria por uma cirurgia de reparação, mas foi dispensado antes mesmo do procedimento. Para piorar, o ex-funcionário desenvolveu a síndrome do manguito rotador nos ombros por conta da rotina exaustiva.
O Notícias da TV teve acesso à decisão emitida no último dia 2 pelo juiz Vitor Pellegrini Vivan, da 80ª Vara do Tribunal de São Paulo. Foi decretado que a Globo realoque o funcionário demitido, já que não houve dispensa por justa causa. O juiz ainda ordenou que a emissora, além da recontratação, devolva o seu acesso e o de seus dependentes ao convênio médico.
"A reclamada, apesar de ciente da situação, dispensou o reclamante sem justa causa, dentro do período de estabilidade, privando o reclamante do convênio médico, causando fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação", pontuou Vivan. A empresa ainda pode apresentar recurso da decisão.
Segundo o juiz, a Globo violou o artigo 118 da Lei nº 8.213/91, que prevê os princípios básicos da previdência social. O tópico em questão diz que "o segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa". O motorista foi demitido 45 dias após o acidente.
Procurada pela reportagem, a Comunicação da Globo informou que não comenta casos judiciais. O Notícias da TV também contatou Leandro Mazoca, representante do ex-motorista, mas o advogado não retornou as mensagens.
O Notícias da TV apurou que Henrique Barioni Boaretto de Camargo trabalhou na Globo durante cinco anos, de 2019 a 2024. Contratado inicialmente para o cargo de "motorista pool", ele foi efetivado em novembro de 2021 para ser encarregado de serviços do setor de transporte.
Camargo era responsável pela frota de veículos da empresa e de empresas terceirizadas, desde carros comuns de transporte da equipe de reportagem dos setores de Esporte, Jornalismo ou Entretenimento, até os demais veículos de transporte de passageiros (funcionários e plateia dos programas), assim como os caminhões de transmissão ao vivo.
Promovido para o cargo de encarregado de serviços automotivos da Globo, ele sofreu um acidente em março, quando exercia o papel de motorista em um evento que celebraria o Dia da Mulher. Ele caiu de dentro da cabine de um caminhão da empresa, de uma altura de 3 metros, e lesionou os ombros e os punhos. A própria Globo emitiu um documento e reconheceu o episódio como um acidente de trabalho.
Um médico da empresa o encaminhou para um ortopedista, que relatou o caso como cirúrgico, e lhe concedeu 180 dias de afastamento do trabalho. Antes mesmo do procedimento, a Globo o demitiu.
Diante da reclamação do ex-funcionário, a emissora estendeu o vigor de seu convênio médico até junho, para que ele prosseguisse com o tratamento médico. Agora, ele está sem acesso aos especialistas e tem dificuldades para seguir com o tratamento.
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