Confira a seguir a transcrição do vídeo. O remake de Pantanal está fazendo o maior sucesso, principalmente porque a nova versão atualiza conflitos do passado com a roupagem atual. Ainda assim, a versão de Bruno Luperi não é 100% fiel à original, escrita por Benedito Ruy Barbosa. Quem traz algumas comparações é a editora de novelas Márcia Pereira. Para ela, há um núcleo que ficou meio capenga.
Ah, Pantanal eu acho que um caso de sucesso essa atualização. Porque os assuntos continuam pertinentes e a novela está "bombando" como um todo. É difícil destacar um ou outro. Acho que a cada capítulo a gente vê personagens que a gente nem achou que ia ter história, como Tibério. E de repente, eles crescem e ganham uma dimensão muito gostosa, que passam a ser... Se tornam os queridinhos do público.
Se eu falar aqui que tem alguma coisa que não foi bem aproveitada, eu acho que deixou a desejar o núcleo do Rio de Janeiro. Foi alardeado que Madeleine ia fazer, ia acontecer, fazer os homens de gato e sapato. Nessa versão a gente ia ver mais esse lado, mas a gente não viu. A morte dela foi precoce, mas foi surpreendente ver a morte dela. Diferente do que aconteceu em 1990, com tanta tecnologia. Então, foi bem impactante.
Toda essa tecnologia faz a gente tanto apreciar a beleza onde a novela está sendo rodada, como também mergulhar mais na história, acreditar naquele momento em que a mulher vira onça... Então, eu acho que o grande fator da atualização realmente é a tecnologia.
E acho assim, que Guta foi muito mais transgressora na primeira versão, porque, afinal, em 1990 a mulher... Hoje ela me parece mais uma mulher da sociedade atual entrando em conflito com todos aqueles personagens que parecem viver no passado, não é? Parece que lá realmente o tempo não passou e aí vem ela, vem Jove, colocar eles: "Ó, pera aí, hoje não é mais assim, né"?
Acho que tem muito debate para acontecer, está muito gostoso de ver Pantanal. Não acho que tem gente apagada. Só realmente essa questão do núcleo do Rio de Janeiro e de Madeleine que foi um pouco precoce. A gente queria mais. Mas a gente vai acompanhar. E agora eu acho que é o momento de Maria Bruaca, tem várias personagens... Tenório vai se destacar como o grande vilão.
Essa é a minha aposta, eu acho que a novela vai "bombar" ainda mais com esse casal aí trocando farpas, se duelando, a chegada de Zuleica... Enfim, Pantanal está uma delícia.
O colunista do Notícias da TV Gabriel Vaquer é fã assumido do folhetim. Ele também faz algumas comparações. E como já assistiu à versão original algumas vezes, traz detalhes que a gente nem tinha percebido. Oi, Vaquer!
Oi, Lu. Olá para você! Olá para você que acompanha a gente aqui no Notícias da TV. Pois é. Vou ter o prazer de falar da minha novela favorita: Pantanal, 1990. Apesar de eu não ter visto na versão original, vi na reprise do SBT de 2008. Mas é uma novela que eu tenho muito apreço, que eu já assisti algumas vezes. Tem completa no YouTube para quem quiser assistir... Você confere muitas diferenças em relação ao original com essa versão da Globo.
Falando um pouquinho de personagens. O Jove, ele é mais introspectivo. No original ele é "playboyzão". Típico carioca, debochado, ria do pai, ria da Filó. Ria de todo mundo. Até de Juma! O Jove de hoje é um cara mais introspectivo, com questões sobre a vida, sobre se encontrar no mundo. Um olhar muito mais atual. Zé Leôncio também era um cara um pouquinho menos "bronco", digamos assim, ele tinha um olhar de doçura, fruto da interpretação de Cláudio Marzo.
Era um cara que tinha... que apesar de estar brigado com os filhos, ele era um pouco mais humano. Esse é um pouco mais "bronco", digamos assim. Outra coisa que eu também queria pontuar, que eu acho que é muito importante, é o Tenório. Houve uma suavização muito grande da trama de Tenório nessa versão da Globo. No original, Antônio Petrin botava ódio no olhar. Você vê que esse cara era ruim mesmo. Você não conseguia gostar desse cara.
O de Murilo Benício você sente culpa. Porque ele é muito bom, no sentido de ser doce também, de ser engraçado em alguns momentos, tem essa leveza. Mas também há uma diferença, principalmente em Maria Bruaca. Ela é ainda mais submissa nessa versão de 2022. Na versão de 1990 ela era... Ela tinha um quê de "me engana que eu gosto". Tinha umas coisas assim.
E tem uma diferença muito grande no roteiro. Acho que o roteiro de Pantanal de 2022 potencializou qualidades de 1990, como, por exemplo, as cenas de Bruaca. As cenas de Bruaca estão muito bem escritas. Eu acho que é isso. Tem muita diferença, mas daria para a gente falar horas aqui. Mas por enquanto é isso. Beijo, Lu. Até a próxima!
Você concorda com as opiniões de Gabriel Vaquer e Márcia Pereira? O que você está achando da novela? Deixe o seu comentário aqui no vídeo e continue acompanhando o Notícias da TV para saber tudo sobre Pantanal. Eu sou Luiza Leão e te encontro em breve, hein? Tchau!
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