PAINEL WW
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
William Waack na estreia de seu programa, Painel WW, exibido pela internet
Cinco meses após sua demissão da Globo, William Waack estreou nesta sexta (13) na internet o Painel WW, programa de debates transmitido pelo site da All TV, YouTube e Facebook. Em apenas 47 segundos, o jornalista alfinetou sua antiga emissora, confundiu o nome de sua atual atração com a que apresentava na GloboNews e teve que lidar com problemas técnicos.
"Este é um programa no qual eu tenho total decisão, controle e autonomia. E para fazer logo de cara uma piada, não tem nenhum chefe no ponto falando comigo", disse Waack no texto de abertura.
Na sequência, ele cometeu a gafe, chamando seu novo programa pelo nome do antigo, que apresentava na TV paga. "E como primeiro tema do GloboNews Painel... Como ele se chamava. Agora, ele chama Painel WW", corrigiu-se rapidamente.
Problemas técnicos não faltaram. Waack abriu o programa com seu microfone desligado, e suas primeiras frases não puderam ser ouvidas com clareza. Microfonia foi uma falha recorrente. E muitas vezes as vozes dos convidados e a do próprio apresentador sumiam.
Outro fator que chama a atenção é a baixa audiência do Painel WW: o pico foi de 470 pessoas assistindo simultaneamente. No Facebook, o número mais alto registrado foi de 279 espectadores, enquanto no YouTube foi visto por 191 usuários.
Em sua última aparição à frente do Jornal da Globo, no dia 7 de novembro, Waack registrou 7,8 pontos na Grande São Paulo, o equivalente a 550,3 mil domicílios.
Fora da Globo
A Globo decidiu rescindir contrato com William Waack depois que um vídeo no qual ele fazia ofensas racistas vazou na internet. Waack foi suspenso do Jornal da Globo e, meses depois, acabou demitido. A emissora comunicou que ela e o jornalista "decidiram que o melhor caminho a seguir é o encerramento consensual do contrato de prestação de serviços que mantinham".
No vídeo, Waack aparece em Washington, onde estava para a cobertura das eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ele se preparava para entrar no ar ao vivo quando um motorista passou na rua buzinando. Donald Trump seria declarado presidente eleito no dia seguinte.
"Está buzinando por que, seu merda do cacete?", reclamou Waack. Em seguida, ele se virou para o comentarista Paulo Sotero, ao seu lado, e afirmou: "Deve ser um, com certeza, não vou nem falar de quem, eu sei quem é. Sabe o que é?". Sotero ficou confuso e Waack moviu sua boca em um cochicho inaudível.
De acordo com peritos, foi possível constatar que o jornalista de fato usou a palavra "preto" de forma pejorativa. "Minhas observações quanto ao que é falado por William Waack a Paulo Sotero, neste momento, apontam para: 'Preto, (né)... Preto, né?'", disse o engenheiro eletrônico e mestre em fonoengenharia Maurício de Cunto, em análise feita em novembro para o Notícias da TV.
O vídeo foi vazado por Diego Rocha Pereira, ex-operador de VT da Globo, demitido da emissora em janeiro. Em entrevista a Mauricio Stycer, colunista do UOL, Pereira afirmou que não postou o comentário racista de Waack logo que o gravou porque teve medo de ser mandado embora.
No início de dezembro, Pereira voltou à Globo. Com entrada autorizada, chegou a entrar na Redação do Jornal da Globo e postou uma foto irônica, sentado na cadeira que antes era ocupada pelo âncora, com a legenda "O que acham?".
Com a saída de Waack, Renata Lo Prete assumiu o telejornal. Heraldo Pereira, que chegou a ser cotado para a bancada do Jornal da Globo, foi deslocado para o Jornal das Dez, da GloboNews, que Renata ancorou entre agosto e novembro de 2017.
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