FERNANDO RÊGO BARROS
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Fernando Rêgo Barros no Jornal da Globo: jornalista que ficou 32 anos na emissora entra na Justiça
Demitido pela Globo em fevereiro de 2022 após 32 anos de casa, Fernando Rêgo Barros entrou com uma ação na Justiça. O repórter é o primeiro veterano desligado da emissora recentemente que decide reivindicar direitos trabalhistas. Somando todos os pedidos, o processo do jornalista chega a R$ 5,5 milhões em indenizações.
A audiência de instrução, quando poderá ser feito um acordo, ainda não foi marcada. O Notícias da TV teve acesso em primeira mão ao processo, protocolado no último dia 9 pelos advogados do repórter de 57 anos. Natural do Recife (PE), o jornalista trabalhou na Globo na capital pernambucana, em São Paulo e em Brasília.
Entre os pedidos, Rêgo Barros requer um reconhecimento de vínculo empregatício durante o período em que foi contratado por PJ (Pessoa Jurídica). A Globo só assinou sua carteira de trabalho em 2019, como fez com grande parte de seus repórteres na mesma situação.
A lei, no entanto, só permite pleitear vínculo no caso dele a partir de 2018. Irregularidades trabalhistas ocorridas há mais de cinco anos da data de entrada do processo prescrevem.
Rêgo Barros também solicita uma verba indenizatória maior de adicional noturno pelo período em que trabalhou como repórter do Jornal da Globo, comandado por Renata Lo Prete. Como setorista dos bastidores políticos, ele entrava no ar tarde da noite, principalmente a partir de 2018, quando foi transferido para a capital federal.
Ele acusa a empresa de diminuir as verbas adicionais a que tinha direito pelo período noturno que trabalhou. O Tribunal já designou a juíza Audrey Choucair Vaz para analisar a situação.
A Globo foi procurada, mas não comenta casos judiciais. A reportagem tentou contato com Fernando Rêgo Barros durante toda a quinta-feira (16), mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
Fernando Rêgo Barros é o primeiro jornalista que saiu em uma onda de demissões de veteranos, iniciada no final de 2021, que processa a Globo na Justiça do Trabalho. A emissora optou pelos desligamentos para reduzir sua folha salarial, ao mesmo tempo que renova o quadro de profissionais.
Assim como Fernando Rêgo Barros, foram demitidos jornalistas consagrados como Marcos Uchôa, Renato Machado, Francisco José, Alberto Gaspar, Chico Pinheiro, Carlos Tramontina, Ari Peixoto, José Hamilton Ribeiro, Eduardo Faustini e Isabela Assumpção, além dos narradores Linhares Júnior e Rodrigo Raposo.
Ao falar de sua saída, o jornalista lamentou na ocasião em texto enviado internamente para seus colegas: "Depois de 32 anos, estou sendo desligado da empresa onde aprendi quase tudo o que sei de jornalismo. E, claro, onde fiz muitos amigos, seja aqui ou no Recife, onde trabalhei, seja no Rio ou em São Paulo, onde a convivência diária (mesmo que virtual) também foi intensa".
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