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SALGADA OU DOCE?

Sob pressão, Pipoca da Ivete está pronto para estourar de câmeras desligadas

FÁBIO ROCHA/TV GLOBO

A cantora Ivete Sangalo com um macacão azul no palco do Pipoca da Ivete, indicando o logo do programa com a mão direita

Ivete Sangalo à frente do Pipoca; espontaneidade da cantora é desafio para edição do programa

DANIEL FARAD, do Rio de Janeiro

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 24/7/2022 - 9h00

Ivete Sangalo volta aos finais de semana da Globo neste domingo (24) sob pressão para fazer o Pipoca da Ivete um estouro --e sem o perdão do trocadilho. Um dos principais desafios do diretor artístico J. B. de Oliveira, o Boninho, é fazer com que a espontaneidade da artista sobreviva à ilha de edição. Com as câmeras desligadas, ao menos, o programa seria um inevitável sucesso.

O Notícias da TV acompanhou a gravação de uma das primeiras edições nos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, no início de julho. A cantora se mostrou bastante à vontade em cima do palco ou ao se dirigir à plateia, formada por fãs de longa data. Alguns percorreram quase 1.000 km para vê-la --direto de Belém e Manaus.

Ivete deita e rola diante dos mais eufóricos, que a abordam aos gritos. "Que bochecha", exclamou uma admiradora, elogiando a maquiagem dela. "O quê? A outra coisa que eu pensei também era babado. Essa gata pega a energia no ar", disparou ela, em uma piada proibida para menores.

Durante uma das pausas, um homem na plateia a chama com um gutural digno de figurar nas principais bandas de heavy metal do país. "Olha, está super bem, está super tranquilo. Adoro gente equilibrada. Esse é da minha turma", brincou ela.

As câmeras não registraram, mas a musicista também mostrou domínio quando as coisas saiam de controle, como quando um dos maquiadores precisou entrar no palco para arrumar o cabelo dela --visivelmente a incomodando. "Não pode mexer porque tem a continuidade. Quando a gente assume, tem que segurar a escolha", explicou ela.

Ivete ainda teve bom humor diante dos gritos de "gostoso" para Diogo Nogueira, com quem cantou Tá Escrito. "Gente, a Paolla Oliveira está aí. Mas tudo bem. Quando ela entrar, vamos chamá-la de gostosa também", soltou.

Não é exatamente uma surpresa ver uma artista que comanda uma multidão em cima de um trio elétrico durante cinco horas seguidas no Carnaval consiga se sair bem diante do público. Esse desembaraço e a velocidade em dar uma resposta são próprios de sua personalidade, mas talvez se saiam melhor no ao vivo.

O formato engessa?

O Pipoca, por outro lado, é um programa feito de diversos formatos. Até demais. Ivete vai comandar alguns quadros de game show, atuar em esquetes em outros momentos, soltar o gogó em números musicais --numa profusão de elementos que vai exigir todo um trabalho de edição de Boninho e do diretor geral Creso Eduardo Macedo.

A baiana já mostrou que até dá conta desse recado, uma vez que The Masked Singer é muito apegado ao próprio formato. O xis da questão, entretanto, é que o Pipoca é vendido completamente atrelado à personalidade de Ivete --cujo principal traço, veja só, é a espontaneidade.

Se a Globo falhar em traduzir essa naturalidade para uma atração gravada, nem tudo pode estar perdido. O ao vivo parece uma saída simples, ainda que envolva mais custos, para contornar qualquer problema.  


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