Sem Patrícia Poeta e Manoel Soares, Encontro passa por sessão de descarrego

Ao demitir Manoel Soares no mesmo dia em que Patrícia Poeta saiu de férias, a Globo se livrou de um problema e arrumou outro. Com a saída do apresentador, em meio a denúncias graves no compliance da emissora, foi encerrada a rixa e o clima de tensão entre os dois no ar. O programa vive uma fase muito tranquila com Tati Machado e Valéria Almeida --tão mais leve que parece até que o Encontro passou por uma sessão de descarrego. Agora, telespectadores pedem que as duas sejam oficializadas no comando do matinal.

A parceria entre Patrícia Poeta e Manoel Soares causou faíscas desde o início. Antes mesmo de Fátima Bernardes deixar a apresentação do programa que criou, a Globo havia dado a entender que o Encontro seria coapresentado pelos dois jornalistas, igualmente. No entanto, quando imagens de divulgação começaram a sair, apenas o nome e o rosto de Patrícia apareciam.

A Globo não tem os direitos apenas da palavra Encontro, por isso o programa precisa se chamar oficialmente Encontro com Patrícia Poeta (ou com Fátima Bernardes, etc). A emissora posteriormente explicou que Manoel Soares serviria como um contraponto e uma assistência no palco para a titular, dinâmica que já acontecia entre Fátima e Lair Rennó, por exemplo.

DO ZERO

Detalhe em virada de Viola deixa Ana Maria intrigada com Mania de Você

GUGU, SIMPLES ASSIM

Domingo Record vai exibir doc de Gugu com revelações inéditas sobre apresentador

No entanto, durante o período de um ano em que trabalharam juntos, Patrícia e Soares não formaram uma dupla coesa. A apresentadora sofreu rejeição e foi muito criticada por sua postura no ar, por supostamente interrompê-lo e por passar na frente da câmera enquanto ele falava.

Entre o público, Soares era tido como injustiçado, e Patrícia recebia críticas por parecer forçar situações de intimidade com a plateia e com convidados. A tensão entre os apresentadores fazia com que muitas vezes a repercussão fosse sobre eles, em detrimento das notícias e atrações do programa de fato.

O mesmo não ocorre com Valéria Almeida e Tati Machado. Desde o último 3 de julho, em que estrearam no Encontro, as duas vêm recebendo elogios pela boa interação como dupla e pela leveza que deram ao programa.

Com Valéria e Tati, não há a percepção de batalha de egos ou qualquer outra tensão. Elas se dividem na apresentação dos temas de que são especialistas (Tati no entretenimento e Valéria na saúde) e têm tocado bem os outros assuntos do programa.

Houve também mudanças neste sentido. Com Patrícia Poeta, o Encontro começava todos os dias com algum vídeo ou cena terrível que havia viralizado na internet e/ou virado notícia; em geral, algum caso de violência ou tragédia. Tais escolhas fizeram com que o matinal virasse piada na internet por estar muito parecido com o tom policialesco de programas como o Brasil Urgente.

Isso não tem existido com Tati e Valéria. Elas até noticiam e fazem entrevistas relacionadas a casos graves, como a morte da torcedora do Palmeiras que foi vítima de um ataque de um membro da torcida do Flamengo na última segunda (10). Mas, ainda assim, o Encontro deixou de carregar no drama, o que favoreceu a percepção de leveza para o telespectador.

Aliado a isso, há um fator intangível, natural e incomprável: carisma. Tanto Tati quanto Valéria cativaram o público facilmente, sem passar a sensação muitas vezes forçada de Patrícia Poeta. Tati Machado, aliás, virou até meme ao fazer uma dancinha durante a apresentação de um grupo de funk no Encontro.

O momento pareceu divertido e correspondente à personalidade dela, e os telespectadores enxergaram a cena com bons olhos. Tanto que a audiência do Encontro cresceu sob o comando de Tati e Valéria.

As jornalistas devem permanecer na apresentação do Encontro até esta sexta (14), já que Patrícia voltará de suas férias na segunda (17). A Globo, portanto, se deparará com um novo imbróglio, uma vez que não faltam comentários de telespectadores pedindo que a dupla de substitutas seja efetivada na função.