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Encontro ou Brasil Urgente? 5 vezes que Patrícia Poeta incorporou Datena na Globo

REPRODUÇÃO/TV GLOBO E BAND

Na montagem: Patrícia Poeta (à esquerda) e José Luiz Datena (à direita)

Patrícia Poeta e José Luiz Datena: apresentadores comandam programas na Globo e na Band

IVES FERRO

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 17/10/2022 - 6h35

Desde que Patrícia Poeta assumiu o Encontro, em julho, o programa mudou. Antes comandado por Fátima Bernardes, a atração era destinada muito mais ao entretenimento, porém com abertura para as notícias do dia. Hoje, o público liga a TV de manhã e dá de cara com tragédias e repercussão de casos violentos que lembram o Brasil Urgente, apresentado por José Luiz Datena na Band.

A manobra feita pela Globo foi batizada de Super Manhãs e aconteceu por causa da ida de Fátima para o The Voice Brasil. A equipe já discutia ideias nos bastidores para aproximar o Encontro dos telejornais matutinos. Patrícia foi colocada mais cedo, e o Mais Você, que até então começava antes, passou a ir ao ar mais tarde.

Isso aconteceu para evitar uma "quebra" entre os assuntos. As manhãs tinham o Hora 1, o Bom Dia (telejornal local), o Bom Dia Brasil e depois vinha o Mais Você, que é entretenimento. O Encontro trocou de lugar com o programa de Ana Maria Braga para pegar carona nas notícias do dia.

O programa de Patrícia Poeta, no entanto, pesou com o excesso de violência e abordagens de casos chocantes para quem estava acostumado com o entretenimento. A "leveza" de atrações musicais, convidados famosos e repercussão da novela das nove continuam, mas se tornam desconexos com a enxurrada de notícias negativas.

A seguir, o Notícias da TV separou cinco momentos do Encontro que mais parecem ter saído do policialesco Brasil Urgente, de Datena: telejornal com linha popular, entradas ao vivo e tragédias anunciadas.

'Muita tristeza logo de manhã'

O teor de notícias violentas não passou despercebido por Vitão, um dos convidados do programa da última sexta (14). O cantor admitiu que ficou muito triste com os desdobramentos de um caso de agressão a uma mulher e lamentou que o programa mostrasse coisas desse tipo.

"Confesso que fiquei um pouco triste agora. Muita tristeza logo de manhã. A gente vive num lugar onde o ódio reina muito, essa questão da agressão e das mortes. Gostaria de viver num mundo onde o amor reine um pouco mais", desabafou ele na ocasião.

Em outros momentos, Nívea Maria, Lucas Leto, Monique Alfradique, Alexandra Richter, Cauê Campos, Aline Borges e Camila Morgado foram obrigados a repercutir casos de violência doméstica, agressões, racismo, e acidentes de trânsito por simplesmente estarem ali à espera de comentarem sobre novelas, por exemplo.

Proibido para menores

A classificação indicativa do Encontro era para maiores de 10 anos, mas após investir em temas pesados e ficar com cara de telejornal policialesco, o governo determinou que o programa fosse reclassificado "para maiores de 12 anos" apenas um mês após a chegada de Patrícia.

Nos últimos meses, Patrícia Poeta dedicou mais da metade do seu tempo ao vivo na Globo para explorar o caso do lutador Leandro Lo, morto por um policial militar em uma festa, os casos de agressão envolvendo o empresário Thiago Brennand, a morte de um menino de oito anos que caiu em um buraco, e o relato da mulher que acusa Leandro Lehart de estupro.

Perguntas indiscretas

Com a repercussão de casos de acidentes que acontecem no Brasil, é comum alguma vítima ou familiares de pessoas acidentadas darem seus depoimentos online ou ao vivo no Encontro. Para extrair o máximo de informação, a apresentadora acaba deixando incomodada parte do público da internet com suas perguntas mais diretas.

Durante a cobertura do caso de Leandro Lo, Patrícia questionou a mãe do lutador, visivelmente abalada, qual era o sentimento dela após perder o filho. Para um homem que correu risco em um tumulto num estádio na Tailândia, ela perguntou se ele teve medo de morrer. Em outra ocasião, a apresentadora quis saber se uma mulher que ficou três dias perdida na mata entrou em pânico.

Patrícia percebeu que estava recebendo críticas negativas pela postura e as perguntas sem rodeios, então se desculpou antes de entrevistar a vítima de um acidente, e começou a pegar mais leve nos interrogatórios. "Pessoal, vocês me desculpem, mas eu preciso perguntar isso a ele", defendeu-se ela.

Vídeos censurados

Por causa do horário e da classificação indicativa, o programa não roda trechos completos de vídeos das notícias para evitar imagens violentas, proibidas para menores de 12 anos.

Além das reportagens, cenas das novelas das nove precisam ser cortadas por mostrarem sexo, nudez e mais violência. A produção cortou, por exemplo, a transa de Ari (Chay Suede) e Brisa (Lucy Alves) em Travessia, além de censurar cenas de Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuita) e José Leôncio (Marcos Palmeira) e Filó (Dira Paes) no rio em Pantanal.

Programação violenta

O Encontro e o Brasil Urgente estão em postos diferentes na programação de suas emissoras, sendo um de manhã e o outro à noite. O que eles têm em comum é dispersão de um assunto para o outro: na Globo o programa mistura violência com novelas, e na Band a responsável por passar o bastão para Datena é Catia Fonseca.

Ela chega animada, com receitas do Melhor da Tarde e é recebida com notícias de tiros, mortes, perseguições policiais e mais casos pesados. Já Patrícia Poeta abandona o começo fúnebre e passa o horário para Ana Maria Braga no Mais Você.


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