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Preconceito

Repórter do É de Casa sofre racismo e ensina a denunciar crime: 'A gente não é otário'

Reprodução/Globo

O repórter Manoel Soares fala na edição  deste sábado do É de Casa (9)

O repórter Manoel Soares falou sobre o preconceito que sofre na edição deste sábado do É de Casa (9)

REDAÇÃO

Publicado em 9/5/2020 - 10h13

O repórter Manoel Soares foi alvo de racismo ao aparecer de máscara na Globo e falou, na edição deste sábado (9) do É de Casa, sobre o preconceito que já sofreu. Ele conversou com um advogado ao vivo para explicar como e por que o crime de racismo deve ser denunciado e como as pessoas podem lidar emocionalmente com a discriminação. "A gente tem que ser pessoas equilibradas, mas a gente não é otário", afirmou.

Manoel é o "repórter da quebrada" do É de Casa e todo sábado faz gravações em comunidades diferentes, mostrando a cultura, o cotidiano e os problemas desses locais. No sábado passado (2), um usuário fez um comentário preconceituoso sobre ele no Twitter, dizendo: "Esse preto de máscara kkk assalto?".

Neste sábado, Zeca Camargo retomou o assunto e deu uma bronca: "Parece que a gente tá sofrendo não só de uma crise de saúde, mas de uma crise aguda de ignorância. Se você olha no espelho e faz comentário com preconceito, você é ignorante".

Em seguida, o próprio Manoel Soares falou sobre o assunto. "Eu vi essa situação que você descreveu aí, mas eu sou bem sincero, já passei N vezes por esse tipo de situação. É desconfortável, fico pensando o que passa na cabeça da pessoa que faz isso. Eu não entendi. Assaltante por quê? Quais são as caracteristicas que me apresentam como assaltante só pelo fato de eu estar usando máscara?", chamou a atenção.

"Mas acho que o dano maior acaba sendo em casa. Nesse dia, tive que explicar para os meus filhos, que estavam chateados, até meio revoltados [ao verem o pai sofrer racismo de telespectadores]", revelou.

"Sou uma pessoa relativamente pública, mas isso acontece também com motoristas de aplicativo, motoboys, outras pessoas. Isso [preconceito] não pode tirar o brilho do nosso trabalho. Isso não me define, não é a atitude do preconceituoso que me define. A gente tem que ser pessoas equilibradas, mas a gente não é otário. A gente precisa saber que medidas podem ser tomadas", afirmou o repórter.

Soares disse que a Globo já está tomando medidas judiciais cabíveis contra quem lhe ofendeu. "A nossa missão não para, a gente vai continuar a levar informação pra você", ele falou, e agradeceu a solidariedade das pessoas que estão ao seu lado.

O repórter então conversou com um advogado, chamado Julio César Santos, para explicar o que uma pessoa que sofre qualquer preconceito deve fazer. Ao fundo, alguém na região gritou "Fora racismo". O advogado instruiu que as vítimas tenham provas das ofensas, como fotografias e vídeos, e que denunciem em delegacias.

Por fim, Soares falou sobre como lidar psicologicamente com as agressões. "A gente encontra muitas vezes uma pessoa preconceituosa que nos machuca, mas encontramos 100 pessoas que nos fazem bem. Pra que lado você vai olhar? Eu não vou dar audiência, minutos da minha vida, pra pessoas que não valem a pena. Não deixe que um racista paute sua vida", concluiu.

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